O gol, aliás, foi de uma profunda infelicidade do sistema defensivo, que sabidamente era o ponto fraco dessa seleção olímpica. O erro veio em um passe fraco de Rafael para um desatento Sandro. Peralta se aproveitou e abriu o placar antes do primeiro minuto.
A partir daí, foram mais uns 30 e poucos minutos de total apatia brasileira. Os jogadores da Seleção estavam claramente abalados, não esperavam o gol tão cedo. A cara do time era Neymar, inoperante, individualista e medroso em alguns momentos - e aqui falo bem à vontade, pois sou um dos maiores defensores do craque santista.
Enfim, Mano mudou a equipe antes do intervalo fazendo o que deveria ter feito antes de a bola rolar. Tirou Alex Sandro - bom jogador, mas que não deveria nem ter sido convocado, quanto menos titular na meia -, e colocou Hulk. O camisa 12 fez com que a equipe rendesse mais e criasse algum perigo ao goleiro Corona.
O intervalo veio, o time não mudou, mas a atitude no início do segundo tempo foi um pouco melhor. O Brasil criou muito mais, porém, sem sucesso. Faltava um lance de genialidade dos dois que podem decidir, Neymar e Oscar. Hulk tentou muito, mas não é craque pra isso.
Enquanto isso, o time dava espaços lá atrás. E foram vários. Em um deles, em cobrança de escanteio, Peralta subiu livre para fazer 2 a 0 e sacramentar a conquista inédita do México.
Mano tentou com Pato e Lucas, mas já era bem tarde pra isso. Hulk achou um gol nos acréscimos e mais! Achou Oscar livre no último lance do jogo, mas o meia do Chelsea cabeceou pra fora, dentro da pequena área. Coisas do deus do futebol, que não permitiria tamanha injustiça com os mexicanos.
Com a medalha de prata no peito, temos algumas coisas para refletir daqui pra frente sobre o futuro da Seleção. A principal delas é: vale manter Mano Menezes no comando e esperar mais resultados ruins nos próximos campeonatos ou é o momento de trazer um nome mais pesado para segurar a onda?
Conceitos
Gabriel - RUIM: Não falhou nos gols, mas também não passa confiança. Quase entregou outros.
Rafael - PÉSSIMO: Falhou no primeiro gol, quase entregou outro e ainda deu um piti antes de sair, querendo brigar com o Juan. Lamentável.
(Lucas) - SEM CONCEITO: Entrou no fim do jogo. Não dava pra fazer nada assim.
Thiago Silva - BOM: Apesar de ter falhado em um lance isolado que quase deu em gol do México, segurou o ataque do México quase que sozinho.
Juan - REGULAR: Também não passa segurança.
Marcelo - BOM: O melhor em campo. É um dos que sai ilesos do fracasso.
Sandro - RUIM: Falhou também no primeiro gol e não dá ritmo na saída de jogo do Brasil.
(Alexandre Pato) - REGULAR: Não teve tempo pra fazer muita coisa, mas tentou.
Rômulo - REGULAR: Não brilhou hoje como em outras partidas.
Oscar - RUIM: Muito apagado pra uma camisa 10 da Seleção.
Alex Sandro - RUIM: Não é meia e não é jogador de Seleção.
(Hulk) - BOM: Entrou muito bem, depois caiu de produção, mas foi responsável pelas melhores jogadas da equipe. E fez o gol brasileiro na partida;
Neymar - PÉSSIMO: Atuação ridícula. Essa é a verdade. Não chamou a responsa em momento nenhum. Porém, temo que ponderar que ele é o principal jogador, tem apenas 20 anos e todo o peso nas costas de liderar um time de garotos. Dentro e fora de campo, faltam lideranças técnicas e de grupo e isso é mais importante que analisar Neymar individualmente.
Leandro Damião - REGULAR: Correu muito, chamou o jogo, mas a bola chegou bem pouco.
Tec.: Mano Menezes - RUIM: Escalou o time errado e demorou para fazer as substituições no segundo tempo. Mais importante que avaliar apenas o vice-campeonato olímpico, o que é até normal se levarmos em conta que o México tem um bom time, é avaliar o trabalho como um todo. E a nota dele até aqui é a mesma que a do jogo de hoje. MUITO RUIM.
Fotos: Terra e Reuters
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por Ricardo Pilat | pilatportasio@gmail.com | @ricardopilat

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