
O resultado não complica a vida do Santos, que segue líder do Paulistão, com 32 pontos. O Palmeiras, entretanto, busca nova motivação para chegar ao G4. Com 22 pontos e a sétima colocação, o Verdão está a quatro pontos do Corinthians, quarto colocado.
Empate e danças
Como era esperado, o Santos tomou a atitude de atacar no clássico. O Peixe manteve seu ofensivo time que entrou em campo contra o Naviraiense-MS e venceu por 10 a 0. E logo aos nove minutos, Pará recebeu na esquerda, viu André entrando do outro lado e cruzou. A batida, porém, saiu muito fechada e ele acabou acertando o ângulo. Golaço!
De tanto martelar, o Alvinegro Praiano ampliou aos 30. Paulo Henrique Ganso acertou boa enfiada de bola para Neymar. O garoto não se intimidou quando viu o experiente Marcos se atirar ao chão para tentar abafar, e a bola encobriu o goleiro alviverde. Nos dois gols, belas comemorações santistas, com dancinhas criativas.
Porém, os palmeirenses não gostaram e queriam vingança. Aos 41, falta pela direita. Cleiton Xavier cruzou e Robert escorou de cabeça para o gol, dimunuindo o prejuízo. Um minuto depois, o Palmeiras foi ao ataque pela esquerda. Armero recebeu livre e deu a bola com açucar para Robert empatar a partida: 2 a 2. E da-lhe dancinha palmeirense, retriubuindo às coreografias santistas.
Virada e vitória
Ainda meio sem entender o que estava acontecendo, o Santos não conseguiu repetir seu bom futebol nos minutos iniciais da segunda etapa. Ganso até ameaçou quando arriscou um chute da intermediária, logo aos três minutos.
Mas aos 11, o Palmeiras virou o placar. Em cobrança de falta da direita, a bola foi desviada no meio do caminho e bateu na trave. Na sobra, Diego Souza completou de cabeça. E mais dança palmeirense.
Vendo que a invencibilidade do seu time estava caindo por terra, o técnico Dorival Júnior resolveu mexer no Peixe. Tirou Marquinhos, André e Wesley. Foram substituídos, respectivamente, por Maranhão, Zé Eduardo e Madson. Zé Eduardo teve duas boas chances, ambas defendidas por Marcos. O Verdão respondeu com Robert recebendo livre e mandando para fora.
A pressão santista deu resultado aos 35 minutos. Ganso deu um belo passe para Madson, que bateu com segurança, por baixo de Marcos: 3 a 3. Com a Vila Belmiro pegando fogo, a virada do Peixe parecia inevitável. Porém, minutos depois, Neymar deu um pontapé em Pierre e foi expulso, freando a empolgação alvinegra.
E o balde de água fria veio 42 do segundo tempo, Arouca errou na saída de bola, Lincoln - que entrada na etapa final - tocou para Robert e o atacante, inspirado, mando uma bomba do meio da rua. Felipe não segurou: 4 a 3.
Ficha do jogo
SANTOS 3 x 4 PALMEIRAS | |
Felipe, Wesley (Madson), Edu Dracena, Durval e Pará; Arouca, Marquinhos (Maranhão) e Paulo Henrique Ganso; Neymar, André (Zé Eduardo) e Robinho. | Marcos; Eduardo (Márcio Araújo), Danilo, Léo e Armero; Pierre, Edinho (Ivo), Cleiton Xavier e Diego Souza; Ewerthon (Lincoln) e Robert. |
Técnico: Dorival Júnior. | Técnico: Antônio Carlos |
Gols: Pará, 10, Neymar, 30, Robert, 41 e 42 minutos do segundo tempo; Diego Souza, aos 12, Madson, aos 35; Robert, aos 42 minutos do segundo tempo | |
Cartões amarelos: Edinho, Eduardo, Diego Souza, Marcos (Palmeiras). Cartão vermelho: Neymar (Santos) e Léo (Palmeiras) | |
Estádio: Vila Belmiro, em Santos (SP). Data: 14/03/2010. Árbitro: Antonio Rogério Batista do Prado. Auxiliares: Dante Mesquita Junior e Rogerio Pablos Zanardo. Público e renda: 11.452 pagantes/R$ 543.940,00 |
Comentários da Redação
Visão santista > Dá tempo de corrigir
por Ricardo Pilat - ricardo.pilat@yahoo.com.br
Se tem algo que me irrita é essa história de "o time se superou". Foi o caso do jogo de hoje, onde grande parte da imprensa está destacando a força do Palmeiras para reverter o placar. Quem fala isso, se esquece que o Santos dominava completamente a partida até os 41 minutos de partida. Era um baile. O Verdão não via a cor da bola.
Achou dois gols em dois minutos e, aí sim, fomos surpreendidos novamente, como diria o "Velho Lobo" Zagallo. Depois do empate, o Palmeiras foi um time diferente e tornou o Santos muito diferente.
Enquanto o Alviverde fechava os espaços e buscava contra-ataques letais, o Peixe tocava a bola sem objetividade e se complicava na defesa, completamente o oposto do que está habituado a fazer. O Palmeiras virou, aí sim, com justiça, e poderia até ter ampliado. O Santos errou demais defensivamente - mas não acho que isso tenha relação com o esquema tático. Foram falhas pontuais.
Não o fez e viu o Santos empatar, após boas substituições de Dorival Júnior, que enxergou bem o jogo. Era óbvia a fraqueza na lateral-direita com Wesley pelo setor, assim como a carência no meio-campo com a má atuação do Marquinhos.
Com o empate e defeitos corrigidos, o Peixe tinha tudo para virar novamente. Porém, na minha opinião, a arbitragem prejudicou o Santos e expulsou o Neymar em lance de cartão amarelo. Pelo menos dentro do critério dele - poderia ter expulsado Léo e Pierre em lances parecidos se fosse seguir esse rigor. O que mais me deixa chateado é que parte da imprensa prefere criticar o Neymar, em vez de relembrar que ele apanha o jogo inteiro e que ninguém faz nada.
Enfim, com um a mais, o Palmeiras tomou uma postura ofensiva e conquistou a vitória, com justiça. Teve todos os méritos. Levou o tal baile no primeiro tempo, mas empatou, e comandou boa parte da segunda etapa. Jogou com muita raça. E tirou onda, dançou, brincou, como deve ser o futebol. Isso não é menosprezar o adversário, como pensa o sr. Diego Souza.
Apesar da derrota, vejo algo postivo para o Santos. Foi bom perder um grande jogo agora. É o momento certo para ver o que está errado, tentar corrigir e chegar voando no mata-mata, sem correr os riscos que correu nos clássicos da fase regular do Paulistão, em que sempre jogou melhor, mas não traduziu a superioridade no placar.
Conceitos
Felipe - PÉSSIMO: Falhou em dois gols. Seu conceito não poderia ser outro.
Wesley - PÉSSIMO: Jogando na lateral, é muito ruim. Não marca ninguém e ataca pouco. Seu negócio é jogar como segundo volante ou terceiro homem de meio-campo. Espero que Dorival Júnior tenha a mesma impressão.
(Madson) - ÓTIMO: Deu outra cara ao time. Muita movimentação e um gol.
Edu Dracena - PÉSSIMO: Não achou nada pelo alto.
Durval - PÉSSIMO: Idem ao de cima.
Pará - BOM: Mais uma bela atuação jogando na lateral-esquerda. Foi coroado com um gol, mas não com a vitória.
Arouca - REGULAR: Alternou altos e baixos. Errou feio no quarto gol palmeirense.
Marquinhos - PÉSSIMO: Muito apagado, prejudicou vários contra-ataques.
(Maranhão) - REGULAR: Sua entrada deu mais vigor ao time, mas ele errou demais.
Paulo Henrique - ÓTIMO: O melhor santista em campo. Foi um autêntico maestro, dando passe para dois gols.
Neymar - REGULAR: Não esteve inspirado, apesar de marcar um gol. No entanto, achei muito rigoroso o cartão vermelho dado pelo árbitro Antonio Rogério Batista do Prado. O menino apanha o jogo inteiro, e na primeira que ele devolve, o juiz pune dessa forma. Lamentável.
André - REGULAR: Esteve completamente fora do jogo.
(Zé Eduardo) - REGULAR: Lutou bastante e criou jogadas de perigo, mas sem muito sucesso.
Robinho - REGULAR: Participou bem da partida no primeiro tempo, mas sumiu no segundo tempo, assim como toda a equipe. Faltou pegar a bola debaixo do braço e comandar o Peixe nos minutos finais.
Téc: Dorival Júnior - BOM: Fez o correto. Escalou o mesmo time que meteu 10 no meio de semana. Não poderia ser diferente. No decorrer do clássico, constatou bem os erros da equipe e mudou direitinho. Terá todo o tempo para corrigir esses problemas até as semifinais.
Visão palmeirense > Confiança é fundamental
por Pedro Silas - pedro_sccp@hotmail.com
A grande vitória do Palmeiras neste domingo, na Vila Belmiro, mostrou como é importante o time ter confiança na sua capacidade. Isso vale para qualquer jogo, mas em clássico, onde nem sempre a melhor equipe vence, é fundamental.
Durante todo o primeiro tempo, raça não faltou ao time alviverde. No entanto, vendo o rival recuado e apenas marcando, o Santos fez valer sua qualidade técnica e conseguiu abrir 2 a 0. Deu impressão que seria uma goleada dos donos da casa.
Porém, uma bola parada, quase no fim do primeiro tempo, mudou a história do jogo. Sem conseguir chegar com toque de bola, Cleiton Xavier - sempre ele -, colocou na área e Robert marcou o primeiro do Verdão. Era o que precisava o time de Antônio Carlos. Mais confiantes, os jogadores palmeirenses não tinham mais medo de tentar as jogadas. Dois minutos depois, Robert fez mais um e empatou a partida.
Nem precisa falar que o Palmeiras voltou muito mais leve para a etapa final, né? O time tinha confiança para tentar algo diferente, atacar... E é só olhar a escalação para saber que a equipe de Dorival Júnior dará espaço para o adversário. Aliás, contra esse belo time santista, não se pode jogar recuado o tempo todo, pois a retranca será furada em algum momento.
Logo aos 11 minutos, Diego Souza mostrou que o bom momento do time no final do primeiro tempo permaneceu para a etapa complementar, e marcou o gol da virada. Como era de se esperar, o Verdão voltou a jogar atrás, esperando o Santos e apostando nos contra-ataques.
Com tanta gente atacando pelo lado alvinegro, era difícil segurar. E Mádson empatou a partida. Entretanto, quem esperava que o Palmeiras se abatesse e o Peixe crescesse, se enganou. Neymar foi expulso logo após o gol, e Robert, confiante, arriscou um belo chute e marcou o gol da importantíssima vitória do Alviverde.
Além dos três pontos, essa vitória tem tudo para empurrar o Palmeiras em busca da vaga na semifinal. Está difícil, mas ainda dá.
Conceitos
Marcos - BOM: Meio estabanado, mas não teve grande culpa nos gols e fez duas boas defesas.
Eduardo - REGULAR: Tirando um vacilo enorme, foi bem com a bola nos pés e se mostrou boa opção no apoio. Defensivamente, no entanto, deixou a desejar.
(Márcio Araújo) - BOM: Deu segurança ao time defensivamente. Avançou somente na boa.
Léo - REGULAR: Melhor posicionado no segundo tempo, tirou inúmeras bolas da área do Palmeiras. Foi expulso, mas pelo menos evitou um possível gol.
Danilo - BOM: Ligado a todo momento, dificultou a vida do André.
Armero - BOM: Comete uns erros primários, mas não parou um segundo. Deu boa assistência para o segundo gol do Robert.
Edinho - REGULAR: Se posicionou bem, preencheu os espaços. Mal na saída de bola.
(Ivo) - SEM CONCEITO: Entrou já no final.
Pierre - REGULAR: Errou um passe bobo, que terminou no primeiro gol do Santos. Depois, ficou mais ligado na hora de passar e melhorou na partida.
Diego Souza - BOM: Começou o jogo nervoso, mas se controlou e cresceu no final do primeiro tempo e na etapa complementar.
Cleiton Xavier - BOM: Oscilou durante o jogo. Em alguns momentos foi o maestro que a torcida espera dele, em outros, sumiu. Foi novamente eficiente e deu uma assistência.
Ewerthon - REGULAR: Se dedicou, mas errou demais. Poderia ter estreado com gol, mas ficou na cara do gol e desperdiçou ótima chance no primeiro tempo.
(Lincoln) - BOM: Mesmo sem ritmo, mostrou que tem qualidade. Muito bom reforço.
Robert - ÓTIMO: Criticado pela torcida, hoje deu a volta por cima e fez três gols. Pode não ser o centroavante dos sonhos do palmeirense para ser titular, mas, na sua função em campo, está longe de ser horrível como muitos falam.
Téc: Antônio Carlos - BOM: Mexeu com o brio dos jogadores, e isso ficou claro durante o jogo, principalmente nas comemorações dos gols e da vitória. Poderia ter entrado com o Márcio Araújo no lugar do Edinho, para dar uma saída de bola mais veloz.
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