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quinta-feira, 16 de julho de 2009

Copa Libertadores > Estudiantes estraga a festa cruzeirense e conquista o Tetra

* Comandados por Verón, argentinos vencem no Mineirão: 2 a 1

A campanha invejável do Cruzeiro na Taça Libertadores terminou em tristeza. Após vencer nove dos 13 jogos a caminho da finalíssima, o time foi derrotado de virada por 2 a 1 pelo Estudiantes nesta quarta-feira, diante de 65 mil torcedores no Mineirão. E viu ir por água abaixo o sonho do tricampeonato. Henrique abriu o placar, mas Fernández e Boselli garantiram o tetracampeonato aos argentinos.

Os cruzeirenses, assim, não conseguiram acabar com uma sina recente do futebol brasileiro, derrotado nas últimas seis vezes em que encontrou um time estrangeiro na final. A sequência começou com o Palmeiras, que perdeu para o Boca Juniors em 2000. Depois, fracassaram o São Caetano (contra o Olimpia em 2002), o Santos e o Grêmio (ambos contra o Boca, em 2003 e 2007) e o Fluminense (contra a LDU, no ano passado).

Já o tetracampeão Estudiantes, que havia levado o caneco em 1968, 1969 e 1970, representará a América do Sul no Mundial de Clubes, que será disputado de 9 a 19 de dezembro nos Emirados Árabes.

Estudiantes domina a primeira etapa

O primeiro tempo apresentou um Cruzeiro muito nervoso e fugindo de suas características, de toque de bola e movimentação constante dos jogadores do sistema ofensivo. Nos primeiros minutos, cada lado parecia querer se impor fisicamente. Verón aproveitou a primeira oportunidade e deixou o braço no rosto de Ramires, revidando o lance de La Plata. O meia cruzeirense, pouco tempo depois, acertou um leve bico na canela de Fernández dentro da área.

A primeira boa chance veio aos 18 minutos, quando Ramires ganhou uma dividida erguendo o pé, mas errou o passe para Wellington Paulista, livre na área. O Estudiantes, fechado na defesa, dava pouco espaço. E Cruzeiro contribuía para o sucesso da retranca ao não avançar seus laterais e insistir em bolas longas.

Durante alguns minutos, na metade do primeiro tempo, os cruzeirenses até deram a impressão de que conseguiriam se impor. Foram três boas jogadas. Pelo meio, Wagner deu passe para Wellington Paulista, mas Andújar saiu a tempo. Pela direita, Jonathan recebeu passe de Marquinhos Paraná e cruzou para fraca cabeçada de Ramires. E, pela esquerda, Kléber fez boa jogada e quase encontrou Wagner na pequena área.

O problema é que foi justamente nesse momento do jogo que o Estudiantes encaixou contra-ataques perigosos. Não fossem uma furada de Boselli e desarmes providenciais de Wagner e Gérson Magrão, o Cruzeiro teria ido para o vestiário em desvantagem no placar.

Nos 15 minutos finais da primeira etapa, o jogo voltou a ser como no início: nervoso e com entradas duras. Houve até um início de desentendimento geral, depois que Verón mostrou não ter esquecido a cotovelada na Argentina e empurrou Ramires.

Virada fatal

Logo aos seis minutos da etapa complementar, a torcida no Mineirão explodiu de alegria. E graças a uma jogada que o Cruzeiro não havia explorado até então: em uma conclusão de longe. Henrique se deslocou, recebeu passe de Marquinhos Paraná e chutou. A bola desviou em Desábato e fugiu do alcance de Andújar: 1 a 0.

Os cruzeirenses ensaiaram um estilo de jogo de maior paciência, tocando a bola na intermediária de um lado para o outro. Mas a vantagem no placar durou apenas seis minutos. Num descuido da defesa, Cellay recebeu passe pela direita e cruzou à meia altura. Jonathan não alcançou, Fábio saiu em falso, e Fernández - dentro da pequena área - completou para a rede, empatando a partida.

O gol devolveu o nervosismo ao Cruzeiro e fez cair o desempenho de alguns de seus jogadores. Ramires, que já não havia feito um bom primeiro tempo em sua despedida do clube, desapareceu de vez. Wagner, que sentiu uma lesão no tornozelo no início da partida, já não conseguia ajudar na articulação de jogadas e foi substituído por Athirson.

Aproveitando falhas na marcação, o Estudiantes passou a chegar com alguma facilidade à intermediária no ataque. Aos 23 minutos, Boselli recebeu passe, girou e chutou para defesa tranquila de Fábio. Quatro minutos depois, o atacante levou a melhor sobre o goleirão do Cruzeiro. Subiu sozinho na área, após cobrança de escanteio de Verón, e cabeceou no canto: 2 a 1. Com o gol, Boselli chegou a oito e terminou como artilheiro isolado da Libertadores.

O Cruzeiro ainda tentou pressionar o adversário e quase chegou ao empate por três vezes a partir dos 40 minutos. Na primeira, Thiago Ribeiro aproveitou o rebote em uma cobrança de escanteio e soltou uma bomba, acertando o travessão. Depois, livre na área, o mesmo atacante chutou mal, por cima do gol. A chance derradeira veio nos pés de Thiago Heleno, que também pegou mal na bola.

Ficha da decisão
CRUZEIRO 1 x 2 ESTUDIANTES
Fábio, Jonathan, Leonardo Silva, Thiago Heleno e Gerson Magrão; Henrique, Marquinhos Paraná, Ramires e Wagner (Athirson); Kléber e Wellington Paulista (Thiago Ribeiro). Andújar, Cellay, Desábato, Schiavi e Germán Ré; Braña (Sánchez), Verón, Enzo Pérez e Benítez (Juan Manuel Díaz); Gastón Fernández (Calderón) e Boselli.
Técnico: Adilson Batista. Técnico: Alejandro Sabella.
Gols: Henrique, aos seis, Fernández, aos 12, e Boselli, aos 27 minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos: Kléber (Cruzeiro); Verón, Braña, Cellay, Sánchez (Estudiantes).
Estádio: Mineirão, em Belo Horizonte (MG) Data: 15/07/2009. Árbitro: Carlos Chandía (CHI). Auxiliares: Patrício Basualto (CHI) e Francisco Mondría (CHI).

Fonte: Globo.com


Comentário da Redação
Faltou maturidade

Não tenho dúvidas em afirmar que o Cruzeiro foi o time que praticou o melhor futebol da Libertadores. Mas quem levou o título da Copa, com todos os méritos, foi o Estudiantes.

Isso me faz ter ainda mais certeza de que na Libertadores nem sempre o melhor vence. Experiência é muito importante no momento de uma decisão do tão temido torneio sul-americano. Por isso, acredito que faltou cancha ao Cruzeiro, rodagem, jogo de cintura, maturidade.

O time da Raposa é formado por jovens jogadores, alguns sem qualquer experiência internacional. Já, pelo contrário, o Estudiantes é munido até os dentes de experiência. E foi essa vivência dos argentinos que fez a diferença.

Na primeira etapa, o Estudiantes dominou completamente a partida. Talvez tenha até tido menos posse de bola, mas foi muito mais perigoso quando teve a bola nos pés. Enquanto isso, o Cruzeiro sofria com a dura marcação do rival e se irritava com isso. Atitude que não é recomendável para quem quer vencer a Copa.

No segundo tempo, o Cruzeiro achou um gol em belo tiro de Henrique, por sinal, um belo jogador. Nesse momento, um time de "macacos velhos" teria tocado a bola, reforçado a marcação, invertendo as ações do jogo e passando a jogar no erro do adversário. Pelo contrário, a Raposa deu campo ao adversário, se afrouxou e em poucos minutos o placar já havia virado um 2 a 1 para o Estudiantes.

Era tudo o que não podia acontecer...

Foi até triste ver a infantilidade de jogadores como Wellington Paulista, Ramires, Wagner, entre outros, que passavam todo o descontrole que abateu o time cruzeirense.

Em uma noite inspirada de Verón, que repetiu o feito do seu pai, tricampeão da Libertadores pelo Estudiantes, los pinchas dominaram o jogo do começo ao fim e mostraram que jogadores como o próprio Verón, Schiavi, Boselli são fundamentais para qualquer time que pensa em levantar o caneco mais desejado da América.

Conceitos - CRUZEIRO

Fábio - REGULAR: Ao contrário do jogo de ida, participou pouco nesta quarta. Só teve o trabalho de buscar as bolas no barbante.
Jonathan - PÉSSIMO: Todo contra-ataque do Estudiantes começa pelo seu lado do campo. E ele nunca estava presente por lá.
Leonardo Silva - REGULAR: Fez algumas boas intervenções, mas não era um de seus melhores dias.
Thiago Heleno - PÉSSIMO: Completamente perdido em campo.
Gerson Magrão - PÉSSIMO: Além de ser um avenida, tal qual o Jonathan, ainda é um desastre com a bola nos pés. Horrível!
Henrique - ÓTIMO: O melhor em campo com a camisa celeste. Fez o gol da Raposa e organizou muito bem o meio-campo, nas poucas vezes em que isso foi possível.
Marquinhos Paraná - BOM: Fez sua parte e muito bem feita. Limpou os trilhos do meio-campo.
Ramires - PÉSSIMO: Totalmente descontrolado. Se despede do Cruzeiro da pior forma possível.
Wagner - PÉSSIMO: Outro nervosinho que não jogou nada.
(Athirson) - SEM CONCEITO: Mal tocou na bola.
Kléber - REGULAR: Não viu a cor da bola diante da experiente defesa argentina. Mas lutou bravamente. Chega a ser comovente o esforço do "Gladiador".
Wellington Paulista - PÉSSIMO: Destoa completamente do time. Sentiu demais o peso da decisão.
(Thiago Ribeiro) - REGULAR: Em pouco mais de 15 minutos em campo, Thiago Ribeiro conseguiu ser o destaque, negativo e postivo, do segundo tempo. Mandou uma bola incrível na trave, mas perdeu dois gols ainda mais espetaculares.
Téc: Adilson Batista - BOM: Montou um time leve, bonito de se ver e que deu um show de bola na Libertadores. No jogo de hoje, fez o que era possível, mas o time (e o próprio treinador) mostraram carecer de um certa malandragem de Libertadores.

ESTUDIANTES

Juan Sebastian Verón pode encerrar a carreira feliz, se quiser. Fez de tudo para levar o Estudiantes para a Libertadores e fez questão de jogar o torneio com los pinchas. O time chegou à decisão e "La Brujita" deu um show de como se joga futebol com a maestria argentina. Atuação excelente no Mineirão. Outro que tratou la pelota como poucos foi "La Gata" Fernandéz, autor do gol de empate argentino.

Schiavi e Desábato na defesa também foram muito bem. Principalmente no jogo de nervos com os cruzeirenses, que não souberam como sair dessa armadilha. E falando em jogadores rodados, Mauro Boselli tem apenas 24 anos. Mas já soma duas Copas Libertadores e uma Sul-americana. Oportunista, marcou o gol do quarto título do Estudiantes.

O time argentino provou que Libertadores, com algumas exceções (e podemos contar nos dedos), é para times experientes, calejados e que não dispensam um bom futebol. Parabéns aos hermanos tetracampeões.


Direto da Redação











Redator: Ricardo Pilat
ricardo.pilat@yahoo.com.br

3 comentários:

  1. É não deu para o Cruzeiro, o time lutou lutou mas o titulo ficou com os argentinos....
    mas temos que concordar que o título ficou em boas mãos...

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  2. Concordo, Ricardo. Também acho que faltou maturidade. O Cruzeiro é um time melhor, mas eu já vinha comentando com uns amigos que não tinha cara de campeão de Libertadores, o que não quer dizer que não venceria. Pra mim o destaque negativo é a torcida, que foi muito fraquinha para uma final de uma competição tão importante. Gostei mais da torcida do Fluminense no ano passado, que deu um verdadeiro show.

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  3. e agora Kléber? vai oferecer o vice para os palmeirenses? TRI CAMPEÃO só o Tricolor paulista!!

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