
Dois anos é muito tempo. Tempo o bastante para que duas seleções mudem completamente. Não é exatamente o caso de Espanha e Alemanha, finalistas da Eurocopa 2008 e que agora se enfrentam na semifinal da Copa do Mundo.
Naquela oportunidade, em 29 de junho de 2008, a Alemanha chegou com favoritismo (assim como em 2010), mas a Espanha venceu. E aquele título deu uma moral nunca antes vista à Fúria, que chegou ao Mundial credenciada ao título. Os alemães, pelo futebol apresentado ao longo da competição, entraram pra valer na disputa.
Na prática, pouca coisa mudou. A Espanha manteve a base campeã europeia. Existem duas diferenças básicas: o técnico Luiz Aragonés deixou o cargo e deu lugar a Vicente del Bosque; o meio-campo foi reforçado na marcação por Busquets e Xabi Alonso. Marcos Senna titular daquela campanha, não foi convocado desta vez. Fabregas, por exemplo, continua reserva (vai entender...).
A Alemanha também manteve a base, mas jogou uma pitada de juventude e talento no seu elenco. Sem Ballack, lesionado, e outros atletas preteridos, como Frings e Hitzlsperger, a equipe foi recheada por garotos bons de bola no meio-campo, como Özil, Müller e Khedira. Schweinsteiger, antes ponta esquerda, virou segundo volante, e a mudança deu muito resultado.
Pelo que a Alemanha já apresentou no Mundial 2010 e pelo potencial que têm os espanhóis, podemos prever um equilíbrio muito grande na semifinal de quarta-feira. E com jogadores tão qualificados no meio-de-campo de ambas as equipes, não é bobagem dizer que os atacantes que estiverem com a pontaria em dia (como estão Klose e Villa) podem fazer a diferença.
E o que mudou nos últimos 36 anos?

Nesse caso, tudo mudou. O Uruguai deixou de ser uma equipe temida, para se colocar no terceiro escalão do futebol mundial. A Holanda, que nunca ganhara títulos de expressão, ocupou um lugar de destaque, mesmo sem chegar ao título mundial até hoje.
Em 2010, o cenário se reflete na semifinal entre as equipes. A Celeste bicampeã do mundo chega como zebra diante de uma Holanda admirada por todos, mesmo sem a mesma galeria de títulos. E nem poderia ser diferente. Basta comparar time por time, jogador por jogador e campanhas recentes em Mundiais.
A Holanda é muito favorita nesta disputa, mas quem sabe a tradição uruguaia não pesa num momento destes...
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* A coluna Vuvuzela traz as cornetadas do 19º Mundial de seleções da história do futebol, o primeiro na África. Mais do que nunca, a África do Sul é logo ali.
Direto da Redação
Redator: Ricardo Pilat
ricardo.pilat@yahoo.com.br
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