Em seu primeiro jogo após completar 100 anos, o Corinthians deu um presente para a sua torcida, que compareceu em peso ao Pacaembu. Depois de sair atrás no marcador, o Timão mostrou toda sua força jogando em casa e virou o placar para 5 a 1 diante do lanterna Goiás, nesta noite de sábado. Com o resultado, o Alvinegro volta a grudar no Fluminense na briga pela liderança do Campeonato Brasileiro (38 a 37 pontos).A única chegada do Goiás na primeira etapa foi logo aos sete minutos, e mudou o rumo do jogo. O experiente Junior avançou pela ponta esquerda, entrou na área e mandou uma bomba, no ângulo esquerdo do goleiro Júlio César: 1 a 0. A partir daí, só deu Corinthians. Foram criadas ao menos cinco chances claríssimas de empate por parte dos paulistas. Quando Harlei não conseguiu evitar, o travessão atrapalhou o Timão.
A pressão do Alvinegro forçou a equipe goiana a cometer faltas e, consequentemente, levar cartões. Amaral, aos 38, acabou por ser vítima disso e foi expulso por ser advertido pela segunda vez. Quatro minutos depois, veio o castigo. Jorge Henrique fez boa jogada pela esquerda, e cruzou para Bruno César, sem marcação, cabecear para o gol. Dessa vez, Harlei nada pôde fazer.
O segundo tempo não começou de forma diferente. O Corinthians criava cada vez mais oportunidades. E conseguiu chegar aos gols sem dificuldades. Aos dez, Bruno César serviu Iarley, que fintou o goleiro e só empurrou para o fundo do gol, virando o jogo. Cinco minutos depois, Jorge Henrique aproveitou o rebote após cabeçada de Ralf e marcou o terceiro.
O Timão diminuiu o ritmo, mas não deixou de criar oportunidades. Em uma delas, Bruno César sofreu pênalti, que Iarley cobrou com tranquilidade, aos 29. Ainda teve tempo para mais um. Aos 35, Boquita arriscou um chute, a bola desviou na zaga e enganou Harlei: 5 a 1.
Ficha do jogo
CORINTHIANS 5 X 1 GOIÁS
Estádio: Pacaembu, São Paulo (SP)
Data/hora: 4/9/2010 - 18h30 (de Brasília)
Árbitro: Gutemberg de Paula Fonseca (RJ)
Auxiliares: Altemir Hausmann (RS-Fifa) e Dilbert Pedrosa (RJ-Fifa)
Renda/público: R$1.106.276,00 / 31.638 pagantes
Cartões amarelos: Jorge Henrique, Paulinho e Roberto Carlos(COR); Junior (GOI)
Cartões vermelhos: Amaral, 38'/1ºT (GOI)
Gols: Junior, 7'/1ºT (0-1); Bruno César, 42'/1ºT (1-1); Iarley, 10'/2ºT (2-1); Jorge Henrique, 15'/2ºT (3-1); Iarley, 29'/2ºT (4-1); Boquita, 39'/2ºT (5-1)
CORINTHIANS: Júlio César, Alessandro, Paulo André, Leandro Castán e Roberto Carlos; Ralf, Jucilei, Paulinho (Defederico) e Bruno César (Boquita); Jorge Henrique e Iarley. Técnico: Adilson Batista.
GOIÁS: Harlei, Valmir Lucas, Rafael Tolói e Marcão; Douglas, Amaral, Jonilson (Romerito), Bernardo (Wellington Monteiro) e Júnior; Felipe (Rithelly) e Rafael Moura. Técnico: Jorginho.
Foto: Globoesporte.com
Comentário da Redação
Um massacre!
A décima vitória em dez jogos jogando como mandante não poderia vir da melhor forma para os corintianos. O ritmo intenso e a pressão imposta em cima do adversário foi a mesma de quase todos os jogos do Alvinegro no Pacaembu. Mas desta vez o placar refletiu melhor o que foi o jogo. Finalmente uma goleada!
E os primeiros 40 minutos da partida não davam pinta de que aconteceria esse placar expressivo. A começar pelo sistema defensivo alvinegro, que se mostrava confuso, até pela dupla de zaga totalmente desentrosada formada por Paulo André e Leandro Castán. Para atrapalhar ainda mais a adaptação dessa dupla, Júnior abriu o placar para o Goiás com um golaço.
Após o gol, porém, mesmo sentindo a falta do Elias no meio-campo, os donos da casa tomaram conta do jogo, e contaram com a "colaboração" do adversário, que recuou e não explorou mais a defesa corintiana no primeiro tempo. Mas tem o outro lado: o Esmeraldino se defendeu bem. No entanto, falou mais alto a força do Timão no Pacaembu, e as chances foram criadas.
Porém, dava a impressão de que seria aquele tipo de jogo que a bola não entra de jeito nenhum. Além de detalhes atrapalharem os ataques alvinegros, Harlei estava inspirado e o travessão estava do lado do goleiro do Goiás. Até que saiu o gol do Bruno César, em bela jogada, depois da expulsão justa de Amaral.
No início da etapa final, foi uma pressão enorme em busca do gol da virada. A bola insistia em não entrar novamente. Mas não há zica que resiste a um grande futebol. E saiu outro belo gol, desta vez de Iarley. A partir daí ficou muito mais fácil, e foi um show.
A jogada inteira do quarto gol, com direito a gritos de olé, mostra bem o baile que o atual vice-líder deu. Não fez sete ou oito porque tirou o pé.
E o Ronaldo, hein?
Não é porque foi uma goleada, com dois gols do "centroavante" Iarley, que não comentarei a ausência do Ronaldo. Quando se imagina que o Fenômeno possa voltar a ajudar o Corinthians com seu futebol e ter uma sequencia de jogos, já que teve uma semana para se preparar, voltam a poupa-lo.
Dá para entender isso? Não precisa ser especialista para saber que ele precisa de uma sequencia de partidas para pegar ritmo. Aliás, o próprio jogador fala isso. E por que ele nunca tem essa sequencia? Lamentável fazerem essa palhaçada com o torcedor.
Conceitos
Júlio César - REGULAR: Um mero expectador. E obviamente, não teve culpa no gol.
Alessandro - REGULAR: Muito mal no primeiro tempo, errando tudo. Melhorou na etapa final.
Paulo André - REGULAR: Sem preocupações na defesa, chegou a ir no ataque, e quase marcou um gol.
Leandro Castán - REGULAR: Também sem grande trabalho, fez sempre o simples.
Roberto Carlos - BOM: Muito bem bem no ataque, levou perigo nos cruzamentos.
(Danilo) - SEM CONCEITO: Entrou como meia mesmo, e não lateral. Mas jogou pouco tempo.
Ralf - BOM: Raçudo como sempre, tem mostrado mais qualidade no passe.
Paulinho - PÉSSIMO: Lento e fraco na saída de bola.
(Defederico) - REGULAR: Até pareceu mais seguro, confiante... mas pouco produziu.
Jucilei - ÓTIMO: Jogou e joga muito. Que passe foi aquele para o Jorge Henrique na jogada do primeiro gol? Sensacional!
Bruno César - ÓTIMO: Voltou ser participativo e o cara do passe diferenciado, como para o Iarley, no gol da virada. E deixou sua marca mais uma vez.
(Boquita) - BOM: Contou com ajuda do Marcão para também fazer o seu gol.
Jorge Henrique - ÓTIMO: Dedicado como de costume, participou diretamente de dois gols, e sofreu a falta da expulsão do Amaral.
Iarley - ÓTIMO: Pegou confiança. Mesmo voltando a ser mais homem de área, jogou ainda mais do que na partida contra o Vitória.
Téc: Adilson Batista - ÓTIMO: Eu gostava do trabalho do Mano, mas é fato hoje o time tem mais fome de gols, e se acomoda menos com o resultado do que era antes. E no jogo de hoje, a substituição ainda no primeiro tempo, quando o time já tinha um a mais, foi fantástica. Era até o óbvio, mas poucos fazem isso com rapidez.
Direto da Redação
Redator: Pedro Silas
pedro_sccp@yahoo.com.br
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