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sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Copa do Mundo > Retrospectiva 2010

Na África, Espanha conquista o mundo
* Holanda faz grande campanha, elimina o Brasil, mas cai diante da Fúria na prorrogação

A galeria dos campeões do mundo tem uma nova integrante. É a Espanha, que chegou à primeira final da Copa, contra a Holanda, e sofreu para alcançar a conquista máxima do futebol no planeta. Um gol na prorrogação garantiu a festa da Fúria em terras sul-africanas.

Mas nem tudo foi festa na terra de Nelson Mandela. Seleções gigantes como França e Itália decepcionaram no Mundial. Brasil e Argentina caíram nas quartas de final. Alemanha e Uruguai encantaram, mas pararam nas semifinais.

Decepções

O grande vexame ficou por conta da Itália. A seleção europeia não chegou com uma grande equipe, mas não dava para imaginar que em um grupo com Paraguai, Eslováquia e Nova Zelândia, a então atual campeã do mundo não conseguiria pelo menos a segunda vaga. Pior: além de não ter avançado, acabou em último na chave. A eliminação veio com derrota por 3 a 2 para os eslovacos, na última rodada.

Outra finalista de 2006, a França não ficou muito atrás. O Grupo A (Uruguai, México e África do Sul) era mais equilibrado, mas a atual vice-campeã tinha obrigação de passar. Além da última colocação, uma confusão entre Anelka e o técnico Raymond Domenech (que já não agradava muita gente), que causou a exclusão do atacante, também foi um ponto negativo do torneio.

Não podemos esquecer da Inglaterra entre as seleções que decepcionaram. Depois de passar pelo Grupo C (Estados Unidos, Eslovênia e Argélia) em segundo e com muito sofrimento, os ingleses foram atropelados pela Alemanha nas oitavas de final: 4 a 1. Nem o gol anulado do Lampard, em um lance que a bola entrou muito, foi desculpa para o English Team.

O brilho de Alemanha e Uruguai

A Argentina fez uma Copa brilhante e caiu nas quartas de final, mas a sua participação na competição foi marcante. Além da natural grandeza da seleção sul-americana, a presença de Diego Maradona no banco de reservas como técnico, foi um show à parte. Cada bola que vinha na direção do ex-craque era um domínio espetacular. Dieguito foi, sem dúvida, um dos grandes personagens da Copa.Em campo, ele não foi tão bem assim, fazendo escolhas contestáveis.

A primeira fase foi tranquila para os argentinos, com três vitórias (sobre Nigéria, Coreia do Sul e Grécia). Nas oitavas, o México também não impôs grandes dificuldades: 3 a 1. Na fase seguinte, porém, um avassalador 4 a 0 para a Alemanha derrubou os Hermanos.

Foi a Alemanha, aliás, quem praticou o futebol mais bonito ao longo da competição. Já na estreia foi um show diante da Austrália, com um 4 a 0. Mesmo com derrota para Sérvia no jogo seguinte, a Alemanha passou pelo Grupo D após bater Gana.

Nas duas fases seguintes, dois shows Schweinsteiger, Ozil, Müller e companhia diante de duas seleções poderosas: 4 a 1 na Inglaterra, nas oitavas, e 4 a 0 na Argentina, nas quartas de final. A história dos alemães na Copa 2010, contudo, terminou no jogo seguinte, após derrota por 1 a 0 para a Espanha.

Não tão badalada como a Seleção Alemã, mas com uma campanha tão legal quanto, o Uruguai foi a grata surpresa do Mundial. O liderada Diego Fórlan - eleito o craque da Copa - passou pelo sua equilibrada chave com três vitórias. Na fase seguinte, a Coreia do Sul ficou para trás. Aí veio um jogo épico contra Gana. Após empate por 1 a 1 até o fim da prorrogação, o atacante Luís Suárez evitou um gol da seleção ganesa com a mão, no último minuto.

Já chorando fora do campo, Suárez viu o atacante Gyan Asamoah cobrar por cima do gol o pênalti. Nos pênaltis, deu Uruguai com direito a cavadinha de Loco Abreu no último pênalti. Na semifinal, a Celeste não foi páreo para a Holanda: 3 a 2. E após derrota pelo mesmo placar para a Alemanha em belo jogo, os sul-americanos ficaram com a quarta colocação.

Brasil de Dunga cai nas quartas

Cabeça-de-chave do Grupo G, o Brasil estreou na Copa em Joanesburgo, diante da fraca Coreia do Norte. E teve muitas dificuldades para derrotar os asiáticos por 2 a 1. No segundo jogo, também em "Jo", a Seleção de Dunga mostrou bom futebol e derrotou a Costa do Marfim por 3 a 1, garantindo vaga nas oitavas. Um empate sem gols com Portugal, na terceira rodada, apenas confirmou o primeiro lugar na chave.

Nas oitavas, o Brasil derrotou o Chile com facilidade, por 3 a 0. Tudo indicava que Robinho, Kaká e Luís Fabiano estavam se acertando e a Seleção poderia ir longe. Porém, a Holanda entrou no caminho brasileiro e, de virada, derrotou o time de Dunga: 2 a 1. Felipe Melo ainda foi expulso em Porto Elizabete, encerrando de forma lamentável a participação brasileira no Mundial.

Final inédita e campeão inédito

A Holanda foi longe na Copa da África. O time liderou o Grupo E, que tinha Japão, Camarões e Dinamarca, com três vitórias. Nas oitavas de final, a vítima foi a Eslováquia. O Brasil, como vocês bem lembram, caiu nas quartas. Na semifinal, o duro duelo contra o Uruguai, vencido pela Laranja Mecânica por 3 a 2 (Van Bronckhorst, Sneijder e Robben marcaram para a Holanda).

Enquanto isso, a Espanha também trilhava seu caminho de sucesso. Favorita ao caneco, a Fúria começou mal, derrotada pela Suiça por 1 a 0. Na sequência, só vitórias. Honduras e Chile foram derrotados pelo Grupo G. Depois, Portugal e Paraguai ficaram pelo caminho, derrotados por 1 a 0. Na semifinal, mais uma vitória pelo placar mínimo, diante da sensação Alemanha. Carles Puyol fez o gol salvador.

Uma final inédita se desenhou, entre duas equipes que jamais haviam conquistado uma Copa do Mundo. O Soccer City assistiu a um jogo nervoso, truncando e até violento entre holandeses e espanhóis. Em 90 minutos, nada de gols. Na prorrogação, Heitinga foi expulso e complicou a vida da Laranja Mecânica.

Aos 12 minutos do segundo tempo da prorrogação, fez-se um herói. Andrés Iniesta recebeu passe de Cesc Fabregas e bateu firme, sem chances para o bom goleiro Stekelenburg. O quarto 1 a 0 seguido definiu o primeiro título mundial da Espanha.

Holanda 0 x 1 Espanha - melhores momentos


Herói: Andrés Iniesta
Não poderia ser outro. Iniesta marcou o gol do título espanhol aos 12 minutos da prorrogação, quando as duas equipes já se preparavam psicologicamente para as penalidades. O craque do Barcelona ficará marcado para sempre na galeria dos heróis históricos da Copa do Mundo.

Vilão: Raymond Domenech
Domenech não foi apenas o vilão. Foi a mala do Mundial! Além de desagradar aos 23 jogadores franceses convocados para a Copa, o que interferiu muito no desempenho da França na África do Sul, o treinador foi muito deselegante com o técnico da seleção local, o brasileiro Carlos Alberto Parreira. No jogo entre as equipes, praticamente eliminadas, Domenech se recusou a cumprimentar Parreira. Um vexame.

Dia D: 11 de julho
Um novo campeão do mundo foi incorporado à história do futebol. A Espanha derrotou a Holanda por 1 a 0, gol de Iniesta na prorrogação, e chegou ao ponto máximo do esporte bretão.

Dia para ser esquecido: 24 de junho
A Itália, campeã mundial de 2006, caiu logo na primeira fase em 2010, após derrota de 3 a 2 para a Eslováquia. Um vexame que dificilmente será esquecido na Velha Bota.

O número: 1
Este é o número de finais de Copa do Mundo que não contaram com a participação de Argentina, Brasil, Itália e Alemanha. Este único jogo foi justamente na África do Sul, entre Holanda e Espanha.

Os 5+ gols - os gols mais bonitos da Copa 2010



Comentários da Redação
Uma campeã fria e segura
por Pedro Silas - pedro_sccp@hotmail.com

A seleção que eu mais gostei de ver na Copa do Mundo 2010 foi a Alemanha. Pra mim, jogou de longe o melhor futebol. As goleadas em cima de Inglaterra e Argentina foram fantásticas. Não dá para dizer, no entanto, que foi injusto a Espanha ter conquistado seu primeiro título. Pelo contrário...

A Fúria não jogou tudo que tinha condições de jogar (como na Eurocopa, por exemplo), mas teve seus momentos de brilhantismo. Até porque, quem tem os dribles secos de Iniesta, os passes geniais de Xavi e a habilidade e poder de finalização de David Villa sempre terá grandes momentos.

Mas os grandes méritos dos espanhóis foram a confiança neles próprios e a frieza. Sempre faltaram esses quesitos à eles, por isso eram chamados de amarelões. O jogo seguro e de toque de bola, além da eficiência, foram as principais características desta seleção que já merecia ter disputado uma final de Copa há algum tempo.

Não foi uma grande Copa tecnicamente, mas...
por Ricardo Pilat - ricardo.pilat@yahoo.com.br

Realmente, a Copa do Mundo 2010 deixou a desejar nos aspectos técnicos. Maior prova disso é que a campeã Espanha, que já era apontada com favorita antes de a bola rolar na África do Sul, passou a duras penas por seus adversários. Venceu quatro jogos por 1 a 0 no mata-mata, sem encantar.

Se teve um time que encantou, foi a Alemanha. Inesquecíveis as atuações de Müller, Podolski, Schweinsteiger e cia. nos jogos contra Inglaterra e Argentina. Contra a Espanha, porém, uma derrota que pôs fim ao sonho do tetracampeonato. O futebol bonito não foi eficiente na hora H. Por isso, mérito para a Espanha, mais eficiente do que bela.

Mas se algumas seleções deixaram a desejar, temos muita coisa boa para lembrar da Copa da África. Por exemplo, as emocionantes aparições de Nelson Mandela, a surpreendente seleção uruguaia (e a "defesa" de Luis Suárez contra Gana), o show de Diego Maradona no banco de reservas argentino, o choro daqueles que gladiaram em campo em busca de uma vitória... golaços, frangos, dribles, defesas. Até a eliminação do Brasil (que resultou na eliminação também de Dunga) foi marcante.

E tem como um momento de Copa do Mundo não ser mágico? O Mundial 2010, como todos os outros, foi fantástico para quem ama o futebol de verdade.

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