
O jogo apresentou o segundo maior público do Brasileirão até o momento: 54.214 pagantes. Atrás apenas de Flamengo 2 x 1 Atlético-PR, na quarta rodada, estreia de Adriano: 68.217.
O Atlético volta a campo no próximo domingo, às 16h, para enfrentar o Vitória, no Barradão. No mesmo dia e horário, o São Paulo disputa o clássico com o Santos no Morumbi.
Miranda cochila, e Tardelli marca
A empolgação das arquibancadas lotadas contagiou os jogadores dentro de campo, que sufocaram o São Paulo desde os primeiros segundos. Logo a um minuto, o zagueiro Miranda abusou da categoria. Talvez para não manchar sua reputação de jogador técnico com um chutão, ele tentou driblar Diego Tardelli. Dançou. O ex-são-paulino roubou a bola, invadiu a área e estufou a rede defendida por Denis com uma bomba de direita.
Apático, sem mobilidade, tocando a bola de lado sem conseguir aprofundar jogadas, o São Paulo dava sono. Dagoberto, muito longe de Borges, corria de um lado para o outro sem conseguir dominar a bola. Hugo e Jorge Wagner, que deveriam armar jogadas, erravam passes. O oposto do Atlético, que contrariava a batida retórica de que time com três zagueiros é defensivo.
A equipe de Celso Roth chegava com até cinco jogadores no ataque, como no lance em que Tardelli, com um toque medido na régua, achou Éder Luís na entrada da pequena área. Na hora H, porém, Júnior César deu um carrinho salvador e tirou a bola dos pés do camisa 11 do Galo.
O São Paulo levou perigo em apenas um lance, e mesmo assim com a ajuda dos atleticanos. Aos 34, Júnior César chutou cruzado. Werley tentou cortar e quase marcou contra. Aranha salvou.
Galo resolve o jogo
O Atlético voltou para a etapa final mantendo o ritmo inicial. Buscava sufocar o São Paulo. Logo aos sete minutos, o Galo ampliou numa linda jogada do meia Serginho. Ele avançou pela meia esquerda, ganhando na corrida de seus marcadores, tabelou com Éder Luís, invadiu a área e tocou no canto direito, na saída de Dênis.
Com a desvantagem, o técnico Ricardo Gomes, do São Paulo, fez mudanças tentando empurrar seu time para a frente. Richarlyson e Oscar entraram para tentar melhorar a armação da equipe (Hernanes, que entrou ainda no primeiro tempo na vaga de Hugo, que se machucou, não criou nada). As alterações levaram o São Paulo mais à frente, só que surgiram muitos espaços para o Atlético contra-atacar.
No entanto, apesar do jogo mais aberto, não houve muitas chances claras de gol. O Atlético passou a tocar a bola e a controlar o jogo, para delírio da torcida. O jogo terminou ao coro de "olé, olé".
Ficha técnica
ATLÉTICO-MG 2 x 0 SÃO PAULO | |
Aranha, Werley, Welton Felipe e Alex Bruno; Carlos Alberto, Jonílson, Serginho (Marcos Rocha), Júnior (Evandro) e Thiago Feltri; Éder Luís (Alessandro) e Diego Tardelli. | Dênis, Zé Luís (Richarlyson), Miranda, Jean Rolt e Júnior César; Eduardo Costa, Jean, Jorge Wagner (Oscar) e Hugo (Hernanes); Dagoberto e Borges. |
Técnico: Celso Roth. | Técnico: Ricardo Gomes. |
Gols: Diego Tardelli, 1 minuto do primeiro tempo; Serginho, aos 7 minutos do segundo tempo. | |
Cartões amarelos: Diego Tardelli (Atlético-MG), Jorge Wagner, Zé Luís, Borges (São Paulo). | |
Estádio: Mineirão. Data: 16/07/2009. Árbitro: Leonardo Gaciba da Silva. Auxiliares:Marcelo Bertanha Barison (RS) e Jose Antonio Chaves Franco Filho (RS) . Renda e público: R$ 756.818,00/54.214 pagantes |
Fonte: Globo.com
Foto: Futura Press
Comentário da Redação
Dois a zero foi pouco
Alegria total para a parte alvinegra em Minas Gerais. Após ver seu maior rival perder o título da Libertadores em casa, os atléticanos estão felizes da vida também com seu time, que volta à liderança do campeonato brasileiro.
Mais de 54 mil torcedores (o maior público do brasileirão até agora) empurraram um Galo empolgado para cima de um apático (já virou rotina) São Paulo. E logo no primeiro minuto o Miranda falhou bisonhamente e o Diego Tardelli aproveitou para abrir o placar.
Após essa falha de um dos jogadores mais regulares e confiáveis, o time que nitidamente já não tem confiança fica ainda mais inseguro. O Atlético chegava com uma facilidade imensa a todo momento, e se não fosse a falta de pontaria do Éder Luís de outros atleticanos o placar seria maior já no primeiro tempo.
Já virou moda falar, mas o Tricolor mais uma vez foi um time totalmente sem recurso, que só exigiu trabalho do goleiro adversário em um chute de longe do Hernanes. Mas o pior é a falta de vontade do time, que ficou entregue ao adversário. Ao contrário do alvinegro, que sobrava na parte fisíca, mostrando vontade e determinação do começo ao fim.
O Galo é o líder com todos os méritos. É um time muito difícil de ser batido em casa, organizado e comprometido. E tem um dos melhores ataques do Brasil. Éder Luís e Diego Tardelli se combinam muito bem. O primeiro se movimenta demais e cai pelas pontas, já o camisa 9 joga mais centralizado, mas não fica fixo na área e ajuda muito o time quando se apresenta no meio-campo para receber e até distribuir jogo.
Se vai sustentar a campanha é outra história. O campeonato é grande, os adversários são dificeis. É muito melhor valorizar o que vem fazendo o Galo do que falar essa bobeira de "cavalo paraguaio". O time está fazendo uma ótima campanha e jogando um bom futebol e ponto. Esse momento que vive o Atlético será importante de qualquer forma lá na frente, mesmo que não consiga o difícil título brasileiro.
Conceitos
Atlético-MG
Aranha - REGULAR: Meio atrapalhado com a bola nos pés, mas não comprometeu, e fez uma única defesa.
Werley - REGULAR: Quase fez um gol contra, de resto, não teve trabalho e pouco apareceu.
Welton Felipe - ÓTIMO: Grande partida do zagueiro. Firme na marcação, saída de bola com qualidade, e uma tranquilidade impressionante, como quando ficou no mano a mano com o Dagoberto e desarmou na boa, sem falta.
Alex Bruno - BOM: Com grande espaço pela direita, soube sair muito bem e ajudou o time na frente.
Carlos Alberto - BOM: Muito raçudo e firme na marcação.
Jonílson - BOM: Marcou com precisão e com a liberdade que teve, soube chegar à frente.
Serginho - ÓTIMO: Entrou muito bem no time, deu mais qualidade no passe e fez um golaço.
(Marcos Rocha) - SEM CONCEITO: Pouco tempo em campo.
Júnior - BOM: No meio-campo ainda é um jogador muito bom e teve mais uma boa atuação, fazendo uma bela parceria com o Thiago Feltri pela esquerda.
(Evandro) - REGULAR: Fez o time ficar mais lento e errou alguns passes.
Thiago Feltri - ÓTIMO: É muito bom jogador e com três zagueiros teve total liberdade para atacar.
Éder Luís - BOM: Tecnicamente nem estava em um grande dia, pois errou alguns passes e foi muito mal na hora de finalizar, mas compensou em outros quesitos. Raçudo demais, correu o tempo todo, caiu pelas pontas, abriu espaços, roubou bolas...
(Alessandro) - SEM CONCEITO: Idem ao Marcos Rocha.
Diego Tardelli - ÓTIMO: O artilheiro fez mais um lindo gol e mostrou muita vontade, voltando para ajudar na marcação e na articulação.
Téc: Celso Roth - ÓTIMO: Armou um belo 3-5-2, liberando o Thiago Feltri para atacar e tem um time muito comprometido em mãos
São Paulo
Dênis - REGULAR: Sem culpa nos gols, teve pouco trabalho graças a falta de pontaria do adversário.
Zé Luís - PÉSSIMO: Todo atrapalhado, não apoiou e ainda assim foi mal defensivamente, deixando espaços.
(Richarlyson) - BOM: Vontade não falta para ele. E nesse momento apático do São Paulo, ele não pode ser reserva do Eduardo Costa.
Miranda - PÉSSIMO: Partida horrível desse grande zagueiro. Falhou feio no primeiro lance do jogo e seguiu muito mal. Não pode querer sempre sair com a bola, tem hora que precisa dar chutão mesmo.
Jean Rolt - PÉSSIMO: Não conseguiu ser pior do que seu companheiro, mas foi muito mal também.
Júnior César - BOM: É um lateral ofensivo, mas hoje foi bem na parte defensiva, corrigindo erro de seus companheiros. Evitou dois possíveis gols do Atlético.
Eduardo Costa - PÉSSIMO: Pesado demais, chegou sempre atrasado nos lances.
Jean - BOM: Um dos mais lúcidos do time.
Jorge Wágner - REGULAR: É muito para ele ser o único responsável pela armação.
(Oscar) - REGULAR: Pouco apareceu no jogo e é uma pena que um jogador tenha que ser lançado assim, com pressão, coisa que é rara no São Paulo.
Hugo - PÉSSIMO: Pouco se movimenta e deixa o Jorge Wágner sobrecarregado.
(Hernanes) - REGULAR: Parece estar com falta de confiança. Tem recurso, mas sempre que pega na bola procura jogar na área, mesmo sem ter nenhum companheiro bem colocado.
Dagoberto - REGULAR: Muita movimentação e pouca qualidade.
Borges - REGULAR: Mal pegou na bola.
Téc: Ricardo Gomes - PÉSSIMO: No seu primeiro jogo no comando do São Paulo, deu a faixa de capitão ao Hernanes e deixou a impressão que daria confiança ao camisa 10 do Tricolor. No entanto, o colocou na reserva novamente e insiste no Eduardo Costa.
Direto da Redação
Redator: Pedro Silas
pedro_sccp@yahoo.com.br
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