
Além de garantir uma vaga na grande decisão da Libertadores, contra o Chivas-MEX, o Inter garante vaga antecipada ao Mundial de Clubes 2010, que será disputado no final do ano, já que times mexicanos, por regulamento, não podem representar a Conmebol no torneio da Fifa.
Jogando diante de sua torcida, o São Paulo partiu pra cima do Inter, mas esbarrava na forta marcação do rival gaúcho. Porém, de forma inesperada, o Tricolor abriu o placar. Hernanes cobrou falta no meio da área. O goleiro Renan saiu do gol com aparente segurança, mas deixou a bola escapar entre as mãos. Melhor para Alex Silva, que fez de cabeça, aos 31 minutos do primeiro tempo.
Segundo tempo eletrizante
De volta ao segundo tempo em vantagem, o São Paulo não esperava um balde de água fria tão cedo. Aos seis minutos, D'Alessandro cobrou falta, Alecsandro desviou na bola, e tirou Rogério Ceni da jogada.
Porém, o Inter também não esperava reação tão rápida do Tricolor. Mas ela veio aos oito minutos. Ricardo Oliveira recebeu bola livre dentro da área, após divididade de Cleber Santana, e não perdou: 2 a 1 para o São Paulo.
A pressão no Morumbi era grande, ma so Inter ainda conseguiu criar uma das melhores oportunidades da partida. Aos 18 minutos, Sandro entrou na área pela direita e rolou com açúcar para Tinga, que chutou de primeira. Jean, de forma milagrosa, salvou quase em cima da linha. Tinga foi expulso de campo aos 33 minutos, tornando o jogo ainda mais dramático.
Porém, o Inter conseguiu segurar o resultado sem praticamente correr riscos no restante do jogo. Mesmo derrotado, o Inter é finalista da Libertadores 2010.
Ficha do jogo
SÃO PAULO 2 X 1 INTERNACIONAL
Estádio: Morumbi, São Paulo (SP)
Data/hora: 5/8/2010 - 21h50 (de Brasília)
Árbitro: Carlos Amarilla (PAR)
Auxiliares: Nicolás Yegros (PAR) e Milciades Saldívar (PAR)
Renda e público: R$ 4.484.282,85 / 57.113 pagantes
Cartões amarelos: Fernandão (SAO); Kleber (INT)
Cartão vermelho: 33'/2º - Tinga (INT)
GOLS: 31'/1ºT, Alex Silva (1-0); 6'/2ºT, Alecssandro (1-1); 8'/2ºT - Ricardo Oliveira (2-1)
SÃO PAULO: Rogério Ceni, Jean, Alex Silva, Miranda e Junior Cesar; Rodrigo Souto (41'/2ºT - Marcelinho Paraíba), Hernanes, Cleber Santana (27'/2ºT - Marlos) e Fernandão; Dagoberto (36'/2ºT - Fernandinho) e Ricardo Oliveira. Técnico: Ricardo Gomes.
INTERNACIONAL: Renan, Nei, Bolívar, Indio e Kleber; Sandro, Guiñazú, Tinga e D’Alessandro (33'/2ºT - Giuliano); Taison (44'/2ºT - Wilson Mathias) e Alecsandro. Técnico: Celso Roth.
Comentários da Redação
Visão tricolor > Guerreiro, mas sem qualidade o bastante
Por Ricardo Pilat - ricardo.pilat@yahoo.com.br

Pelo contrário, talvez tenha sobrado e isso atrapalhou um pouco a equipe tricolor. O capitão Rogério Ceni foi espelho disso. Ele queria tanto vencer e disputar mais um título de Libertadores que parecia ter enlouquecido. Foi de dar dó o que o RC fez no final da partida, tentando se enroscar com o goleiro Renan dentro da área.
Quem teve raça, qualidade e equilíbrio durante todo o jogo foi Hernanes. Em sua despedida do São Paulo - foi contratado pela Lazio -, o camisa 10 foi perfeito. Mas não dá pra jogar sozinho.
O time do São Paulo não esteve bem individualmente, apesar de ter encaixado um jogo coletivo acertado. No ataque as coisas não estavam acontecendo. Dagoberto e Fernandão estiveram completamente fora do jogo. Ricardo Oliveira, mesmo sem a forma física ideal, fez o que pôde. Mas não deu.
E não adianta culpar o Ricardo Gomes agora. Dentro das limitações do elenco e das próprias limitações pessoais, teve uma postura digna no jogo desta quinta. O grande erro foi na ida, quando faltou pulso e audácia para colocar um São Paulo mais ofensivo em campo.
De qualquer forma, o São Paulo 2010 é um time muito irregular, com uma defesa boa, um meio-campo que não cria e um ataque que não se encontra. Não merecia ser finalista.
Conceitos
Rogério Ceni - REGULAR: A dedicação do goleiro é comovente, mas extrapolou o limite do bom senso em alguns momentos. Praticamente, não foi exigido debaixo das traves.
Jean - BOM: Já disse várias vezes aqui que ele não rende tudo o que pode jogando na lateral. Mesmo assim, fez boa partida hoje, principalmente nas chegadas ao ataque.
Alex Silva - ÓTIMO: Jogou por ele e pelo Miranda na zaga. E no ataque, fez o que o Fernandão não conseguiu.
Miranda - PÉSSIMO: Caiu muito de produção. Nesta quinta-feira, chegou atrasado em quase todas as jogadas e destoou muito do time. Parecia estar com a cabeça longe, bem longe de uma semifinal de Libertadores.
Junior Cesar - REGULAR: Muita dedicação, mas pouca técnica para ajudar no ataque.
Rodrigo Souto - BOM: Foi sobrecarregado na marcação, mas até que se virou bem.
(Marcelinho Paraíba) - SEM CONCEITO: Entrou bem no final do jogo - talvez para se despedir do Tricolor.
Hernanes - ÓTIMO: Atuação magistral do camisa 10, que hoje jogou como volante e rende muito mais ali naquela função. Lutou, brigou, mostrou muita categoria... mas quem vibrou mesmo foi o torcedor da Lazio, que poderá contar com o futebol do craque tricolor mais cedo.
Cleber Santana - BOM: Não fez nada de muito relevante, mas só pela vontade que teve, algo bem incomum nessa passagem pelo São Paulo até aqui, vale um conceito bom.
(Marlos) - REGULAR: Entrou para dar mais velocidade na saída de jogo, mas prendeu demais a bola, como de costume.
Fernandão - PÉSSIMO: Não viu a cor da bola.
Dagoberto - REGULAR: Se livra de conceito pior pois brigou o jogo inteirou, buscou a bola fora da área... mas não conseguiu desenvolver as jogadas com qualidade.
(Fernandinho) - REGULAR: Aprontou uma correria pelo lado direito da defesa do Inter. Porém, falhou na hora da conclusão, nos cruzamentos.
Ricardo Oliveira - BOM: Mesmo longe da forma física ideal, marcou um gol e deu trabalho à retaguarda colorada. Vai ser muito útil ao time do Morumbi.
Técnico: Ricardo Gomes - BOM: Nesta decisão de vaga, fez o possível. Na Libertadores, não soube equilibrar o time e demorou a encontrar a melhor formação durante o ano. Por essas e outras, acho que o ciclo do comandante termina aqui.
Visão colorada > Vantagem dá o direito de poder errar
Por Pedro Silas - pedro_sccp@yahoo.com.br

Assim como o time carioca na ocasião, o Colorado não fez um bom primeiro tempo e embora tenha marcado bem, foi dominado pelos donos da casa e pouco saiu para o jogo. Numa falha do goleiro Renan, o São Paulo abriu o placar. E por mais bizarro que possa parecer, esse gol acabou ajudando os gaúchos.
Se a etapa inicial tivesse terminado 0 a 0, Celso Roth provavelmente sairia satisfeito e daria a ordem para seus jogadores seguirem atrás da linha da bola, recuados, tentando segurar o empate sem gols. Com o gol de Alex Silva, Roth fez a postura do seu time mudar para muito melhor, buscar o gol.
E ele saiu logo no comecinho (como no jogo das oitavas de final, no Pacaembu), mas como era o gol de empate, tinha tudo para matar a partida. O problema é que dois minutos depois a zaga gaúcha dormiu e Ricardo Oliveira fez o segundo. A situação ficou ainda mais parecida com o duelo dos times mais populares do Brasil. Assim como o Rubro-Negro, o Colorado achou espaço e teve chance de matar o jogo logo. Tinga perdeu uma chance claríssima.
A vaga, então, teve de ser conquistada com muita raça, na base do carrinho e chutão para frente (mais pela tentativa do abafa no desespero do que por chance criadas com competência do adversário). Uma classificação mais que merecida. O Internacional foi e é mais time que o São Paulo. Mas precisará jogar ainda mais do que jogou hoje para conseguir um bom resultado no primeiro jogo da final, no México.
Conceitos
Renan - PÉSSIMO: É muito bom goleiro, mas falhou feio no primeiro gol e quase entrega outro.
Nei - BOM: Raçudo demais na marcação, saiu bem para o jogo quando teve oportunidade.
Bolívar - BOM: Um líder na zaga, tirou várias bolas por baixo e por cima.
Indio - REGULAR: Bem posicionado, mas muito lento e faltoso.
Kleber - PÉSSIMO: Estava em outro mundo, em um ritmo lento demais.
Sandro - BOM: Xerife no meio-campo, ainda chegou na frente e deu passe perfeito para o Tinga, que perdeu o gol.
Guiñazú - BOM: Que raça impressionante! Correu horrores, marcou demais.
Tinga - REGULAR: Participativo o tempo inteiro, está em todo lugar do meio-campo e ainda consegue chegar na área. É um excelente jogador. Mas vacilou em dois lances que poderiam custar caro: um gol "feito" perdido e uma expulsão boba.
D’Alessandro - REGULAR: Atuação de coadjuvante do argentino, fez pouca coisa.
(Giuliano) - BOM: Mandou muito bem quando recebeu a bola, com dribles e cadência para ganhar tempo.
Taison - REGULAR: Se movimentou bastante, mas também pouco fez.
(Wilson Mathias) - SEM CONCEITO: Foi a campo quase nos descontos.
Alecsandro - BOM: Fez o gol e deu trabalho, foi brigador.
Téc: Celso Roth - BOM: Mudou a postura da sua equipe para o segundo tempo. Foi bem na substituição de D'Alessandro por Giulliano.
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