
O Santos, precisando de três gols, partiu com tudo para cima. E assustou o Corinthians. A torcida do Timão, em esmagadora maioria no estádio do Pacaembu, chegou a ter momentos de aflição, apesar da enorme vantagem conseguida no primeiro jogo. Logo com 1 minuto de jogo, a bola caiu nos pés de Kléber Pereira, dentro da área. O atacante finalizou, mas foi travado pelo lateral Alessandro, que se atirou na sua frente.
O Corinthians, encurralado no seu campo, tinha dificuldade de conseguir ir ao ataque. A bola não saía do domínio santista e as investidas contra o gol de Felipe não paravam: de todos os lados, com quase todos os meias e atacantes. Aos 13, Paulo Henrique pegou rebote de escanteio, rolou para Germano que cruzou. Dois jogadores do Peixe estavam só esperando para concluir quando Alessandro, de novo, afastou o perigo logo depois de uma defesa parcial de Felipe.
O goleiro corintiano voltou a trabalhar aos 14 e aos 17. O Santos era pressão total. Aos 18, Madson invadiu a área e cruzou forte. Kléber Pereira se atirou no lance, tentando alcançar, mas chegou alguns centímetros atrasado. A pequena torcida do Peixe se animava. Aos 22, Kléber acertou a finalização, mas Felipe defendeu. Quatro minutos depois, eles se encontrariam novamente. Lançado, o atacante tentou driblar o arqueiro e foi derrubado: pênalti.
Neste instante, o técnico da seleção brasileira, Dunga, que era esperado desde o início do jogo, acabava de chegar à tribuna de honra da Prefeitura. E ele teve tempo de assistir Kléber Pereira ajeitar a bola, tomar distancia, correr e estufar a rede do Timão aos 28 minutos.
O 1 a 0 no placar – aliado ao melhor futebol – fez alguns torcedores do Peixe buscarem forças no passado. Em 1995, quando precisou fazer uma diferença de três gols no Fluminense para ir à decisão do Campeonato Brasileiro, aquele time liderado por Giovanni começou a goleada de 5 a 2 exatamente num pênalti cobrado pelo então camisa 10 no mesmo gol do portão de entrada do Pacaembu. Será?

Durante o primeiro tempo, o árbitro Sálvio Spinola Fagundes Filho teve de pedir para a bola ser trocada duas vezes. Na primeira, ele interrompeu um ataque do Timão. Na segunda, acabou gerando um princípio de confusão entre Domingos e Ronaldo. O Fenômeno tocou a bola para fora, para a substituição, e queria que o Santos devolvesse. Como não houve a devolução, ele reclamou. Na saída para o intervalo, o zagueiro e o atacante bateram boca.
Na volta do intervalo, Kléber Pereira e Neymar subiram dos vestiários com chuteiras novas. Mas a pontaria não melhorou e os dois atacantes continuaram devendo. O camisa 9 perdeu mais um gol, quando demorou para concluir e deixou Alessandro o desarmar. O camisa 7, completamente apagado na decisão, acabaria substituído aos 15 minutos por Maikon Leite.
O Santos não conseguiu repetir o ritmo do começo do jogo. A posse de bola, que antes era só do Peixe, já ficava mais dividida. Com ela nos pés, os jogadores do Timão arrancavam gritos de olé das arquibancadas. Aos poucos, os torcedores começavam a acreditar que o título já tinha dono. Aos 34, os primeiros gritos de “é campeão”.

Em reconhecimento, a torcida do Santos gritava o nome do time. E a do Corinthians explodia com gritos de “é festa, é festa na favela” e “ôôô, o Coringão voltou”. Há 37 anos que o Paulistão não tinha um campeão invicto. Desde 1972, quando o Palmeiras levantou a taça sem perder um jogo, ninguém mais tinha conseguido isso. O Timão conseguiu - e pela quinta vez em sua história: 23 partidas, 13 vitórias e dez empates.
Ficha técnica
CORINTHIANS 1 x 1 SANTOS | |
Felipe; Alessandro, William, Diego e André Santos (Welington Saci); Cristian, Elias e Douglas (Fabinho); Dentinho (Morais), Ronaldo e Jorge Henrique | Fábio Costa, Luizinho (Molina), Domingos, Fabiano Eller e Triguinho; Roberto Brum, Germano e Paulo Henrique (Róbson); Neymar (Maikon Leite), Kléber Pereira e Madson |
Técnico: Mano Menezes | Técnico: Vagner Mancini |
Gols: Kléber Pereira (pênalti) aos 28 e André Santos aos 33 minuntos do primeiro tempo | |
Cartões amarelos: Felipe, Elias, Cristian, Dentinho e Douglas (C); Neymar, Fabiano Eller, Roberto Brum Germano (S). Cartões vermelho: Domingos (S) | |
Público: 35.175 pagantes. Renda: R$ 1.894.376,00 | |
Estádio: Pacaembu, São Paulo. Data: 3/5/2009. Árbitro: Salvio Spinola Fagundes Filho. Auxiliares: Vicente Romano Neto e Giovani Cesar Canzian. |
Fonte: Globo.com
Fotos: Gazeta Press
Comentário da Redação
Visão corintiana > Comemora, fiel!
por Pedro Silas - pedro_sccp@hotmail.com
Não poderia ser mais perfeito. No primeiro campeonato disputado após uma volta espetacular à série A do Brasileirão, a fiel pode comemorar um título histórico e incontestável. Sem perder nenhum jogo na competição, venceu os dois jogos contra o São Paulo na semi-final e foi campeão com uma vitória sobre o Santos na Vila no primeiro jogo e um empate tranquilo na tarde deste domingo.
Para completar, tem o Ronaldo, que mais uma vez voltou, no time certo, e brilhou nos jogos decisivos. Fez o gol contra o Palmeiras no último minuto, na sua estréia no Paulistão, e foi fundamental no primeiro jogo da final, marcando dois gols, um deles de placa.
Realmente não poderia ser melhor, uma campanha fenomenal, para lavar a alma do torcedor corintiano que tanto sofreu em 2007 e que se decepcionou em 2008 na final da Copa do Brasil. Mas a fiel quer mais, e sabe que esse time pode dar mais. O objetivo é conseguir vaga na Libertadores e ser campeão da tão sonhada competição continental, justamente no centenário. Da pra duvidar?
Sobre o jogo de hoje, o time tinha todas as condições de vencer, mas preferiu acalmar o jogo. O primeiro tempo foi mais do Santos, que atacou bastante, mas parou numa defesa segura e um goleiro que cresceu nas decisões. Só abriu o placar devido a um pênalti, que na minha opinião não houve. Sem dificuldades o Corinthians empatou, com um gol na raça de André Santos.
Na segunda etapa o Corinthians voltou muito bem e trocando ótimos passes. Na hora de definir, se atrapalhou, e da metade do segundo tempo para o final do jogo, foi só toque de bola, esperando o jogo acabar. Ficou nitido que se precisasse ganhar, a postura seria outra. O jogo ficou o tempo todo sobre controle.
O time mais uma vez mostrou uma frieza muito grande, e quando toma gol não se desespera. Isso é muito importante. Isso é fruto do trabalho do Mano, que está com a maioria dos jogadores desde o começo de 2008. Trabalho fantástico do treinador gaúcho, um dos melhores técnicos do Brasil atualmente.
Enfim podemos dizer que realmente, O CORINGÃO VOLTOU!
Conceitos
Felipe - ÓTIMO: Cresceu nas decisões. Mais uma vez se mostrou seguro.
Alessandro - ÓTIMO: Raçudo demais, não inventa, faz o mais fácil e faz muito bem. É um lateral completo, que há um bom tempo não tínhamos.
William - ÓTIMO: Grande partida do capitão. Se posicionou sempre muito bem, orientou o Diego e chamou a responsabilidade.
Diego - ÓTIMO: Não tem como reclamar dele hoje. Fez o simples, e desarmou muito.
André Santos - ÓTIMO: Jogou demais, chamou a responsabilidade. Partiu para cima dos adversários, avançou com eficiência e começou a jogada do gol e concluiu com um belo chute.
(Wellington Saci) - SEM CONCEITO: Entrou no final.
Cristian - ÓTIMO: Está em toda parte do campo, sempre apertando o adversário e tomando bolas. Vai pra área ajudar a tirar as bolas e distribui o jogo como um armador, com toques objetivos, pra frente. É um volante sensacional, um dos jogadores mais importantes do time atualmente.
Elias - ÓTIMO: Foi o craque da competição, e hoje fez mais outra ótima partida. É jogador de seleção.
Douglas - PÉSSIMO: Se ele estivesse bem, seria vitória na certa. É o que mais alterna bons e maus momentos. Segurou demais a bola, foi lento, errou muito, enfim, hoje ele estava em um dia ruim.
(Fabinho) - BOM: Correu muito enquanto esteve em campo.
Dentinho - BOM: Quando é objetivo é um bom jogador. E hoje poucas vezes passou o pé na bola. Errou algumas vezes, mas foi ousado e partiu pra cima dos adversários.
(Morais) - REGULAR: Entrou faltando 10 minutos, para segurar mais a bola.
Jorge Henrique - ÓTIMO: Atuações fantásticas nesses jogos decisivos. É um jogador muito importante nesse esquema. Não tem bola perdida pra ele.
Ronaldo - REGULAR: Errou alguns passes, perdeu algumas bolas, mas se posicionou muito bem, abrindo espaços para os outros corintianos e com a sua experiência, soube tranquilizar o jogo.
Téc: Mano Menezes - ÓTIMO: Mostrou nos jogos decisivos que é um grande treinador. Analisa o jogo como poucos técnicos e sabe corrigir bem as falhas do seu time.
Visão santista > Um time que não perde gol
por Ricardo Pilat - ricardo.pilat@yahoo.com.br
Neste momento de derrota, mais do que enaltecer as falhas do Santos, temos que destacar os méritos do adversário, campeão com toda a justiça. Não há o que dizer de um time que vence o Campeonato Paulista sem sofrer derrotas, mesmo depois de sete clássicos.
E se o Corinthians conquistou esse título é, também, porque não desperdiça chances. Veja o jogo de hoje. O Santos massacrava e estava próximo do segundo gol, o que colocaria mais fogo na decisão. Paulo Henrique perde um gol feito na linha da pequena área quando o placar apontava 1x0 para o Peixe. Minutos depois, André Santos recebe e livre e mata o jogo, na única oportunidade real de gol corintiana. A partir daí, o Santos morreu em campo.
E para não deixar de falar do Peixe, fica aqui o alento de que o time teve raça e provou que tinha capacidade para vencer o jogo e até buscar a desvantagem pela forma com que jogou até sofrer o gol do Corinthians. E também ficou a esperança de que, com mais reforços e um elenco mais preparado, Vágner Mancini possa levar esse time entre as primeiras posições no duro Brasileirão 2009.
Conceitos
Fábio Costa - REGULAR: Se posicionou mal no gol do André Santos.
Luizinho - PÉSSIMO: Não tem condição de ser titular, muito menos em uma decisão. É a primeira posição a ser reforçada.
(Molina) - SEM CONCEITO: Mal tocou na bola.
Domingos - PÉSSIMO: Se envolve demais em confusões e dá margem a expulsões injustas como a de hoje.
Fabiano Eller - PÉSSIMO: Enfeitou demais na Vila e no Pacaembu.
Triguinho - REGULAR: É muito fraco... só compensa um pouco pela vontade.
Roberto Brum - REGULAR: Fez o que pôde, mas marcou sozinho o tempo todo.
Germano - PÉSSIMO: Não dá estabilidade na marcação e também não dá qualidade na saída de bola.
Paulo Henrique - REGULAR: Tem muita qualidade, mas também é muito frio. Na final de hoje era preciso um jogador mais aceso e vibrante.
(Robson) - PÉSSIMO: Como sempre não fez nada.
Madson - ÓTIMO: Jogou muita bola. Foi um dos poucos que não sentiu o gol. Pena que ele é um só.
Neymar - REGULAR: Não acho que ele foi tão mal assim, mas também não foi bem. Deixou a desejar.
(Maikon Leite) - PÉSSIMO: Entrou fora do jogo.
Kléber Pereira - BOM: Finalmente fez um gol e foi importante naquela pressão inicial santista. Pena que não foi assim no jogo de ida...
Téc: Vágner Mancini - BOM: Fez o que era possível, mas a situação realmente era complicada. Valeu pelo ótimo trabalho desde sua chegada e acredito que a sequência da temporada seja muito positiva.
Direto da Redação
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