
Por causa dos tropeços no meio da semana, e com o Flamengo disparando na liderança do Campeonato Brasileiro, vencer o clássico passou a ser uma obrigação para São Paulo e Palmeiras. Os três pontos, além de deixarem o vitorioso sonhando com o G-4, ainda colocará o rival em uma situação delicada, à beira de uma crise.
Rivalidade e confusões
Os jogadores de São Paulo e Palmeiras não escondem que a rivalidade com o Corinthians já ficou para trás, principalmente após a queda para a Segunda Divisão. São-paulinos e palmeirenses não cansam de trocar farpas. Nos últimos anos, um tenta passar a perna no outro.
O São Paulo contratou Richarlyson, Marcel e Rodrigo Fabri, entre outros, após os jogadores acertarem com o Palmeiras. Neste ano, o Verdão deu o troco em grande estilo ao acabar com o sonho do Tricolor de reforçar o elenco com o futebol de Diego Souza.
Mas a rivalidade e as confusões nos bastidores aumentaram consideravelmente após o último Campeonato Paulista. Nas semifinais, São Paulo e Palmeiras deveriam jogar as duas partidas no Morumbi. O presidente da Federação Paulista de Futebol, Marco Polo Del Nero, que é conselheiro do Verdão, disse que o Palestra Itália não seria seguro para realizar o clássico.
A diretoria do Palmeiras trabalhou rápido nos bastidores, conseguiu um laudo da Polícia Militar comprovando que havia segurança no Palestra Itália, e pressionou o presidente da FPF. Marco Polo Del Nero recuou e aprovou o segundo clássico no alçapão alviverde, para desespero dos dirigentes do Tricolor.
Gol de mão
No primeiro clássico das semifinais do Paulistão, no Morumbi, o São Paulo venceu por 2 a 1. Mas os palmeirenses tiveram motivos de sobra para reclamar. O primeiro gol, marcado por Adriano, foi feito com a mão. O árbitro Paulo César de Oliveira, de imediato, alegou que não havia visto nenhuma irregularidade. Depois, no fim do jogo, ele disse que o artilheiro tricolor tinha colocado a mão na bola involuntariamente.
Luxemburgo, os dirigentes e os jogadores do Palmeiras ficaram revoltados com o gol de mão de Adriano. Muricy Ramalho retrucou garantindo que o pênalti sofrido pelo atacante Lenny, que resultou no gol de Alex Mineiro, não existiu.
Pimenta nos olhos dos outros é colírio
No segundo clássico das semifinais do Paulistão, o Palmeiras venceu o São Paulo por 2 a 0, no Palestra Itália, e garantiu a classificação para a final. Mas os são-paulinos ficaram enfurecidos com o tratamento recebido no alçapão alviverde.
No intervalo, uma bomba com gás de pimenta foi atirada no vestiário do São Paulo. Alguns jogadores e membros da diretoria deixaram o local com lágrimas nos olhos. Muricy Ramalho passou mal e quase vomitou. O tumulto e o mau cheiro obrigaram a comissão técnica tricolor a fazer a preleção dentro de campo.
Ao longo do segundo tempo, o Palestra Itália ficou sem luz. A partida foi interrompida, e os dirigentes do São Paulo protestaram contra as diretorias da FPF e do Palmeiras, alegando que o estádio não tinha condições de sediar uma semifinal do Paulistão.
A diretoria do Palmeiras alegou que não teve culpa pelos incidentes. Vanderlei Luxemburgo lembrou da armação do goleiro reserva Bosco, que em uma partida no Palestra Itália havia mentido que foi atingido por uma pilha, e deixou no ar a suspeita que o gás de pimenta poderia ter sido jogado por alguém da segurança do São Paulo.
TJD pune o Verdão. Polícia Técnica inocenta o clube
A diretoria do Palmeiras registrou um Boletim de Ocorrência para saber de onde partiu o gás de pimenta. A Polícia Técnica comprovou que o gás surgiu de dentro do vestiário e não de fora, como reclamaram os dirigentes do São Paulo. Mas como o laudo preliminar não foi conclusivo, o assunto morreu na esfera judicial.
O Tribunal de Justiça Desportiva julgou o incidente no vestiário do Palestra Itália e puniu o Palmeiras. Alem de ter recebido multa de R$ 10 mil, o clube ainda perdeu dois mandos de jogos no Campeonato Paulista de 2009.
- A diretoria do Palmeiras não teve culpa. A Polícia Técnica mostrou que a bomba veio de dentro para fora e não de fora para dentro. Mas aceitamos a decisão do TJD, pois o mando de jogo era nosso - justifica Toninho Cecílio, gerente de futebol alviverde.
Duelo de artilheiros
Borges, pelo São Paulo, e Alex Mineiro, pelo Palmeiras, são as esperanças de gols das duas equipes. O são-paulino tem seis gols no Brasileirão. O palmeirense é o artilheiro da competição, com sete gols, ao lado de Marcinho, do Flamengo.
No Palmeiras, as novidades são os retornos de Martinez e Kléber, após cumprirem suspensão, e do lateral-esquerdo Leandro, que prorrogou o seu empréstimo até dezembro. Pierre, machucado, está fora de combate. Elder Granja, em recuperação de lesão muscular, é dúvida.
No São Paulo, Muricy tem o retorno de Alex Silva, após cumprir suspensão, mas perdeu Miranda, que sofreu uma lesão no joelho esquerdo e ficará um mês fora dos campos. Com isso, o treinador volta a montar a defesa sem o trio titular. Na última partida, ele escalou Zé Luis na zaga, improvisado, e colocou Richarlyson no meio. As outras opções são a entrada de Juninho na vaga de Miranda ou a escalação de Éder no setor.
Perguntado se poderia mais uma vez colocar Zé Luis com a missão de marcar Valdivia - o volante teve sucesso no clássico no Morumbi, pelo Paulistão, nas semifinais -, o treinador são-paulino não deu a dica.
- Se eu fizer isso, será uma estratégia e significa que não posso falar. A gente tem nossa maneira de jogar, conhece bem o Palmeiras e o treinador adversário e vamos procurar explorar o que temos de melhor - explica Muricy.
FICHA DO JOGO:
Local: Estádio do Morumbi, em São Paulo (SP)
Data: 13 de julho de 2008, domingo
Horário: 16 horas (de Brasília)
Árbitro: Carlos Eugênio Simon (Fifa-RS)
Assistentes: Émerson Augusto de Carvalho (Fifa-SP) Carlos Augusto Nogueira Júnior (SP)
SÃO PAULO
Rogério Ceni; Alex Silva, André Dias e Zé Luís; Joílson, Richarlyson, Hernanes, Hugo e Jorge Wagner; Aloísio e Borges
Técnico: Muricy Ramalho
PALMEIRAS
Marcos; Fabinho Capixaba (Elder Granja), Jeci, Gladstone e Leandro; Martinez, Léo Lima, Diego Souza e Valdívia; Kléber e Alex Mineiro
Técnico: Wanderley Luxemburgo
Fontes: Globo.com e Uol
Redator: Pedro Silas
pedro_sccp@yahoo.com.br
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