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domingo, 11 de outubro de 2009

Eliminatórias Sul-Americanas > Brasil cai na altitude da Bolívia

* Time mesclado de Dunga perde em La Paz: 2 a 1

Dunga mandou a campo em La Paz um time mesclado com titulares absolutos e alguns outros jogadores que seriam testados. No entanto, pouco pôde ser observado pelo treinador. Jogando a mais de 3.600 metros de altitude, o Brasil foi derrotado pela Bolívia por 2 a 1, pela 17ª rodada das Eliminatórias Sul-Americanas da Copa do Mundo 2010.

Apesar da derrota, a Seleção Brasileira segue na liderança do torneio com 33 pontos e terá a chance de conquistar o simbólico título das Eliminatórias se vencer a Venezuela, na quarta-feira. A Bolívia chegou aos 15 pontos e ocupa o novo lugar.

A última vez que o Brasil venceu a Bolívia em La Paz foi em 1997, na final da Copa América (3 a 1). De lá para cá, foram duas derrotas e um empate em jogos válidos pelas eliminatórias.

Gols arrasadores

A seleção brasileira começou o jogo em ritmo lento, enquanto a Bolívia partiu para cima. Logo aos 3 minutos, o atacante Arce, ex-Corinthians e hoje no Sport Recife, recebeu cara a cara com Julio César e obrigou o goleiro a fazer grande defesa.

Na sequência, Olivares teve sua primeira chance de cabeça, mas a bola saiu raspando a trave direita. O mesmo Olivares, entretanto, não perdeu sua segunda oportunidade, aos nove minutos. Após escanteio da esquerda, Julio César tentou sair do gol e ficou no meio do caminho. Olivares, livre no meio da área, testou para a rede.

Após o susto inicial, a seleção aos poucos se estruturou e criou chances para empatar. Nilmar, com muita movimentação, serviu como garçom nos melhores lances do Brasil. No primeiro, o camisa 11 deixou Diego Souza na cara do gol, mas o palmeirense bateu para fora.

Aos 23 minutos, Nilmar tabelou com Adriano, foi ao fundo pelo lado esquerdo e cruzou. Adriano entrou de peixinho, mas não conseguiu alcançar a bola.

Quando estava dominando as ações, a seleção brasileira sofreu o segundo gol. Aos 30, Marcelo Moreno bateu falta com muita categoria e correu para o abraço. Julio César nem sequer pulou para tentar a defesa.

A seleção brasileira não baixou a guarda e assustou novamente com Daniel Alves. O jogador do Barcelona soltou uma bomba de fora da área e carimbou a trave direita do goleiro Árias. No rebote, Adriano, da meia-lua, pegou mal na bola e perdeu a chance de diminuir a desvantagem brasileira.

O Imperador, por sinal, caiu em cima do tornozelo esquerdo após uma disputa de bola pelo alto e saiu de campo de maca, sentindo muitas dores. Adriano, que sofreu um corte no local, ainda retornou e, mancando, aguentou até o fim do primeiro tempo.

Nilmar marca o de honra

Após o intervalo, além de lançar Diego Tardelli na vaga do Imperador, o técnico Dunga mandou a campo Alex no lugar de Diego Souza, que teve atuação apagada.

O segundo tempo começou morno. Nilmar, num chute de fora da área, aos 8 minutos, foi o responsável pelo primeiro lance de algum perigo. A bola, entretanto, foi para fora.

A partida seguiu em banho-maria por algum tempo, mas o Brasil não abdicou de buscar o ataque. O esforço foi premiado aos 25 minutos, quando Maicon fez boa jogada pela direita e cruzou na medida para Nilmar testar para a rede.

O gol animou a seleção, que aumentou um pouco o ritmo em busca do empate. Mas a Bolívia soube se segurar bem e não permitiu que os brasileiros criassem grandes oportunidades para empatar.

Ficha do jogo
BOLÍVIA 2 x 1 BRASIL
Árias, Zabala, Rivero, Raldes e Ignacio Garcia; Leonel Reyes, Olivares, Ronald Gutiérrez e Abdón Reyes (Vaca); Marcelo Moreno (Pedriel) e Arce (Pachi). Julio César, Maicon, Luisão, Miranda e André Santos (Elano); Josué, Daniel Alves, Ramires e Diego Souza (Alex); Nilmar e Adriano (Diego Tardelli).
Técnico: Erwin Sánchez. Técnico: Dunga.
Gols: Olivares, aos 9, e Marcelo Moreno, aos 30 minutos do primeiro tempo; Nilmar, aos 25 minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos: Zabala, Ronald Gutiérrez, Rivero (BOL), Ramires, Josué, Daniel Alves e André Santos (BRA). Cartão vermelho: -
Estádio: Hernando Siles, em La Paz. Data: 11/10/2009. Árbitro: Pablo Pozo (CHI). Auxiliares: Patricio Bazualto (CHI) e Francisco Mondria (CHI).

Fonte: Globo.com


Comentário da Redação
Não deu para testar nada

O objetivo de Dunga em La Paz era de testar novas alternativas para a Seleção. Essa era uma das poucas oportunidades que o treinador teria para fazer isso, já que o jogo contra a Venezuela seria mais festivo e o próximo duelo, em novembro, será uma amistoso contra a Inglatera, apenas com atletas que atuam no exterior.

Por isso, atletas como Miranda e Diego Souza ganharam oportunidades, além de Tardelli, que entrou na etapa final. Mas não deu para avaliar muita coisa. A altitude castigou muito o Brasil.

Diego Souza não conseguia dar dois passos sem tropeçar na bola. Miranda não subiu em nenhuma jogada aérea. Tardelli foi o melhorzinho desses que atuam no Brasil, mas também não fez nada de espantoso. E não foram só eles que jogaram mal, mas o time inteiro não estava em grande dia. Até Julio César, em ótima fase, falhou nos gols bolivianos.

Dos testes de Dunga, o mais bacana foi a investida em Daniel Alves no meio-campo. O jogador do Barcelona se saiu muito bem e foi um dos melhores brasileiros em campo. Sou contra esse tipo de improvisação em Seleção Brasileira, mas nesse caso, por ser uma posição ainda carente, acho que Dani tem totais condições de conquistar uma vaga entre os titulares com a camisa sete.

É fato, contudo, que Dunga não deve estar satisfeito com os testes que fez e terá de quebrar a cabeça para arrumar possibilidades de novas avaliações.


Direto da Redação













Redator: Ricardo Pilat
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