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Perdeu o título e a cabeça

Na semana passada, o presidente palmeirense Luiz Gonzaga Beluzzo, um economista sério e respeitado por todos, veio a público para mostrar o quanto o futebol transforma uma pessoa. Beluzzo desceu do posto de presidente e se rebaixou a um torcedor comum, movido pela paixão.

Achei que era o sinal definitivo de que alguma coisa estava errada no clube alviverde. Que o título estava perdido, após aquela derrota para o Fluminense, isso era quase que evidente. No entanto, a coisa era pior do que qualquer um imaginava.

Nesta quarta, ficou claro que o grupo do Palmeiras vem sentindo essa má fase e que alguns jogadores perderam o controle. E isso explodiu em Obina e Maurício, que se pegaram no tapa contra o Grêmio e expuseram ao público os problemas internos que vive o Verdão. O quase campeão perdeu o título e a cabeça.

E de quem a culpa? Do presidente que se mostrou despreparado para o cargo e teria incitado o ânimo de atletas e torcedores? De Muricy Ramalho, incapaz de controlar seus jogadores durante o momento da queda de rendimento? Dos jogadores, que criaram um clima ruim, desencadeando um racha no elenco?

É difícil dizer isso. É difícil dizer se a perda do título veio por conta desses problemas óbvios de temperamento ou se foi a série de maus resultados que causou todo esse stress na Academia de Futebol. Quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha?

A verdade é que o Palmeiras não será o campeão brasileiro e terá muitos problemas para resolver se ainda quiser conquistar uma vaga na Libertadores e não será só afastando os brigões de quarta que isso irá acontecer.

Falando nisso...

Sobre o duelo Obina x Maurício, fico ainda dividido entre as opiniões que ouvi. Que os dois erraram feio, é fato. No entanto, será que demiti-los era a melhor (ou a única) saída? Tendo a achar que não, apesar de entender que a diretoria tivesse que tomar uma atitude.

O que tenho certeza é que os cartolas do Palmeiras erraram ao anunciar a decisão logo depois do jogo contra o Grêmio, no calor do vestiário. Era muito mais fácil abafar o caso, dizer que a situação dos dois seria discutida internamente, para depois, sim, anunciar uma decisão.

Já que a situação parece irreversível, só tenho a lamentar pelo garoto Maurício, que parecia ser bom jogador. Apesar disso, muito se fala nos corredores do Palestra Itália que o zagueiro não era unânimidade entre os principais jogadores do Palmeiras. Obina teve um bom papel durante esses últimos meses, mas não fará tanta falta e será sempre lembrado pelos três gols contra o Corinthians.


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* A coluna Mondo Verde comenta as últimas notícias e acontecimentos da Sociedade Esportiva Palmeiras.

Direto da Redação

Colunista: Ricardo Pilat
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