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domingo, 30 de agosto de 2009

Campeonato Brasileiro > Em tarde de goleiros, clássico paulista fica no empate no Morumbi

* Sob os olhares de Vágner Love, São Paulo e Palmeiras perdem muitas oportunidades por erros de conclusão

Com Vagner Love como espectador, São Paulo e Palmeiras não saíram do 0 a 0 na tarde deste domingo, no Morumbi, pelo Brasileiro. Rogério Ceni e Marcos - principalmente este - foram muito exigidos durante a partida e impediram que houvesse um vencedor. Mas também foram ajudados pela pontaria ruim que assolou os jogadores dos dois lados.

A distância de quatro pontos entre as equipes se manteve, mas as posições podem mudar. O Tricolor está na terceira colocação, com 37 pontos, e corre o risco de ser ultrapassado pelo Internacional, que joga às 18h30m contra o Goiás. Se vencer, o time goiano se iguala aos 41 pontos do Palmeiras, mas leva a melhor no número de vitórias.

Na próxima rodada, o time do Palestra Itália recebe o Barueri às 18h30m de sábado. No dia seguinte, o São Paulo encara o Cruzeiro no domingo, às 16h, no Mineirão.

Muito trabalho para Marcos

O clássico foi assunto durante a semana toda por vários aspectos: o reencontro do alviverde Muricy Ramalho com o ex-clube, o duelos das melhores defesas do Brasileiro e a marca histórica de Rogério Ceni, que ultrapassou Zinho e hoje é o atleta com mais partidas na competição. Na entrada de Muricy no gramado, houve algumas vaias.

O treinador preparou um Palmeiras no 4-4-2, mas logo perdeu Maurício Ramos, machucado, aos 21 minutos. Colocou Marcão pela esquerda, recuou Edmílson para a função de líbero e soltou Armero para explorar os espaços deixados por Jean, que não é lateral de origem.

Antes mesmo de fazer a substituição, o Verdão teve a primeira chance do jogo, aos quatro minutos. Rogério Ceni recebeu na fogueira e não conseguiu repor a bola, que ficou com Diego Souza. Ele tocou para Armero tentar de primeira, balançando a rede pelo lado de fora.

Washington deu o troco aos 12, com um chute forte, por cima do travessão. Aos 16, Jorge Wagner tentou marcar, mas Marcos se destacou com boa defesa. O ídolo foi novamente exigido em uma boa jogada de Dagoberto.

Depois da mudança no Palmeiras, Washington deu um grande susto em Marcos com uma bomba da entrada da área, após passe de calcanhar de Dagoberto. O goleiro se esticou todo e impediu o gol tricolor. O camisa 9, aliás, chegou a sentir dores nas costas após o lance, e Borges se preparou para entrar, mas o centroavante se recuperou e seguiu na partida.

Depois de um Palmeiras com todo o gás, o São Paulo melhorou na sequência da primeira etapa e fez valer a força de anfitrião, mas ainda não foi o suficiente para tirar o placar do zero.

Ceni aparece, mas Marcos segue com mais trabalho

Se havia melhorado no primeiro tempo, o dono da casa viu a situação ficar ruim no segundo. Hernanes, sentindo dores no joelho, não voltou e foi substituído por Arouca. Muricy resolveu tirar Ortigoza e colocar Souza. Ganhou um jogador no meio e mandou que Diego Souza e Cleiton Xavier explorassem as pontas e encostassem em Obina.

A estratégia palmeirense começou a dar resultado. O time passou a criar as melhores chances. Aos seis minutos, Diego Souza arriscou e viu Ceni ficar com a bola. Um minuto depois, Obina tentou aproveitar um cruzamento e mandou por cima do travessão, deixando a zaga são-paulina ainda mais ligada. O camisa 1 tricolor passou a se destacar também, assim como Marcos já fazia desde o início.

Ricardo Gomes pôs Borges na partida aos 13 minutos, e Washington ouviu algumas vaias, como vem acontecendo em confrontos no Morumbi. Sem muita paciência, a torcida tricolor estava mais apreensiva pela necessidade de vencer a partida e impedir que o Palmeiras abrisse uma larga vantagem na liderança. Os torcedores visitantes estavam mais contentes. Arouca levantou o ânimo dos são-paulinos aos 21, com um chute muito forte da intermediária. Marcos precisou espalmar.

Miranda ainda tentou furar o bloqueio palmeirense em uma cabeçada, aos 24. Jorge Wagner resolveu correr para tentar deixar o São Paulo à frente por duas vezes: em ambas ele tocou para Junior Cesar, que não teve sucesso na continuidade da jogada. Insatisfeito com o empate em casa, Gomes tentou uma última cartada, substituindo Dagoberto por Hugo. Enquanto o jogador se preparava para entrar, Arouca conseguiu mais uma arrancada e passou para Borges na entrada da área. O camisa 17 isolou a bola, irritando a torcida.

O chute sem direção de Jean, que recebeu a bola em boa posição na área, foi a gota d'água para muitos são-paulinos, que começaram a deixar o estádio. Danilo fez Ceni trabalhar aos 39, com uma cabeçada. A última boa chance foi uma cobrança de Jorge Wagner, mas o jogador desperdiçou a oportunidade, acertando a barreira. O placar se manteve intacto e os donos da casa lamentaram mais o resultado - o mesmo do primeiro turno, no Palestra Itália.

Ficha técnica
SÃO PAULO 0 x 0 PALMEIRAS
Rogério Ceni, André Dias, Renato Silva e Miranda; Jean, Hernanes (Arouca), Richarlyson, Jorge Wagner e Junior Cesar; Dagoberto (Hugo) e Washington (Borges). Marcos, Wendel, Maurício Ramos (Marcão), Danilo e Armero; Edmílson, Pierre. Cleiton Xavier (Deyvid Sacconi) e Diego Souza, Ortigoza (Souza) e Obina.
Técnico: Ricardo Gomes. Técnico: Muricy Ramalho.
Cartões amarelos: Miranda, Jorge Wagner (São Paulo); Diego Souza, Obina (Palmeiras).

Estádio: Morumbi. Data: 30/08/2009. Árbitro: Heber Roberto Lopes. Auxiliares: Vicente Romano Neto (ES) e Ednilson Corona (SP). Renda e público: R$ 1.412.320,00/ 41.083 pagantes


Fonte: Globo.com



Comentário da Redação
Visão tricolor > Faltou mais ousadia
por Pedro Silas - pedro_sccp@hotmail.com

Mesmo jogando em casa, o São Paulo "deixou" o Palmeiras jogar nos minutos iniciais, e viu o rival ficar perto de abrir o placar numa falha de Rogério Ceni, que entregou de bandeja para o Diego Souza. A torcida palmeirense chegou até a gritar gol, após o chute de Armero, que passou muito perto e balançou a rede pelo lado de fora.

Aos poucos o São Paulo se acertou e conseguiu impor seu jogo. Raça e movimentação não faltaram para o Tricolor. O símbolo disso era Dagoberto, que caía pelos dois lados, voltava para buscar jogo, passava bem para os companheiros e arriscava ao gol. Começou jogando muito bem o camisa 25.

Pelas chances criadas e pelo volume de jogo que teve, uma vitória parcial do São Paulo ao final do primeiro tempo não seria injusta. No intervalo, Hernanes saiu com dores na coxa, Arouca entrou em seu lugar. Em tese, perde em criatividade, mas o camisa 10 são paulino estava sumido e a tendência era o Arouca entrar com mais fome de bola e dar mais rapidez no meio-campo.

Assim como no primeiro tempo, o Verdão começou melhor a etapa complementar e criou algumas chances de gol, mas Rogério se mostrou seguro. Logo aos 12 minutos, o técnico são-paulino colocou Borges no lugar de Washington. O camisa 9 estava jogando bem e não merecia sair. E por contusão não foi, pois ele mesmo disse que não pediu para ser substituído.

Depois do bom começo dos visitantes, o jogo ficou bem equilibrado, sem chances de gols com jogadas trabalhadas. A última cartada de Ricardo Gomes foi a entrada de Hugo no lugar do Dagoberto. Correto por substituir um jogador nitidamente cansado.

Mas faltou ousadia da equipe são-paulina e principalmente do seu técnico, que trocou seis por meia dúzia no início do segundo tempo. Assim não sobrou substuição para colocar o time mais à frente. A entrada do Marlos no lugar do Jean seria uma ótima opção para dar mais ofensividade pela direita.

Claro que uma derrota seria uma tragédia, mas um empate é ruim para o São Paulo. Na próxima rodada o Tricolor paulista vai ao Mineirão enfrentar o embalado e bom Cruzeiro. Enquanto o Palmeiras recebe o Barueri no Palestra Itália. Ou seja, as chances do Palmeiras abrir sete pontos para o São Paulo na próxima rodada são boas.

Conceitos

Rogério Ceni - BOM: Cometeu uma falha no começo, mas fez boas defesas.
Renato Silva - BOM: Bem posicionado, jogou sério e fez bem sua parte.
André Dias - REGULAR: Poderia ter colocado tudo a perder quando adiantou demais a bola no campo de defesa e perdeu para o Diego Souza. De resto, também esteve bem posicionado e foi bem na cobertura.
Miranda - BOM: Categoria e muita tranquilidade para sair jogando. E ganhou todas por cima.
Jean - REGULAR: Não me agrada muito como ala. Até defensivamente, achei que deixou o Armero solto.
Richarlyson - ÓTIMO: Com uma raça gigantesca, marcou muito, tocou bem a bola e não parou um minuto. Voltou a ser um jogador que pega a bola e vai pra cima, tenta jogo, e não apenas toca de lado. Prova disso é que dois jogadores palmeirenses tomaram cartões por para-lo com faltas.
Hernanes - REGULAR: Um passe refinado aqui, um grande lançamento ali, mas só.
(Arouca) - BOM: Entrou bem no jogo. Quase fez um gol de fora da área e deu um belo passe para o Borges, que não soube aproveitar.
Jorge Wágner - BOM: É um bom coadjuvante. Quando tinha o Hernanes em campo, fez um jogo muito bom, mas quando teve mais a responsabilidade de fazer o time andar, caiu um pouco de rendimento.
Júnior César - BOM: Puxou muito bem os contra-ataques no primeiro tempo e apesar de ser um lateral mais ofensivo, marcou muito bem.
Dagoberto - BOM: Fez um primeiro tempo muito bom e a maioria das chances do São Paulo saíram dos seus pés. Cansou no segundo tempo e depois foi substituído.
(Hugo) - REGULAR: Me pareceu meio perdido no posicionamento.
Washington - BOM: Criou duas boas oportunidades e obrigou o Marcos a fazer uma grande defesa. Não merecia ter saído.
(Borges) - REGULAR: Errou a maioria das coisas que tentou.
Téc: Ricardo Gomes - REGULAR: Deveria ter sido mais ousado. Trocou apenas seis por meia dúzia.


Visão palmeirense - Jogou pelo 0 a 0
por Ricardo Pilat - ricardo.pilat@yahoo.com.br

Antes do início do clássico, a expectativa era de um Palmeiras fechado, explorando o contra-ataque para derrotar o São Paulo. Não foi bem assim, já que o Verdão foi a campo com dois meias e dois atacantes, pressionando a saída de bola e criando boas jogadas.

Estava dando certo, mas a saída de Maurício Ramos, por lesão, ainda no primeiro tempo, e a consequente entrada de Marcão mudaram um pouco o aspecto do jogo. O Palmeiras adotou um 3-5-2 e preferiu se arrsicar menos. Chamou muito o São Paulo, mais até do que devia.

Esse panorama se agravou na etapa final, quando Muricy tirou Ortigoza e colocou o bom volante Souza. Entretanto, o Palmeiras abdicou do ataque e passou a sair apenas na boa, jogando da forma que se esperava antes do apito inicial. E poucas foram essas boas oportunidades. O jogo acabou ficando morno, chato e preguiçoso, pois o Verdão mostrava-se satisfeito com o empate, e o São Paulo, que tentou tomar a iniciativa do clássico, acabou esbarrando nos próprios erros.

No fim das contas, o resultado foi justo, pois um time, o São Paulo, não soube transformar seu domínio territorial em chances de gols. Errou muitos passes e ficou dependente de jogadas individuais de Dagoberto, um dos poucos lúcidos no Tricolor. O outro time, o Palmeiras, resolveu jogar pelo 0 a 0, e saiu com a tarefa cumprida, mantendo-se na primeira posição.

Conceitos

Marcos - ÓTIMO: Um dos melhores em campo. Fez belas defesas, principalmente no primeiro tempo, quando jogo ainda era movimentado.
Wendel - BOM: Um lateral muito eficiente na marcação e importante no apoio.
Maurício Ramos - SEM CONCEITO: Mal havia tocado na bola quando teve de ser substituído.
(Marcão) - REGULAR: Até que não entrou mal, mas exagerou nas pancadas.
Danilo - BOM: Apoiado pela boa cobertura de Edmilson, fez um bom papel atuando pela direita da defesa.
Armero - BOM: Atacou na boa e foi peça importante nos contra-ataques mais perigosos no Verdão.
Edmílson - ÓTIMO: Jogou um futebol de primeira na sua posição certa para o momento: atrás dos zagueiros, sendo homem de sobra e aparecendo bem na saída de bola quando necessário.
Pierre - BOM: Mais uma vez correu o campo todo, marcando firme.
Cleiton Xavier - REGULAR: Jogou ainda sem estar 100% condicionado e deixou a desejar.
(Deyvid Sacconi) - REGULAR: Um jogador muito burocrático. Atrasou a vida do Palmeiras
Diego Souza - REGULAR: Principalmente no segundo tempo, sumiu do jogo. A bola chegou pouco chegou e ele também não fez muita questão de buscá-la.
Ortigoza - REGULAR: Não incomodou a defesa tricolor.
(Souza) - ÓTIMO: Gosto muito desse cara. Entrou marcando forte e complicando a coisa para o São Paulo, que já tinha dificuldade para jogar contra um volante palmeirense e teve ainda mais para passar por Pierre e Souza no segundo tempo.
Obina - REGULAR: Não viu a cor da bola.
Téc: Muricy Ramalho - REGULAR: Apesar de aprovar suas substituições, acho que faltou uma certa dose de ousadia ao treinador. Muricy pareceu se contentar demais com o empate, sem fazer questão de buscar um resultado ainda melhor.


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