
Tudo por conta do gol marcado por Dentinho no empate por 1 a 1 no Maracanã. A equipe carioca bem que tentou acabar com a festa corintiana, mas nos momentos de maior pressão não teve força para vazar o goleiro Felipe. Bicampeão do torneio, em 1995 e 2002, e atual vice-campeão, o clube paulista vai disputar o título com o Internacional, que passou pelo Coritiba, nos dias 17 de junho e 1º de julho.
Os locais dos jogos de ida e volta ainda serão definidos, por sorteio, na sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), no Rio de Janeiro.
Pelo Campeonato Brasileiro, o Corinthians volta a campo no próximo sábado, às 21h, contra o Coritiba, no estádio do Pacaembu, em São Paulo. No mesmo dia e horário, o Vasco tem novo desafio pela Série B. Dessa vez diante do São Caetano, no estádio de São Januário, no Rio de Janeiro – as duas equipes decidiram o Nacional de 2000.
Confusão e pouco futebol
Já tem virado praxe. Começa a partida, o volante Cristian corre atrás do jogador que tem de marcar e deixa o seu recado com uma chegada mais dura. No caso do duelo desta noite, o alvo foi Carlos Alberto, que não gostou e revidou com empurrão logo aos 2 minutos. Após confusão, o árbitro Leonardo Gaciba chamou os dois para conversar e pediu calma. Optou por não mostrar cartão amarelo para nenhum deles.
Infelizmente, na noite fria de São Paulo, esse foi o lance mais quente de um primeiro tempo fraco tecnicamente e de poucas chances de gol para os dois lados. De cara, até parecia que o Corinthians faria uma pressão maior, mas ficou só na ameaça. Aos 5 minutos, Elias fez boa jogada pela direita e cruzou para Ronaldo, que tentou de calcanhar e mandou para fora, sem assustar o goleiro Fernando Prass.
Três minutos depois, o Fenômeno recebeu a bola na esquerda da grande área, parou e gingou em frente a Amaral. A Fiel foi à loucura. O lance, porém, não resultou em nenhuma jogada de perigo. Aos 12, Ronaldo conseguiu finalizar após receber passe de Chicão, mas a conclusão foi fraca demais. Enquanto o elenco do Timão procurava por sua estrela, o do Vasco queria achar Carlos Alberto. Também não teve sucesso.
Com o meia bem marcado e sem espaço para criar, a equipe carioca ficou carente de armação. Tanto que a primeira finalização cruzmaltina saiu dos pés do volante Nilton, apenas aos 17 minutos, de fora da área – a bola passou longe do gol. Aos 23, no entanto, Elton obrigou Felipe a fazer grande defesa. Após cobrança de escanteio de Paulo Sérgio da direita, o atacante cabeceou e o corintiano saltou para espalmar.
Sem nenhuma equipe apresentar qualquer tipo de domínio, a partida ficou concentrada nos contra-ataques. Aos 31 minutos, por exemplo, Douglas e Cristian saíram tabelando do campo de defesa e o volante mandou para Ronaldo, que, impedido, finalizou novamente sem força. Aos 35, foi a vez de Dentinho trocar passes com Alessandro e chutar da entrada da área. Fernando Prass defendeu.
Também em lance rápido, o Vasco assustou o Timão aos 42, mas o árbitro marcou impedimento. O ataque paulista foi interceptado e imediatamente a bola foi em direção de Elton. O atacante aproveitou vacilo de William e apareceu na grande área. Mas antes que finalizasse o jogo já estava parado. Chicão ainda chegou para cortar.
Pressão dos dois lados

No minuto seguinte, porém, a equipe de São Januário voltou a assustar. Após cruzamento da direita, Carlos Alberto apareceu para cabecear prensado com a zaga do Corinthians e ver Felipe ficar com a bola. Só que antes mesmo da conclusão, o auxiliar de arbitragem já marcava impedimento do meia vascaíno.
Aos poucos, a impaciência tomou conta dos dois times. O Corinthians por considerar o placar de 0 a 0, que lhe dava um lugar na decisão, perigoso, e o Vasco por necessitar balançar a rede do rival para manter viva as esperanças. O nervosismo, no entanto, provocou muitos erros de ambos os lados.
Ronaldo e Carlos Alberto, as principais esperanças de Timão e Vasco, respectivamente, na partida, estavam apagados. Até um pouco irreconhecíveis. Mas a maior persistência do clube carioca quase foi premiada aos 19 minutos. Depois de cruzamento da esquerda, Nilton subiu e cabeceou. A bola passou bem perto do gol.
Pouco antes, aos 16 minutos, após cobrança de escanteio, o atacante Elton teve sua camisa puxada por Chicão. O árbitro, no entanto, não viu o pênalti do corintiano no vascaíno e nada marcou. O lance ficou parado por um tempo depois por conta de uma trombada de Dentinho com adversários.
Para tentar mudar um pouco o jogo e por conta do desgaste Jorge Henrique, Mano Menezes colocou Boquita no Corinthians. Do lado do Vasco, Dorival Júnior tirou Carlos Alberto e colocou Enrico. A substituição fez mais efeito no Timão, que quase abriu o placar em belos chutes de Dentinho, aos 24, e Boquita, aos 25 minutos..
O clube carioca não se intimidou e buscou espaço para revidar a pressão. Achou, é verdade, em lance atrapalhado, mas que obrigou Felipe a se mexer. Aos 30, Edgar desviou de cabeça e, sem querer, achou Elton na pequena área. O goleiro corintiano saltou na frente do atacante para evitar a conclusão.
Aos 37 minutos, foi a vez de Fernando Prass brilhar. Ronaldo recebeu ótimo passe, avançou para a grande área, mas ao tentar driblar o goleiro do Vasco, o Fenômeno foi interceptado para alívio da torcida cruzmaltina. A pressão corintiana ficou mais intensa no final, mas o gol não saiu.
Como o 0 a 0 era do Corinthians, a Fiel pode comemorar a vaga na decisão.
Ficha técnica
CORINTHIANS 0x0 VASCO | |
Felipe; Alessandro, Chicão, William e Diego; Cristian, Elias e Douglas (Wellington Saci); Jorge Henrique (Boquita), Dentinho (Otacílio Neto) e Ronaldo. | Fernando Prass; Paulo Sérgio, Vilson, Gian e Ramon; Amaral, Nilton, Léo Lima (Fernandinho) e Carlos Alberto (Enrico); Elton e Rodrigo Pimpão (Edgar). |
Técnico: Mano Menezes. | Técnico: Dorival Júnior. |
Gols: . | |
Cartões amarelos: Chicão, Jorge Henrique, Boquita (C); Carlos Alberto, Vilson, Gian, Amaral (V). Cartão vermelho: . Público: 35.181 pagantes. Renda: R$ 1.749.103,00 | |
Estádio: Pacaembu. Data: 03/06/2009. Árbitro: Leonardo Gaciba (RS/Fifa). Auxiliares: Altemir Hausmann (RS/Fifa) e Alessandro Álvaro Rocha de Matos (BA/Fifa). |
Fonte: Globo.com
Foto: Gazeta Press
Comentário da Redação
Esperava mais do Corinthians
Ainda que o empate sem gols seja favorável, jogando em casa o Corinthians poderia ter jogado mais bola. O Vasco foi ousado (e precisava mesmo ser) e no primeiro tempo ficou bem mais perto de abrir o placar.
Mesmo com o apoio da torcida, que lotou o Pacaembu, o Timão marcou mais e jogou apostando nos contra-ataques, que eram sempre rápidos, mas foram pouco aproveitados. Até porque o Mano entrou com um time autocamatimente mais acauteloso. Sem André Santos, Diego entrou pela esquerda, jogando mais de zagueiro. E o Jorge Henrique ficou quase como um ala esquerdo. Mas pra mim o técnico corintiano fez a coisa certa, já que o Saci era a opção na lateral e ele deixa espaços imensos.
A base deste sucesso do time do Mano Menezes são os dois volantes. Cristian e Elias são fundamentais e ditaram mais uma vez o ritmo do time. Marcam muito, sabem jogar e tem velocidade para puxar os contra-ataques. E os times mais vitoriosos do mundo geralmente tem esse tipo de volante, que muitas vezes são mais importantes que os extintos camisas 10.
O Vasco jogou hoje o que pode. É um time bom, organizado, e só. Não teve medo do Corinthians no Pacaembu. Sai de cabeça erguida da competição, sem nenhuma derrota. O grande objetivo do time é mesmo a Série B.
Na final ficará frente a frente dois dos três melhores times do Brasil atualmente (juntamente com o Cruzeiro, pra mim), que pouco perderam na temporada. A disputa pode ser encarada também como um acerto de contas daquele polemico campeonato brasileiro em 2005. Duelo imperdível, que já começará nesta quinta-feira, quando será anunciado onde serão os jogos. Em uma final tão equilibrada, o fator campo no último jogo pode fazer a diferença.
Conceitos
Felipe - ÓTIMO: Foi decisivo. Fez uma defesaça numa cabeçada forte e saiu muito bem do gol em outro lance.
Alessandro - ÓTIMO: Sempre raçudo, fez desarmes precisos demais e apoiou bem quando foi preciso.
Chicão - BOM: Bem seguro, não deu chances para os atacantes do Vasco.
William - BOM: Jogou na sobra e foi bem. Salvou uma bola que o Elton saiu na cara do Felipe.
Diego - REGULAR: Sua função foi importante, mas pouco apareceu.
Cristian - ÓTIMO: Fundamental neste time. Dificilmente faz um jogo ruim. É incansável, ficou cutucando o adversário que estava com a bola o tempo todo e foi importantíssimo na saída rápida para o ataque.
Elias - BOM: Não foi brilhante, mas foi importante. Rápido na saída para os contra-ataques e no raciocínio.
Douglas - REGULAR: Alternou lances bizarros como um toque de calcanhar para ninguém e uma furada que para um camisa 10 é vergonhoso, com lances que mostra inteligencia e visão de jogo, com belos passes. Já jogou muito mais e já foi muito pior do que isso.
(Wellington Saci) - SEM CONCEITO: Pouco tempo em campo.
Jorge Henrique - BOM: Enquanto ficou em campo, foi bem e fez uma função importante mais uma vez, jogando de ala esquerdo.
(Boquita) - REGULAR: Só apareceu para o jogo no primeiro lance em campo, quando chutou com perigo.
Dentinho - BOM: Meio sumido, mas quando apareceu, não teve medo de arriscar no gol e proporcionou os melhores lances de perigo.
(Otacílio Neto) - REGULAR: Prejudicado pelo esquema, teve poucas oportunidades para brilhar.
Ronaldo - PÉSSIMO: Errou tudo que tentou. Poderia ter definido o jogo, quando ficou de frente para o goleiro vascaíno e o fintou, mas demorou para finalizar e perdeu a bola.
Téc: Mano Menezes - BOM: Optou por uma postura mais defensiva. Pelas opções, foi correto, mas não deixa de ser perigoso. Poderia ter tirado o Ronaldo, por mais que ele pode decidir, era melhor colocar um jogador mais leve. Desta vez acertou em colocar o Dentinho, era necessário, pela função que vinha fazendo o Jorge Henrique (que sentiu dores).
Direto da Redação
Redator: Pedro Silas
pedro_sccp@yahoo.com.br
Concordo com os conceitos e eu também esperava muito mais do Corinthians!!! que venha o Inter...
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