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quinta-feira, 2 de julho de 2009

Copa do Brasil > O Coringão voltou... para a Libertadores: Timão empata e conquista o tri

* Depois de vencer por 2 a 0 no Pacaembu, Corinthians fica no 2 a 2 com o Internacional no Beira-Rio e pela terceira vez é campeão da Copa do Brasil


O Coringão voltou. Só que dessa vez é para a Libertadores, principal obsessão do clube alvinegro. Um ano e sete meses depois de viver o pior capítulo de sua história com o rebaixamento à Série B, o Corinthians novamente manda no país. Após ser campeão paulista invicto, a equipe desbancou o temido Internacional, empatou por 2 a 2 no Beira-Rio, nesta quarta-feira, e conquistou o tricampeonato da Copa do Brasil (já havia ganhado em 1995 e 2002). E mais: assim como Flamengo, o clube paulista tem agora sete títulos nacionais, contando os Brasileiros. O sucesso desse Timão é incontestável.

A situação alvinegra para esta noite era confortável, afinal tinha vencido a partida de ida, no Pacaembu, por 2 a 0. Mas a experiência negativa do vice-campeonato da edição passada para o Sport, depois de uma vitória por 3 a 1 em São Paulo, fez os alvinegros manterem a cautela. Só que essa equipe montada por Mano Menezes é mais segura e talentosa do que a de 2008. E conta com uma peça muito importante, que nenhum outro clube brasileiro tem parecido: o poder de decisão de Ronaldo.

É verdade que o Internacional também tem talentos ímpares, como Nilmar e D’Alessandro. Fato que valoriza ainda mais a conquista alvinegra. Só que o Fenômeno, além de ser um craque, tem estrela. Chegou ao Corinthians em dezembro do ano passado. Contestado por sua forma física, ele se recuperou e foi fundamental no Paulistão, assim como na Copa do Brasil. Seja com gols ou passes. Aliás, foi dando a assistência para o gol de André Santos esta noite que o camisa 9 brilhou.

Mas tem outro corintiano com uma estrela tão grande quanto a de Ronaldo: Mano Menezes. Quinto colocado no Estadual, vice-campeão da Copa do Brasil e campeão da Série B em 2008, ele iniciou esta temporada levando o Paulistão e agora a Copa do Brasil, com boas possibilidades também de completar a tríplice coroa com o Brasileirão (é o sexto colocado, com 11 pontos, seis a menos que o líder Atlético-MG). Melhor ainda: provavelmente será o técnico do Timão na Libertadores, no ano do centenário.

Por falar em centenário, este ano o Internacional comemorou o seu. Até aqui, apenas o caneco do Campeonato Gaúcho. Pouco para um time que encantou o Brasil com seu bom futebol e investiu em grandes jogadores. Por isso, o Brasileirão agora começa a ser encarado como obrigação. Não só pela direção, comissão técnica e jogadores, mas principalmente pelos torcedores, que gostaram da tentativa de reação esta noite. De qualquer jeito, o técnico Tite deve encarar um período de pressão a partir de agora.

Cara de campeão

O clima de final tomou conta do Beira-Rio logo cedo. No fim da tarde desta quarta-feira, os torcedores colorados começaram intensa movimentação nos arredores do estádio. Mais tarde, dentro dele, a festa de sempre: músicas, hino do Rio Grande do Sul, sinalizadores... Tudo armado para incentivar o Internacional na sua dura missão.

Em minoria, a torcida do Corinthians teve de ficar concentrada no Parque Marinha do Brasil, de onde foi escoltada até o local do jogo e levada por um caminho de tapumes pretos para não ter sequer contato visual com os colorados. A tática deu certo. Só que dentro de campo, as coisas só dariam certo para um time. E ele tinha sotaque paulista.

Com a bola rolando, logo o clima esquentou. Já aos 3 minutos, o árbitro Ricardo Marques Ribeiro mostrou o primeiro cartão amarelo. Foi para André Santos, que fez falta dura no argentino D’Alessandro. A resposta colorada veio na mesma moeda. Índio acertou o atacante Ronaldo. Advertência também para o zagueiro.

Passada a tensão inicial, o Internacional tentou imprimir um ritmo de jogo forte atrás dos três gols que precisava para ser campeão. Mas o Corinthians entrou em campo bem armado. Frio e calculista, o Timão logo esfriou o ímpeto vermelho. Tanto que o primeiro chute a gol foi dos visitantes. Aos 8 minutos, André Santos mandou longe.

Em três lances seguidos, o Colorado chegou até a assustar um pouco. Primeiro aos 10 minutos, em chute de Taison, de fora da área. Sem perigo para Felipe. Depois, aos 11, quando D’Alessandro lançou Bolívar na direita, e o lateral se chocou com William pedindo pênalti. E por fim aos 12, em chute rasteiro do meia argentino.

Seguro, o Corinthians começou então a aumentar sua soberania nessa final. Aos 15 minutos, Jorge Henrique apareceu sozinho na grande área, ajeitou a bola, girou e chutou rasteiro para o fundo do gol de Lauro. No entanto, a arbitragem já marcava impedimento. Mas acabou que não fez falta alguma essa chance perdida.

Quando o cronômetro marcava 19 minutos, o Timão praticamente acabou com as chances do Internacional. Após cruzamento de André Santos da esquerda, Jorge Henrique desviou de cabeça e abriu o placar. Na comemoração, uma homenagem ao cantor Michael Jackson, que morreu semana passada: a famosa dança “Moonwalk”.

Calada, a torcida do Inter ficou sem reação. Mal sabia ela que a situação ficaria ainda pior. Aos 28 minutos, Ronaldo, apagado até então, deu belo passe para André Santos. O lateral entrou na área pela esquerda e chutou forte, marcando um golaço: 2 a 0. A partir daí, o Colorado teria de marcar cinco gols para ser campeão.

Depois de algumas boas tentativas do time gaúcho com Nilmar (ele apareceu bem em duas oportunidades, aos 33 e 35, mas Felipe salvou), a situação colorada só não ficou pior porque Ronaldo perdeu uma incrível chance aos 36 minutos. Jorge Henrique achou o craque livre na área, mas ele concluiu em cima de Lauro.

Pequena reação colorada e confusão

O Inter voltou para o segundo tempo buscando o impossível. Só com cinco gols o time gaúcho seria campeão. O técnico Tite resolveu arriscar. Tirou Glaydson, um volante, e colocou Alecsandro, um atacante. O objetivo era colocar pressão no Corinthians.

O Timão, sempre organizado, manteve a solidez defensiva enquanto foi possível. O time colorado ficou bom tempo passeando ao redor da área adversária, mas sem efetividade. O Corinthians passou a utilizar os contra-ataques. Jorge Henrique, aos 13, teve boa chance para ampliar. Lauro defendeu o chute do atacante.

A torcida colorada até tentou seguir apoiando. Jogou mais do que o time. Mesmo atrapalhado, o Inter alcançou o gol. Em cruzamento da direita, a zaga alvinegra comeu mosca e deixou a bola com Alecsandro, que conseguiu desviar para o fundo do gol: 2 a 1.

Eram 25 minutos do segundo tempo. Muito tarde para uma reação efetiva. Mas, naquele momento, o Inter parecia jogar pela honra. E buscou o empate aos 29. Foi novamente em um cruzamento da direita, novamente em conclusão de Alecsandro. A bola bateu na trave direita de Felipe antes de entrar.

Foi aí que a rivalidade entre Inter e Corinthians explodiu. Cristian, ao ser substituído, caiu no chão para matar tempo. Os jogadores do Inter ficaram revoltados. D’Alessandro perdeu a cabeça e tentou comprar briga com os adversários. Foi expulso e partiu para cima de William, que foi inteligente para evitar uma confusão maior. Quase nasceu ali uma briga generalizada. Os jogadores trocaram empurrões. Cristian e Kleber se desentenderam também. D’Alessandro, na saída de campo, foi aplaudido pela torcida, mesmo tendo prejudicado o time em um momento que poderia ser de reação ainda mais bonita. Os dois treinadores também foram expulsos.

Passada a confusão, o Inter quase fez o terceiro gol com Andrezinho. O Corinthians, sem Elias, expulso por lance de falta, conseguiu segurar a onda vermelha para não perder o jogo do título. Atrás de um dos gols, a torcida alvinegra fez a festa, cantando ser um bando de louco.

Um bando de loucos fiéis e agora tricampeões da Copa do Brasil.

Ficha técnica
INTERNACIONAL 2 x 2 CORINTHIANS
Lauro; Bolívar (Danilo Silva), Índio, Danny e Kleber; Glaydson (Alecsandro), Magrão, Guiñazu e D'Alessandro; Taison (Andrezinho) e Nilmar. Felipe; Alessandro, Chicão, William e André Santos (Diego); Cristian (Boquita), Elias e Douglas; Dentinho (Dentinho), Ronaldo e Jorge Henrique.
Técnico: Tite Técnico: Mano Menezes
Gols: Jorge Henrique, aos 19, e André Santos, aos 28 minutos do primeiro tempo; Alecsandro, aos 25 e aos 29 minutos do segundo tempo
Cartões amarelos: Índio, Taison, D'Alessandro (I); André Santos, Elias, Jean, Douglas (C). Cartão vermelho: D'Alessandro (I). Elias (C).
Público: 50.286. Renda: R$ 754.460,00
Estádio: Beira-Rio, em Porto Alegre (RS). Data: 1/7/2009. Árbitro: Ricardo Marques Ribeiro (Fifa/MG). Auxiliares: Alessandro Álvaro Rocha de Matos (Fifa/BA) e Roberto Braatz (Fifa/PR).

Fonte: Globo.com


Comentário da Redação
Título para não deixar dúvidas

Precisou apenas do primeiro tempo para o Corinthians garantir o título de forma espetacular. Aos 36 minutos de jogo, quando o jogo já estava 2 a 0, Ronaldo ainda perdeu uma chance incrível, numa hora em que o Internacional estava atordoado. Esse gol do Fenômeno poderia construir uma goleada.

É um título para não deixar dúvidas e nem brechas para os dirigentes colorados reclamarem de algo. Ficou clara a superioridade do Corinthians no campo nestes duelos. O Inter tem um belo time, e talvez até melhor individualmente, mas na parte tática esse time do Mano é insuperável. Dá um show à parte de como marcar e chegar à frente com rapidez e eficiência. É um time muito bem treinado.

No começo do ano, quando o Ronaldo chegou, lançaram o projeto '2009 fenomenal', numa época em que muitos duvidavam do time, por vir da série B. Mas hoje, dia primeiro de julho, na metade do ano, já se pode considerar que o projeto deu certo. Título paulista histórico, sem perder nenhuma partida, e o tri-campeonato da Copa do Brasil, garantindo antecipadamente a vaga para a Libertadores no ano do centenário.

Apesar do nome da campanha se chamar 'fenomenal', o Corinthians não conquistou os dois títulos somente por causa do Ronaldo. Ele foi, sim, uma peça importante nessas duas competições, não só pela sua genialidade, mas também pela bagagem que tem, passando muita segurança ao time. Porém, muitos valorizam somente o fenômeno e diz que o Corinthians é dependente dele, mas não é assim e ficou claro hoje.

E além da diretoria, o grande responsável por isso é o Mano Menezes. Incontestável o trabalho dele desde que chegou ao Corinthians. Pegou o time praticamente na lama, recém-rebaixado e sem elenco. Contratou muito bem num geral, apostando em jogadores baratos e conseguiu formar uma bela defesa logo no começo, com Chicão e William.

A classificação no paulistão passou perto, com um time ainda razoável. Na competição seguinte chegou à final da mesma Copa do Brasil e por detalhes não conseguiu o título. Venceu a Série B com sobras. E, em 2009, nas duas primeiras competições disputadas, o Mano levou o Corinthians da forma que eu disse acima.

O grande objetivo do ano já foi conquistado, que era a vaga para a Libertadores. Mas pode ser ainda melhor. Quem sabe não vem a triplice coroa? Dá para duvidar desse time? Se não houver desmanche total, tem como buscar sim a triplice coroa. E não canso de ressaltar: Depois dos anos sofridos que a fanática fiel torcida teve, é mais que merecido esse ano que o Sport Club Corinthians Paulista está tendo.

Conceitos
Felipe - BOM: Achei que falhou no primeiro gol, saindo mal. Mas fez uma boa partida, com destaque para uma defesa espetacular em um chute do Nilmar.
Alessandro - BOM: Raçudo e eficiente na marcação e saída como sempre. Fez um terceiro zagueiro pela direita quando foi preciso e foi muito bem.
Chicão - ÓTIMO: Fica difícil para o Taison jogar sendo marcado pelo Chicão. Joga muito o camisa 3 do Timão.
William - ÓTIMO: Boa partida, mas melhor ainda foi a frieza, experiência e inteligeência que demonstrou o capitão corintiano. O D'Alessandro partiu para cima dele e espertamente foi só afastando para não se meter em confusão, que seria ótimo para o argentino que já havia sido expulso.
André Santos - ÓTIMO: Sem deixar de marcar, apoiou muito bem e fez um golaço, parecido com o gol contra o Santos no Pacaembu pela final do Paulistão.
(Diego) - SEM CONCEITO: Jogou pouco tempo.
Cristian - BOM: O mesmo de sempre, só que teve menos liberdade para chegar de trás, na oportunidade que teve, quase saiu na cara do gol numa tabela com Ronaldo.
(Boquita) - SEM CONCEITO: Também esteve pouco tempo em campo.
Elias - ÓTIMO: Fundamental. Tanto individualmente como taticamente. Tem boas chances de sair, e seria uma perda muito grande.
Douglas - REGULAR: Muito distante de seus companheiros, estragou contra-ataques por sua lentidão na hora de pensar e ligar o ataque.
Jorge Henrique - ÓTIMO: Fundamental demais também. Não parou um minuto, voltou para marcar (com muita eficiência) sempre que o Inter tinha a bola e abriu o placar (duas vezes, mas uma estava impedido). Para mim, foi o jogador mais importante do Corinthians nesta Copa do Brasil.
Dentinho - REGULAR: Voltou para recompor o meio-campo e ajudou a marcar, mas apareceu pouco na hora de atacar e errou muito.
(Jean) - SEM CONCEITO: Idem aos outros que entraram durante o jogo.
Ronaldo - PÉSSIMO: Até procurou participar e automaticamente abre espaços, mas o conceito não pode ser outro após os dois gols incríveis que perdeu, ainda mais por ser ele.
Téc: Mano Menezes - ÓTIMO: Precisa falar alguma coisa? Já virou ídolo da Fiel.

Direto da Redação


Redator: Pedro Silas
pedro_sccp@yahoo.com.br

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