
O resultado, no entanto, não mudou a situação do Tricolor na tabela de classificação. A equipe do Morumbi continua na terceira posição, com 30 pontos, quatro a mais que o Corinthians, primeiro time fora do G-4 que se garante na semifinal. Já o Bragantino, que venceu pela quarta vez no torneio, subiu para a 14ª posição na tabela, com 17 pontos, e se afastou um pouco da zona de rebaixamento.
Tricolor mais rápida, mas sem referência
Em relação ao time considerado titular, o São Paulo entrou em campo com três ausências: Alex Silva e Washington, poupados, e Richarlyson, machucado. E, sem a sua principal referência na área, o time mudou seu estilo de jogo, apostando tudo na velocidade de Marlos e Dagoberto na frente.
Com Marlos e Dagoberto abertos pelas pontas, a ideia era de que Léo Lima , Jorge Wagner e Hernanes se alternassem na chegada pelo meio. Mas faltava uma referência na área.
Isso começou a funcionar a partir dos 20 minutos, quando o time tomou conta da partida. Com trocas rápidas de passes e muita movimentação do meio para a frente, o Tricolor começou a chegar com perigo ao gol adversário. Aos 21, Marlos fez bela jogada pela direita, invadiu a área e bateu cruzado. Gilvan fez boa defesa. Nove minutos depois, Hernanes desceu livre pela direita e cruzou na medida para Jean que, de frente para o gol, bateu errado. A bola ainda sobrou para Marlos, na esquerda da área, mas o camisa 16 também errou na finalização.
Segundo tempo equilibrado
Ao contrário do primeiro tempo, quando o São Paulo dominou a partida, o jogo foi equilibrado e ganhou em emoção na etapa complementar. Isso porque o Bragantino resolveu sair para o jogo e passou a aproveitar os espaços da defesa tricolor, que seguia buscando o ataque.
A primeira chance de gol foi do São Paulo. Aos dois, Jorge Wagner foi lançado dentro da área e só não fez o gol porque Paulinho fez o desarme preciso, na hora do arremate. A resposta do Bragantino, que voltou com Rodriguinho na vaga de Léo Jaime, foi imediata. Aos cinco, Alex Afonso fez boa jogada pela esquerda e cruzou para Paulinho, que bateu rasteiro, no canto direito de Rogério Ceni, que já estava batido. Miranda, em cima da linha, conseguiu conter a bola, que ficou parada em cima da linha. Rapidamente, Ceni pulou e ficou com a bola.
Como o futebol não é lógico, no momento em que o São Paulo era melhor na partida, o Bragantino abriu o marcador. Aos 36, após cobrança de escanteio, Maurício subiu mais alto que Rodrigo Souto e testou firme, no ângulo de Rogério Ceni, que não teve a menor chance de defesa.
Em desvantagem, o Tricolor, no desespero, subiu com tudo ao ataque. Mas não conseguiu mais levar perigo. E só não terminou a partida com dez homens porque o juiz José Henrique de Carvalho não expulsou o zagueiro André Luis, que deu uma cabeçada em Paulinho.
Ficha do jogo
BRAGANTINO 1 x 0 SÃO PAULO | |
Gilvan; Marcelo Godri, Gustavo e Mauricio; Diego Macedo, Francis (Luiz Antônio), Paulinho, Lucio e Esquerdinha, Leo Jaime (Rodriguinho) e Alex Afonso (Juninho Quixadá). | Rogério Ceni; Jean, André Luis, Miranda e Junior Cesar; Rodrigo Souto, Hernanes, Jorge Wagner e Leo Lima (Marcelinho Paraíba); Marlos (Fernandinho) e Dagoberto (Roger). |
Técnico: Marcelo Veiga. | Técnico: Ricardo Gomes. |
Gol: Maurício, aos 36min do segundo tempo. | |
Cartões amarelos: Alex Afonso, Luiz Antônio, Juninho Quixadá, Paulinho e Lúcio (Bragantino); Junior Cesar, André Luis, Jorge Wagner e Léo Lima (São Paulo) | |
Estádio: Marcelo Stéfani, em Bragança Paulista (SP). Data: 24/03/2010. Árbitro: José Henrique de Carvalho. Auxiliares: Celso Barbosa de Oliveira e Giovani Cesar Canzian |
Comentário da Redação
Quando está acertando...
O time vinha jogando direitinho, ganhando padrão de jogo, ganhando um molde de equipe, encorpando no campeonato. E justamente quando tudo isso acontecia, Ricardo Gomes decidiu mudar.
Com um meio-de-campo formado por meias mais técnicos e cadenciadores, há a necessidade de se haver alguém na área para receber. O que não era o caso com um ataque formado por Marlos e Dagoberto.
O time criou mais ficou, mas ficou carente de alguém que empurrasse a bola para as redes. A derrota fica como um alerta: É necessário consistência e padrão.
Dentro do elenco do São Paulo já está claro quais são as opções, só basta Ricardo Gomes querer enxergá-las.
Conceitos
Rogério Ceni – BOM: Seguro em todas as bolas que chegou, inclusive fazendo importantes defesas. Não teve culpa no gol.
Jean – REGULAR: Esforçado. Como lateral, é um ótimo volante.
André Luis – PÉSSIMO: Fraco na marcação, estabanado, e ainda deu uma cabeçada no adversário. Continua o mesmo André Luis de antes. Não deveria ser nem opção no banco.
Miranda – ÓTIMO: Fez sua melhor partida na temporada. Cobriu bem os buracos deixados por André Luis, foi soberano em seus desarmes e ainda salvou um gol em cima da linha.
Junior César – REGULAR: Não brilhou no ataque e não comprometeu na marcação.
Rodrigo Souto – BOM: Discreto, muito seguro e dá qualidade no primeiro passe.
Hernanes – REGULAR: Mais uma partida típica. Fica nulo durante grande parte do jogo, aparece por dois lances e mete uma bola na trave. O time precisa dele, mas ele precisa querer jogar.
Jorge Wagner – BOM: O melhor jogador da parte ofensiva. Levou perigo ao gol de Gilvan por diversas vezes, inclusive entrando na área. Dá uma qualidade rara no meio-de-campo são-paulino. Tem que ser titular.
Léo Lima – PÉSSIMO: Foi uma partida digna de Léo Lima. Sonolento, prendeu a bola em demasia e ainda errou todos os passes que tentou. Ainda levou um cartão extremamente bobo e desnecessário.
(Marcelinho Paraíba) – PÉSSIMO: Entrou para dar opção. Errou tudo o que tentou e ainda não consegue correr em campo.
Marlos – REGULAR: Se movimentou bastante, foi agudo e incomodou a defesa do Braga. Cansou no segundo tempo e sumiu. Precisa tocar mais a bola, mas é uma boa opção no banco.
(Fernandinho) – PÉSSIMO: Entrou aos 28 minutos do segundo tempo, e durante todo esse período ficou escondido no canto esquerdo do campo.
Dagoberto – REGULAR: Assim como Marlos, se movimentou e incomodou. Foi sacrificado tendo que jogar mais dentro da área, que não é seu forte.
(Roger) – PÉSSIMO: Entrou e ficou parado feito um ás de paus lá na frente. Parece que a camisa tricolor pesa uma tonelada em seu corpo.
Ricardo Gomes – PÉSSIMO: Modificou o modo de jogo. Quando o time está se acertando, ele vai lá e mexe. A opção para o lugar de W9 era claramente o garoto promissor Henrique, mas ele, misteriosamente, desapareceu do banco de reservas, e o já disponível para transferência Roger aparece. Xandão que fez ótimo início de temporada virou opção para o destemperado André Lui. Ainda insiste em Marcelinho e está queimando o Jean na lateral.
Direto da Redação
Redator: Marco Miranda
marco_mirand@yahoo.com.br
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