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quinta-feira, 10 de abril de 2008

Copa Libertadores > Fla vence medos e se classifica na altitude

* Time faz excelente segundo tempo e bate Cienciano por 3 a 0, nos 3.400m de Cuzco

Medo de eliminação precoce, medo da falta de oxigênio. O Flamengo colecionou temores antes do jogo contra o Cienciano. Mas, com ar estocado e uma atuação ótima no segundo tempo, o time rubro-negro venceu por 3 a 0 e garantiu a classificação antecipada às oitavas-de-final da Taça Libertadores. A redenção aconteceu no estádio Garcilaso de la Vega, nos quase 3.400 metros de Cuzco.

Pressionado por ser porta-bandeira da luta contra jogos na altitude, o Fla passou por maus bocados moralmente até chegar à cidade peruana. A imprensa e a população local debocharam da campanha rubro-negra. Até um burro com um cartaz "altura não mata" foi recepcionar a delegação carioca no aeroporto.


A resposta veio em campo. Se no primeiro tempo a equipe carioca repetiu antigos erros, na etapa final a atuação foi exemplar. Renato Augusto, o até então criticado Toró e Juan marcaram e garantiram a vitória. Mas o destaque principal foi Ibson. O volante, vaiado pela torcida rubro-negra, reagiu com correria e passes precisos nos lances de dois gols.


O Flamengo pula para os dez pontos, assume a liderança do Grupo 4 e garante a classificação antes mesmo de enfrentar o Coronel Bolognesi, na última rodada, no Maracanã. Nacional (nove pontos) e Cienciano (sete) duelam na rodada derradeira e disputam a vaga restante.


Oxigênio guardado dos "medrosos"

A fama de covarde grudou nos rubro-negros antes de o jogo começar. Assim que posaram para a foto oficial, os jogadores ouviram os gritos de "maricón" das arquibancadas. Tudo pela insistente recusa do clube em atuar em altitudes elevadas.


Mas os "medrosos" começaram jogando de igual para igual com os senhores da altura. Com espaço no lado esquerdo, Souza e Renato Augusto armaram tabelas, mas os chutes não incomodaram o goleiro Flores. A postura surpreendente não durou muito tempo.


Com medo do ar rarefeito, os rubro-negros começaram a se poupar antes mesmo dos 20 minutos. Recuados, assistiram à melhora dos peruanos. Aos 23 minutos, Bazalar chutou de fora da área e Bruno saltou no ângulo esquerdo para salvar.

O duelo ideológico na questão sobre a altitude acirrou os ânimos entre os jogadores que estavam em campo. As faltas violentas multiplicaram-se e, assim como no jogo contra o Nacional, em Montevidéu, os rubro-negros exageraram nas reclamações com o árbitro argentino Sergio Pezzotta. Foram três cartões amarelos só no primeiro tempo.


Desestruturado em campo, o Flamengo só não tomou o gol aos 36 minutos porque Bruno fez linda defesa em peixinho de Romaña. Depois, o goleiro encarregou-se de retardar as reposições de bola enquanto os companheiros limitavam-se a dar chutes para o alto ou errar passes fáceis. Mesmo assim, ignorando a incapacidade de organizar qualquer ataque na maior parte da primeira etapa, o meio-campo Ibson classificou o desempenho como "bom".


Quem tem medo de altura?

O Cienciano não estava em seus melhores dias. O time peruano sentiu a falta de Chiroque, ponta esquerda que infernizou Leo Moura no Maracanã. Como ele estava machucado, coube ao japonês Sawa a função de cair pelo lado do lateral-direito flamenguista.

Lembra das tabelinhas de Souza e Renato Augusto no início do jogo? Enfim, uma funcionou aos oito minutos do segundo tempo. O atacante deixou um peruano caído e tocou para o apoiador.Tranqüilamente, ele dominou e bateu no canto direito de Flores.


Souza teve a chance de fazer o segundo aos 12 minutos. Ibson rolou, o atacante dominou mal e chutou prensado. Dono absoluto da etapa final, o time carioca perdeu outra chance com Kleberson.


Atônito com a blitz dos "medrosos", o Cienciano só ameaçou aos 15 minutos. Mas, novamente, o Bruno esticou-se para fazer a defesa em tentativa de Guevara. Aliás, o descontrole emocional do Flamengo no primeiro tempo transferiu-se para o time peruano. Bazalar foi expulso aos 18.


Na pausa, alguns rubro-negros, como Fábio Luciano e Cristian, fizeram uso do spray de
oxigênio. Mas quem precisou de ar nos pulmões foi o goleiro Flores para poder saltar e
espalmar o chute forte de Renato Augusto.


Os minutos passaram e Ibson tratou de colocar Toró na cara do gol. Novamente, o canto direito ficou aberto e o Flamengo marcou o segundo.


Nos minutos finais, Joel Santana fez as substituições, os jogadores se abraçaram e comemoraram - acima da classificação - a goleada moral. Mas ainda havia o último ato. No último lance, Juan cobrou falta - novamente no lado direito - e marcou o terceiro.

Ficha do jogo
CIENCIANO 0 x 3 FLAMENGO
Flores
Guizasola
Solís
Marengo
Romaña
Balazar
Ortiz
Uribe
(Guevara)
Sawa
Portillo
(Corrales)
Vassallo
T.: Franco Navarro
Bruno
Leo Moura
Fábio Luciano
Ronaldo Angelim
Juan
Cristian
Ibson
(Jaílton)
Kleberson
Toró
Renato Augusto
(Marcinho)
Souza
(Obina)
T: Joel Santana

Gols: Renato Augusto, aos oito, Toró, aos 32, Juan, aos 48 minutos do segundo tempo
Cartões amarelos: Bazalar (C), Toró (F), Ortiz (C), Juan (F), Fábio Luciano (F), Vassallo (C)
Cartão vermelho: Bazalar (C)
Árbitro: Sergio Pezzotta (ARG)
Auxiliares: Juan Pablo Pompei (ARG) e Sergio Cagni (ARG)
Data:
09/04/2008
Estádio: Garcilaso de la Vega, em Cuzco (PER)

Classificação do Grupo
Grupo 4 PG J V E D GP GC SG
01 Flamengo 10 5 3 1 1 7 4 3
02 Nacional (URU) 9 5 3 0 2 6 4 2
03 Cienciano 7 5 2 1 2 4 6 -2
04 Coronel Bolognesi 2 5 0 2 3 0 3 -3


Flu perde em Sarandí: 2 a 0 Arsenal

O Fluminense perdeu para Arsenal por 2 a 0 na noite desta quarta-feira, no Estádio Julio Grondona, em Sarandí, na Argentina, em seu quinto jogo pela primeira fase da Libertadores, perdendo a invencibilidade que mantinha na competição. Os gols foram marcados por Biagini e Bottaro, ambos no segundo tempo. Apesar da derrota, o Tricolor manteve a primeira colocação no Grupo 8, e precisa apenas de um empate no dia 17, no Maracanã, contra a LDU, para ir às oitavas-de-final com a vantagem de jogar a segunda partida do confronto em casa.

Os primeiros 40 minutos de partida foram de dar sono. O Arsenal não tinha mais pretensões na competição, e o Fluminense, que foi à Argentina prometendo brigar pela vitória a fim de garantir o primeiro lugar no Grupo 8, entrou em campo sabendo que a LDU havia perdido na noite anterior para o Libertad por 3 a 1. Assim, mesmo se o Tricolor perdesse por 1 a 0, por exemplo, precisaria apenas de um empate no dia 17, contra a LDU, no Maracanã, para garantir a primeira colocação.

Diante destes fatores, o que se viu foi um festival de toques para os lados, sem objetividade alguma. Se havia algo em jogo, eram as canelas e tornozelos tricolores, que sofreram com a violência argentina. Mosquera e Garnier receberam cartão amarelo, mas poderiam ter recebido o vermelho que ninguém estranharia. Mas a inoperância argentina era tamanha que deve ter deixado os tricolores constrangidos por apenas tocar a bola para os lados. Assim, aos 40 minutos, Thiago Neves pegou o rebote de um lance em que Cícero foi derrubado na área e chutou bem ao seu estilo, forte e no canto, mas a bola saiu rente à trave esquerda de Orcellet. Três minutos depois, Arouca fez excelente lançamento para Conca, que invadiu a área e perdeu o gol na cara do goleiro conterrâneo.


A segunda etapa começou no mesmo ritmo da primeira, com os jogadores do Arsenal distribuindo pontapés assustadores. Aos três minutos, finalmente o Arsenal pensou em jogar futebol e ameaçou Fernando Henrique pela primeira vez. Espínola cobrou falta frontal ao gol tricolor, mas o goleiro se esticou todo para mandar a bola à linha de fundo. Sem atacantes e, conseqüentemente, sem penetração, o Fluminense passou a ser pressionado pelo Arsenal, que acabou chegando aos gol, aos 14 minutos. Num cochilo do lateral Junior Cesar, Espínola foi ao fundo e chutou forte para o meio da área. Esperto, Biagini fez o que era possível: meteu uma letra e mandou a bola para o fundo da rede de Fernando Henrique, que nada pôde fazer.

Ygor enterra as chances de Flu

O técnico Renato Gaúcho imediatamente colocou Tartá no lugar de Arouca, mas Ygor tratou de jogar um balde de água fria nas pretensões tricolores ao errar bisonhamente um passe para Luiz Alberto e dar a bola no pé de Bottaro. O atacante nem esperou a saída de Fernando Henrique e jogou no contrapé do goleiro, fazendo 2 a 0 para o time argentino.

Aos 26, o Fluminense criou sua única chance de perigo na segunda etapa. Depois de bom passe de Tartá, Thiago Neves invadiu a área, mas chutou sem a força habitual, para fácil defesa de Orcellet. Mas, aos 28, o camisa 10 tricolor acertou Baez sem bola e recebeu o cartão vermelho, acabando com qualquer possibilidade de reação tricolor.


Antes que acontecesse o mesmo com Cícero, Renato colocou Romeu em seu lugar para garantir o resultado que manteria o Fluminense na primeira colocação. Pelo menos isso aconteceu na noite portenha. O Tricolor perdeu, mas segue mais firme do que nunca rumo ao seu objetivo, que é o título inédito da libertadores.


Ficha do jogo

ARSENAL 2 x 0 FLUMINENSE
Orcellet
Espínola
Mosquera
Báez
Toranzo
Garnier
Pellerano
Corro
Yacuzzi (Calderón)
Biagini
Bottaro (Leguizamon)
T: Gustavo Alfaro
Fernando Henrique
Thiago Silva
Ygor (David)
Luiz Alberto
Gabriel
Maurício
Arouca (Tartá)
Conca
Thiago Neves
Junior Cesar
Cícero (Romeu)
T: Renato Gaúcho

Gols: Biagini, aos 14 minutos do segundo tempo, e Bottaro, aos 20 minutos.
Cartões amarelos:
Pellerano, Cícero, Thiago Neves, Mosquera, Garnier, Conca e Arouca
Cartão vermelho:
Thiago Neves
Árbitro:
Víctor Hugo Rivera (PER)
Auxiliares:
Manuel Garay (PER) e Winston Reategui (PER)
Data:
09/04/2008
Estádio:
Julio Grondona, Sarandí, na Argentina
Público e renda:
não divulgados

Classificação do Grupo

Grupo 8 PG J V E D GP GC SG
01 Fluminense 10 5 3 1 1 10 3 7
02 LDU 10 5 3 1 1 10 4 6
03 Arsenal (ARG) 6 5 2 0 3 4 13 -9
04 Libertad 3 5 1 0 4 4 8 -4

Fonte: Globo.com


Estagiário: Pedro Silas
pedro_sccp@yahoo.com.br

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