Após ser totalmente dominado no primeiro tempo pelo Bragantino e sair perdendo por 2 a 0 no primeiro tempo, o Santos conseguiu reagir, arrancou um empate na etapa final e não virou porque faltou capricho nas finalizações. O 2 a 2 tira o Alvinegro Praiano do G-4: com 17 pontos, o time agora está em quinto lugar no Paulistão. Já o Braga, que jogou com um a menos a partir dos 22 minutos do segundo tempo, tem nove pontos e está em 15º lugar, ainda ameaçado pelo rebaixamento.Braga engole o Peixe
Uma defesa que marcou mal, um meio-de-campo descoordenado e um ataque que teve apenas um jogador isolado sem conseguir receber passes. Esse foi o retrato do Santos na primeira etapa. Tanto que, com 26 minutos de jogo, Fábio Costa já havia feito três grandes defesas e levado um gol. Enquanto o Braga envolvia o Peixe com bom toque de bola, a equipe praiana mal conseguia trocar dois passes. Para piorar, aos 22 minutos, Kléber Pereira, com dores na coxa esquerda, deixou o jogo. Roni entrou em seu lugar.
O time de Bragança dominou o jogo desde a saída. Começou arriscando chutes de fora área obrigando Fábio Costa a trabalhar bem. Depois, começou a tocar a bola mais perto da área, encurralando o Peixe, que estava muito recuado. Aos 14, Gabriel soltou a bomba de direita em cobrança de falta de dentro da meia-lua e Fábio Costa espalmou. A não ser por uma bola que Kléber Pereira acertou no travessão, aos 19, o Santos não fez mais nada.
Pelo que o jogo demonstrava, o gol do Bragantino não tardaria a sair. Aos 23, Malaquias recebeu em posição de impedimento e rolou na saída de Fábio Costa. O gol irregular não tira os méritos do time do interior, que mereceu sair na frente.
O esquema de Vagner Mancini, com dois volantes, três meias e apenas um atacante não funcionou. Nenhum dos três meias, Madson, Molina e Róbson, encostava no ataque. Além disso, o trio parecia perdido em campo, sem conseguir coordenar jogadas. Assim, a missão do Braga ficava facilitada.
Aos 39, o segundo gol. Após cobrança de escanteio da direita, Fábio Costa saiu mal e não conseguiu tirar a bola, que sobrou para Marcelo Godri, livre, empurrar para a rede. Fábio Costa reclamou que foi empurrado por Malaquias no lance.
Mancini mexe e time melhora
Graças ao cartão amarelo que Triguinho levou no primeiro tempo, Vagner Mancini consertou o Peixe na etapa final. O lateral seguia abusando das faltas e poderia ser expulso a qualquer momento. Mancini então o tirou da partida, colocando o zagueiro Domingos. O Peixe passou a atuar com três defensores, com Madson deslocado para a esquerda, jogando quase como um ponta.
O Peixe melhorou. A zaga passou a vigiar bem os atacantes adversários, o meio-de-campo começou a trocar passes melhores e Roni passou a ter companhia na frente. Mais encorpado, o Alvinegro diminuiu aos 13. Madson cobrou escanteio da esquerda, e Rodrigo Souto se antecipou à defesa e escorou bem de cabeça.
Aos 22, Thiago Almeida tentou acertar um chute em Madson e acabou expulso. Com um jogador a mais, o Peixe alugou o meio-de-campo e passou a rondar ainda mais a área adversária. Aos 27, Fabão fez um bom cruzamento pela direita e Molina pegou de primeira, de canhota. O goleiro ainda desviou a bola, mas não o suficiente para tirá-la do gol. Estava empatada a partida.
A partir daí, o Braga mal passou do meio-de-campo. O Peixe encurralou o adversário e passou a martelar, mas desperdiçou chances. Robson, aos 33, recebeu livre na pequena área, mas acabou desarmado por Gabriel. O Santos estava tão adiantado que Fabiano Eller jogava como meia pela esquerda, combinando jogadas com Madson. No fim, um susto: em cobrança de falta, Pará, do Bragantino, carimbou o travessão de Fábio Costa. Contudo, o placar de 2 a 2 se estabeleceu até o apito final.
Ficha do jogo
| BRAGANTINO 2 x 2 SANTOS | |
| Gilvan, Marcelo Godri, Gabriel e César Gaúcho; Thiago Almeida, Moradei, Adãozinho (Adriano), Somália e Pará; Malaquias (Da Silva) e Nunes (Bill). | Fábio Costa, Luizinho (Pará), Fabão, Fabiano Eller e Triguinho (Domingos); Roberto Brum, Rodrigo Souto, Molina, Madson e Róbson; Kléber Pereira (Roni). |
| Técnico: Marcelo Veiga. | Técnico: Vagner Mancini. |
| Gols: Malaquias, aos 23, Marcelo Godri, aos 39 do primeiro tempo; Rodrigo Souto, aos 13, Molina, aos 27. | |
| Cartões amarelos: Malaquias, Somália (Bragantino), Triguinho (Santos); Cartão vermelho: Thiago Almeida (Bragantino). | |
| Estádio: Nabi Abi Chedid, em Bragança Paulista. Data: 26/02/2009. Árbitro: Paulo Roberto Ferreira. Auxiliares: Rafael Ferreira da Silva e Rogerio Pablos Zanardo. | |
Fonte: Globo.com
Comentário da Redação
Valeu pela reação
O empate diante do Bragantino não foi bom para o Santos na tabela, já que o time saiu do G4, mas pelas circunstâncias da partida e pela determinação que o Peixe demonstrou na etapa final, até que valeu a pena o resultado.
O 2 a 2 de Bragança, que poderia facilmente ter virado 3, 4, 5 para o Santos, pelo volume de jogo apresentado nos minutos finais, só prova o que eu penso desse tipo de jogo de campeonato estadual: com um pouquinho de vontade, marcação na saída de bola e jogadas pelas laterais, coisa que qualquer time grande pode fazer, nenhum deles consegue perder para equipes pequenas.
No jogo de hoje, o Santos até que criou algumas jogadas no primeiro tempo, mas sempre com aquele ar de "vamos resolver a hora que quisermos". No futebol as coisas não são assim. O Braga foi lá e meteu dois com justiça (mas um gol esztava bem irregular, diga-se de passagem). Sem Kléber Pereira, machucado, a coisa ficou ainda mais complicada.
Na segunda etapa, Mancini mexeu no time de forma inusitada. Trocou Triguinho por Domingos. Eu não concordei, mas confesso que o time melhorou muito depois disso. Madson ganhou mais liberdade e infernizou a defesa do Bragantino. Os volantes chegaram mais à frente e levaram perigo - Souto marcou.
Mais do que isso, o Santos passou a marcar em cima, sufocando o adversário e mostrando sua grandeza. Molina empatou aos 27 e faltou mais qualidade de certos jogadores de frente para que a virada acontecesse. Robson e Roni falharam demais na hora da conclusão.
Enfim, valeu pela reação e pelo ponto suado. Domingo, contra o São Paulo, a parada é outra.
Conceitos
Fábio Costa - REGULAR: Apesar de não admitir, falhou no segundo gol. Compensou com algumas boas defesas durante o jogo.
Luizinho - PÉSSIMO: Muito atrapalhado.
(Pará) - REGULAR: O time até melhorou depois de sua entrada, mas ele não teve grande participação nisso.
Fabão - REGULAR: A crônica dos últimos jogos: participa bem do ataque e falha feio na defesa, sempre chegando atrasado.
Fabiano Eller - PÉSSIMO: Perdido na marcação
Triguinho - PÉSSIMO: Fez hora extra em campo. O time melhorou muito depois que o lateral deixou o campo.
(Domingos) - REGULAR: Entrou para distribuir pancadas. Taticamente, sua entrada foi fundamental para o empate santista.
Roberto Brum - REGULAR: Apareceu bem no ataque, mas não gosto dele como titular nessa equipe. Deixa a defesa muito vunerável, deixa Rodrigo Souto sem função na marcação e não é uma boa opção para a saída de bola.
Rodrigo Souto - BOM: Muito dedicado e esforçado. Foi coroado com um gol.
Molina - BOM: Idem ao de cima. Merece mais chances como titular.
Madson - BOM: O melhor em campo. No primeiro tempo ficou escondido entre os volantes. Na etapa final, mais aberto, causou pânico do lado esquerdo do ataque do Peixe.
Róbson - PÉSSIMO: Ele e a bola estavam de mal hoje.
Kléber Pereira - REGULAR: Jogou pouco e teve que deixar o campo por lesão. Enquanto esteve em campo, levou perigo duas vezes.
(Roni) - PÉSSIMO: Está sempre no lugar errado.
Téc: Vagner Mancini - BOM: Eu não faria as trocas que ele fez, mas talvez também não empatasse o jogo. Mancini identificou com precisão os problemas da equipe e quase arrancou a virada no interior. O desafio agora é montar o time com a provável ausência de Kléber Pereira no clássico San-São de domingo.
Direto da Redação
Redator: Ricardo Pilat
ricardo.pilat@yahoo.com.br
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