
No jogo de volta, também no estádio Paulo Machado de Carvalho, no próximo domingo, o Santo André precisará vencer por dois gols de diferença para levantar o caneco de forma inédita. O Peixe, com uma boa vantagem, agora muda o foco para a Copa do Brasil. No meio de semana, o Alvinegro encara o Atlético-MG, em Belo Horizonte.
E o primeiro tempo foi azul...
Eufórica, a torcida santista empurrou sua equipe no início da partida no Pacaembu. E logo no primeiro lance do jogo, Wesley recebeu de Robinho pela direita e mandou uma bomba, que o goleiro Julio César defendeu. Porém, foi umas das poucas investidas santistas na primeira etapa.
O Santo André dominou o jogo nos minutos seguintes. Aos 20, Branquinho desceu pela esquerda, cortou Pará e chutou cruzado. Felipe espalmou.

Mas antes que as equipes fossem aos vestiários, o Santo André tirou o zero do placar. Aos 34 minutos, Bruno César cobrou falta no cantinho e complicou a vida de Felipe: 1 a 0. E a coisa poderia ficar ainda melhor para o Ramalhão se Nunes e Rodriguinho não tivessem desperdiçado boas chances nos minutos finais.
Aos 43, Léo fez ótima jogada pela esquerda, entrou na área e rolou para Robinho. O atacante dominou, já perto da pequena área, e chutou, mas pegou torto e errou o alvo. Contudo, o 1 a 0 ficou de bom tamanho para o Santos.
Santos, o time da virada
Sem Neymar para o segundo tempo, Dorival colocou André em campo. Titular absoluto até duas semanas atrás, o atacante deu novo gás ao time alvinegro na etapa final. Logo em sua primeira jogada, mandou um belo chute de primeira para o gol, mas viu Julio César defender.

A partir daí, começou um show de tabelas, lançamentos e gols santistas. Aos 16, Wesley tabelou com Robinho e saiu livre, dentro da área, para marcar o segundo, chutando no cantinho. Em lance parecido, o Santos fez o terceiro, aos 24. Pará lançou Wesley que ficou novamente sozinho, no lado direito da grande área. Dessa vez ele encheu o pé, o goleiro Julio César desviou, mas a bola entrou, mesmo chorada.
A situação do Santo André ficou ainda mais complicada quando Toninho, aos 29 minutos, fez falta dura em André. Como já tinha o amarelo, acabou expulso. Mas o time do ABC queria jogo e mesmo com um a menos conseguiu diminuir. Aos 37, Gil chutou a bola na trave. Na volta, ela bateu em Rodriguinho e voltou para a rede. O placar ficou assim, 3 a 2.
Neymar está fora contra o Galo
Após a lesão no olho direito, ainda no primeiro tempo, Neymar foi levado para o Hospital Albert Eintein, em São Paulo, e passa a noite por lá, em observação. Como houve um pequeno sangramento por causa da batida, os médicos vão esperar para examinar o atacante nesta segunda-feira.
Ele terá de ficar em repouso por um período de 72 horas, deitado em uma cama levemente inclinada, para evitar o escorrimento do sangue. Com isso, Neymar não enfrenta o Atlético-MG, na quarta-feira, pelas quartas de final da Copa do Brasil, e é dúvida para o jogo de volta contra o Santo André.
Ficha da decisão
SANTO ANDRÉ 2 x 3 SANTOS | |
Júlio César, Cicinho, Cesinha, Toninho e Rômulo; Alê, Gil, Branquinho (Pio) e Bruno César; Rodriguinho e Nunes (Hallisson). | Felipe, Pará (Madson), Edu Dracena, Durval e Léo; Arouca, Wesley, Marquinhos e Paulo Henrique Ganso (Zé Eduardo); Neymar (André) e Robinho. |
Técnico: Sérgio Soares. | Técnico: Dorival Júnior. |
Gols: Bruno César, aos 34minutos do primeiro tempo; André, aos 13, Wesley, aos 16 e 24, e Rodriguinho, aos 37 minutos do segundo tempo | |
Cartões amarelos: Wesley (Santos); Rômulo (Santo André). Cartão vermelho: Toninho (Santo André). | |
Renda e público: 31.864 pagantes/R$ 1.770.150,00 | |
Estádio: Pacaembu, em São Paulo. Data: 25/04/2010. Árbitro: Paulo Cesar de Oliveira. Auxiliares: Ednilson Corona e Alberto Poletto Masseira. |
Comentários da Redação
Show? Só por 30 minutos
Para quem achava que seria fácil e que o Santos golearia o "pobre" Santo André, vimos que a coisa não é bem assim. Querendo ou não, é uma decisão de um campeonato importante. O Ramalhão chegou onde chegou por méritos, deixando grandes clubes para trás.
No primeiro tempo de jogo, neste domingo, fez o que podia para impor seu jogo e atacar. Não vejo hoje outra forma de vencer o Santos se não for proporcionando ao time alvinegro o mesmo perigo que ele oferece aos adversários. Sem encontrar seu jogo, o Peixe foi surpreendido pelo futebol envolvente do Ramalhão.
Mesmo sem criar grandes chances, o time do ABC foi recompensado com o gol de Bruno César, em cobrança de falta. E poderia ter aumentado o placar, não fosse a falta de pontaria de seus avantes, Rodriguinho e Nunes.
Além de ser envolvido em campo, o Santos estava apático. Não jogava e ainda deixava jogar. Neymar, manco e caolho após dois lances mais fortes, era apenas uma sombra em campo. O melhor time do campeonato não entrara em campo.
Mas veio o segundo tempo e vimos essa equipe. André foi ao jogo e o time mudou da água para o vinho. Aliás, um belo vinho. Pensei que seria uma daquelas partidas em que o Santos venceria só na raça, para mostrar que nem tudo é espetáculo. Ledo engano.
Comandado por Ganso, o Peixe jogou muita bola nos 30 primeiros minutos do segundo tempo. O maestro teve a colaboração de excelente coadjuvantes, como Robinho (pois é, coadjuvante), Wesley e André. O matador abriu o caminho para a vitória. Depois, Wesley fez mais dois, com boas participações de Robinho e Pará.
Foi do jeito que o torcedor santista se acostumou em 2010. Com toques rápidos, tabelinhas, aquele "toco e me voy" que o Galvão Bueno tanto gosta, e um futebol agudo, de definição. Ou seja, não faltou objetividade e até faltaram gols, pois um quarto gol naquele momento não seria absurdo.
Aí o beque Toninho do Santo André foi expulso e o Santos relaxou mais uma vez. Paulo César de Oliveira foi marcando aquelas faltinhas que ele gosta de assinalar e o jogo esfriou. A torcida, que bradava de forma empolgante o nome do Santos, também se aquietou.
O Santo André ainda achou seu gol e, de certa forma, deu mais justiça ao placar. Porém, nada que me tire a impressão de que vaca do ABC já foi para o brejo. Se vencer o Santos já é difícil, vencer por dois gols é muito mais complicado. Pior ainda é não levar gols. Ao Ramalhão, ficam aqui minhas congratulações pelo excelente campeonato e por um grande jogo.
O Santos está bem próximo do título e, mesmo nos momentos mais difíceis, jogou bonito. E que esse Campeonato Paulista vá logo para a Vila Belmiro, e outros torneios maiores também, para que fique provado que conquistas são consequências de bom futebol e que futebol-arte também pode ser eficiente.
Conceitos - SANTOS
Felipe - BOM: Falhou no primeiro gol do Santo André, mas fez belas intervenções no segundo tempo. Foi importante.
Pará - BOM: É o que eu sempre comento, o Pará é muito bom quando o jogo pede um lateral responsável na marcação. Porém, quando pede também um bom apoiador, a coisa complica, e foi o caso neste domingo. Mesmo assim, ainda participou bem do terceiro gol.
(Madson) - REGULAR: Foi bem discreto, pensei que colocaria mais fogo no jogo.
Edu Dracena - REGULAR: Principalmente no primeiro tempo, esteve bem inseguro, espanando bolas e chegando atrasado.
Durval - ÓTIMO: Já o outro zagueiro esteve impecável. Durval não perdeu uma dividida, uma bola área.
Léo - BOM: Foi pelo lado esquerdo que o Santos teve mais segurança na defesa e mais produtividade no ataque. E Léo tem sua parcela nisso.
Arouca - BOM: Teve que marcar muito hoje. Estava meio perdido no primeiro tempo, mas corrigiu na segunda etapa.
Wesley - ÓTIMO: Apagado durante o primeiro tempo, foi fundamental na virada santista. Foi o homem surpresa nos dois gols que fez, chegando de trás e ocupando um espaço que seria do Robinho. O moleque, definitivamente, mudou sua imagem junto ao torcedor santista.
Marquinhos - BOM: Fora uma ou outra vacilada, fez uma boa partida, apesar de discreta. Ajudou mais na marcação e deu oportunidade para que Wesley, por exemplo, tivesse liberdade.
Paulo Henrique - ÓTIMO: O maestro do time e o craque do jogo. No primeiro tempo, foi um dos poucos santistas lúcidos. Na etapa final, só não fez chover. Genial o lance do gol de empate. Abre o olho, Dunga!
(Zé Eduardo) - SEM CONCEITO: Jogou poucos minutos.
Robinho - BOM: Fez seu papel de coadjuvante muito bem, obrigado. Enquanto os olhos da defesa andreense miravam nele, sua movimentação abria espaço para a chegada de outros. Foi assim que Wesley balançou a rede duas vezes.
Neymar - PÉSSIMO: Sofreu com uma botinada logo no início do jogo e depois uma lesão no olho, que deve ter doído à beça. Mas não adianta usar isso como desculpa. Neste domingo, no Pacaembu, Neymar foi uma sombra. Mas espero que se recupere logo para o segundo jogo.
(André) - ÓTIMO: Sua entrada no time mudou a cara da partida. Ele criou mais uma preocupação para a defesa do Ramalhão. Faltava esse pivô para o Santos no primeiro tempo. Na etapa final, não faltou. O moleque tem estrela e deixou sua marca. Ele não perdoa!
Tec: Dorival Júnior - ÓTIMO: Não acho que errou na escalação, pois ele não esperava que o Santos entrasse tão apático em campo e isso atrapalhou mais do que qualquer tática. Mas dentro das circunstâncias apresentadas, entendeu bem o cenário da partida e colocou André logo no intervalo, aproveitando a ausência de Neymar. Acertou também ao tirar um lateral (Pará) e colocar um meia (Madson), quando vencia por 3 a 1 e tinha um homem a mais. Esperava que seu time continuasse apertando e buscando gols. Não foi assim, mas valeu a intenção.
SANTO ANDRÉ
O brilhante primeiro tempo do Santo André teve três destaques: Bruno César, autor do primeiro gol, Branquinho, comandante do meio-campo, e Rômulo, improvisado na lateral-esquerda, mas que deu canseira aos defensores santistas. Pena para o Ramalhão que os atacantes Rodrigunho e Nunes não estiveram bem, pois o time do ABC poderia ter conquistado a vitória caso tivesse mais pontaria nos primeiros 45 minutos de jogo.
Direto da Redação
Redator: Ricardo Pilat
ricardo.pilat@yahoo.com.br
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