Campeonato Brasileiro > São Paulo vacila no Rio, mas segue líder

* Tricolor conta com tropeço dos rivais e pode ser campeão na próxima rodada; Bota é o 16º

Não faltou raça e vontade ao Botafogo neste domingo, que lutou até o último minuto e arrancou uma suada vitória diante do São Paulo, no Engenhão, por 3 a 2, pela 36ª rodada do Campeonato Brasileiro.

Se o resultado foi excelente para o Alvinegro, que manteve-se fora da zona de rebaixamento, com 44 pontos, na 16ª posição, o mesmo não se pode dizer do Tricolor. No entanto, apesar da derrota, o São Paulo ainda é o líder absoluto do Brasileirão, com 62 pontos, um a mais que o Flamengo - que apenas empatou com o Goiás.

E o time do técnico Ricardo Gomes pode ser campeão na próxima rodada. Para isso, o Tricolor precisa derrotar o Goiás, jogando no Serra Dourada e contar com uma vitória do rival Corinthians diante do Flamengo, em Campinas.

Washington coloca o São Paulo no jogo

O Botafogo começou em ritmo acelerado no Engenhão. Após algumas jogadas de perigo, o Fogão abriu o placar logo aos 14 minutos. O atacante Jobson recebeu na entrada da área, driblou Renato Silva e bateu firme, no ângulo de Rogério Ceni: 1 a 0.

Após o gol, o Botafogo recuou e passou a administrar a partida. Sem correr muitos riscos, o clube da estrela solitária tocava a bola e fazia o tempo passar, sem que o São Paulo incomodasse.

Mas nos minutos finais da primeira etapa, o Tricolor passou a sufocar o Botafogo e a pressão surtiu efeito. Marlos obrigou Jefferson a grande defesa aos 42 minutos e Miranda acertou a trave aos 48 minutos. E aos 50 minutos (o jogo ficou parado por dois minutos, para que os atletas tomassem água), Washintou escorou de cabeça um belo cruzamento de Junior César e empatou o jogo.

Virada tricolor e virada alvinegra

Na etapa final, o São Paulo voltou melhor e buscou a virada, que veio aos 10 minutos. Após cobrança de lateral pela esquerda do ataque, a bola chegou em Washington na grande área. Ele se enroscou com seu marcador e Jorge Wagner chegou batendo para balançar a rede.

Mas quem pensava que o jogo estava definido se enganou. Logo aos 13, Jobson entrou na área pela esquerda, cruzou. A bola bateu na defesa do São Paulo e voltou para o próprio atacante botafoguense, que tocou para a pequena área e achou Renato, livre, para fazer de cabeça: 2 a 2.

Com o jogo equilibrado, o São Paulo viu-se com um a menos em campo com a expulsão de Richarlyson, aos 25 minutos. Mesmo com a desvantagem, o Tricolor levou perigo aos 30, com um belo chute de Hernanes que explodiu no travessão. E aos 38, os dois times ficaram com dez homens em campo, já que Juninho também foi para o chuveiro mais cedo.

E o equilíbrio - no placar e em número de atleas - acabou aos 43 minutos da etapa final. Jobson recebeu lançamento e ficou mano-a-mano com Miranda. O camisa nove passou fácil pelo zagueiro e mandou uma bomba para o gol, sem chances para Rogério Ceni. Na comemoração, Jobson tirou a camisa e recebeu o segundo cartão amarelo, deixando o Bota com um e menos.

Nos acréscimos, Rodrigo Dantas ainda foi expulso, deixando o Tricolor com dois jogadores a mais, sem que houvesse, todavia, tempo para buscar um resultado melhor no grande jogo do Rio de Janeiro.

Ficha do jogo
BOTAFOGO 3 X 2 SÃO PAULO

Estádio: Olímpico João Havelange (Engenhão), Rio de Janeiro (RJ)
Data/hora: 22/11/2009 - 17h (de Brasília)
Árbitro: Sandro Meira Ricci (Aspirante Fifa-DF)
Auxiliares: Altemir Hausmann (Fifa-RS) e Alessandro Alvaro Rocha de Matos (Fifa-BA)
Renda/público: R$ 270.536,00 / 26.513 pagantes
Cartões amarelos: Renato e Jobson (BOT); Renato Silva, Richarlyson e Wellington (SAO)
Cartões vermelhos: Richarlyson, 25'/2ºT (SAO), Juninho, 38'/2°T (BOT), Jobson, 43/2°T (BOT) e Rodrigo Dantas, 48'/2°T (BOT)
GOLS: Jobson, 14'/1°T (1-0); Washington, 49'/1°T (1-1); Jorge Wagner, 10'/2°T (1-2); Renato, 13'/2°T (2-2); Jobson, 43'/2°T (3-2)

BOTAFOGO: Jefferson, Alessandro, Juninho, Wellington e Diego; Leandro Guerreiro, Fahel (Rodrigo Dantas, 35'/2°T), Lucio Flavio e Renato (Jônatas, 32'/2°T); Jobson e Reinaldo (Victor Simões, intervalo).
Téc: Estevam Soares.

SÃO PAULO: Rogério Ceni, Renato Silva, Miranda e Richarlyson; Adrián González (Wellington, 26'/2°T), Arouca (Zé Luiz, 18'/2°T), Hernanes, Jorge Wagner e Junior Cesar; Marlos (Henrique, 39'/2°T) e Washington.
Téc: Ricardo Gomes.


Comentário da Redação
Sorte de campeão, mas o futebol...

Que sorte o São Paulo deu hoje, hein? O Tricolor chegou a virar o jogo diante do Botafogo, mas não se impôs como líder do campeonato e cedeu o triunfo ao time carioca. Entretanto, o Flamengo tropeçou feio em casa e manteve o clube do Morumbi na liderança do torneio.

Se a sorte do São Paulo é a de um autêntico campeão, não se pode dizer o mesmo do pobre futebol apresentado pelo Tricolor. Que coisa horrível. Claro, devemos ponderar os desfalques (cinco!), a vontade que o adversário apresentou... mas nada justifica uma apresentação tão abaixo da média. Raros foram os momentos de bom futebol do São Paulo e todos eles passaram pelos pés de Jorge Wagner, o melhor jogador do time de Ricardo Gomes nesta reta final do campeonato.

A defesa do São Paulo voltou a falhar muito e foi fundamental para que o Botafogo encontrasse as redes de Rogério Ceni em três oportunidades. A escolha por Richarlyson ao lado de Renato Silva e Miranda, que também foram muito mal, mostrou-se infeliz.

A verdade é que o São Paulo ainda está com o campeonato na mão, muito mais pela incompetência dos adversários do que o contrário. Tenho total convicção quando afirmo que, seja quem for o campeão, será este o mais incompetente dos campeões brasileiros na era dos pontos corridos.

E para que o incompetente São Paulo 2009 conquiste o título pelo quarto ano consecutivo sem depender dos outros adversários, basta derrotar o Goiás fora de casa, na próxima rodada, e o Sport, na rodada final. Basta jogar futebol, algo que o Tricolor só fez durante aquela série de nove vitórias seguidas, ainda no primeiro turno do campeonato. Faz tempo que o time de Ricardo Gomes não joga nada...

O Bota respira

E o Botafogo se superou no Engenhão. Era o mínimo que os alvinegros poderiam fazer após a apática atuação diante do Barueri, na última rodada. Comandados por Jóbson e se aproveitando de muitas falhas da defesa adversário, o Fogão bateu o líder e segue fora da zona de rebaixamento.

Até quando? Não sei. A tabela é muito cruel com o clube da estrela solitária e somente muita superação poderá salvar o Alvinegro de mais um rebaixamento. Enquanto isso, o Fluminense segue fungando no cangote.


Direto da Redação

Redator: Ricardo Pilat
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