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quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Raquetada > Perdemos com dignidade

É fácil falar, difícil é fazer melhor. É com essa frase que começo o texto de hoje, e ela serve diretamente aos que não acreditaram no Brasil na Copa Davis. Nos últimos dias, vi principalmente nas redes sociais a galera dizendo que o time brasileiro foi aos Estados Unidos à toa para enfrentar os donos da casa em um confronto válido pelas oitavas de final do grupo mundial da Copa Davis. O resultado infelizmente não foi positivo. No confronto, 3 a 2 para os anfitriões. Mas essa foi uma derrota digna. Os jogadores se esforçaram, começaram atrás no confronto em 2 a 0 e tiveram toda a calma do mundo para empatar. Todos os tênistas brasileiros se superaram mesmo, e apesar da derrota, vejo um futuro um pouco melhor para o tênis nacional, do que via há uns quatro meses atrás.

A primeira partida do confronto aconteceu sexta-feira. Thomaz Bellucci entrou em quadra contra Sam Querrey e não foi aquele jogador com grande capacidade que tem. Vencido psicologicamente pelo americano, o brasileiro teve um saque quebrado em cada set e perdeu o jogo por 3 a 0 (6/4, 6/3, 6/4). Bellucci mostrava um certo cansaço em quadra. Pareceia que tinha feito um jogo no dia anterior de umas cinco horas. No fim, 1 a 0 para o time dos EUA no confronto.

De certa forma pressionado, Thiago Alves também entrou em quadra sexta-feira para enfrentar o melhor americano do ranking da ATP, John Isner. O brasileiro começou mal no primeiro set e logo no início já teve o saque quebrado. No segundo, Alves melhorou, teve até chances de quebra de serviço mas não aproveitou as oportunidades. Daí em diante, ele não se encontrou mais no jogo, apesar do grande esforço que deve ser reconhecido. No fim, 3 a 0 (6/3, 7/6, 6/3) e 2 a 0 para os americanos no confronto.

A sobrevida brasileira
Já no sábado, a arena em Jacksonville (Flórida) estava lotada. Praticamente todo mundo dava a vitória para os EUA no jogo de duplas, afinal, representando o time dos americanos estavam nada mais nada menos que os irmãos Bryan, também conhecida como a melhor dupla do mundo. Tudo seria perfeito para os anfitriões, mas esqueceram que do nosso lado tinham ótimos jogadores. Bruno Soares e Marcelo Melo foram fantásticos, jogaram um tênis cativante, mostraram uma ótima sincrônia e calaram cerca de 7 mil pessoas.

No fim, 3 a 2 (7/6, 6/7, 6/4, 3/6, 6/4) em um jogo que durou por volta de quatro horas. Soares e Melo começaram a partida confiante, não deixando principalmente que os americanos quebrassem o seu serviço. No tie break, a dupla brazuca chegou a salvar três set points e depois fechou o set. O script do segundo set foi igual, no final um novo tie break só que com final feliz para os americanos. O Brasil foi soberano no terceiro set, e no oitavo game, Soares e Melo que quebraram o saque dos advesários e em seguida confiramaram o serviço fechando a parcial. O quarto set foi de altos e baixos para ambas as duplas, no fim, um novo empate americano. Na hora de decidir, o alto número de voleios perfeitos dos brasileiros falou mais alto e o placar do confronto foi para 2 a 1.

Já no domingo, tudo estava nas mãos de Bellucci, e o brasileiro foi genial no jogo contra John Isner. 3 a 2 (2/6, 6/4, 6/7, 6/4, 6/4) e uma partida que durou cerca de três horas e meia. O Bellucci começou atrás no jogo, e se recuperou no segundo set, onde ele teve um baixo número de erros forçados e não forçados. O americano voltou a ficar na frente ao vencer o terceiro set, mas com cabeça no lugar e uma parte fisíca ótima, o brazuca voltou a empatar, levando o jogo para o último set onde sobrou, aproveitando o cansaço de Isner e assim empatando o confronto em 2 a 2.

Nova derrota e o choro de emoção
Na partida decisiva, Thiago Alves enfrentou Sam Querrey, e apesar do grande esforço e superação, não conseguiu classificar o Brasil para a próxima fase da Davis, perdendo por 3 a 1 (6/4, 3/6, 4/6, 6/7). O brasileiro começou mal o primeiro set e logo de cara teve o saque quebrado, porém achou forças e quebrou o saque do americano logo em seguida. No 10º game uma nova quebra para o brasileiro e a confirmação de vitória do primeiro set. Mas Sam Querrey é número 20 do mundo, e tem um poder de definição fora do normal. O americano acertou várias paralelas, cruzadas e voleios e conseguiu empatar o jogo no segundo set, virar no terceiro e confirmar a vitória no quarto, fechando o confronto em 3 a 2 e garantindo vaga nas quartas de final para enfrentar a Sérvia. Ao término do jogo, Thiago deu uma entrevista à TV muito emocionado, chorando e dizendo que tinha orgulho de representar o Brasil onde quer que fosse, e que apesar da derrota iria erguer a cabeça.

Com a derrota no confronto, o Brasil será obrigado a disputar uma repescagem contra um país ainda não definido. Se vencer, permanece no grupo mundial da Copa Davis.

A evolução da equipe

Como já falei aqui, a equipe teve uma considerável evolução de uns tempos pra cá. O de certa forma "bom resultado" é fruto de uma boa preparação que a equipe teve para o confronto. Os jogadores chegaram aos EUA uma semana antes, fizeram treinos na quadra, mas acima de tudo vale a pena exaltar o bom trabalho do capitão da equipe, João Swetch. Durante os jogos, ele sempre subia a autoestima dos atletas e comemorava ponto a ponto.

Bruno Soares é extramente habilidoso. É um grande jogador e parece que se tornou melhor ainda após a conquista do título das duplas mistas no último US Open.

Thomaz Bellucci passou por momentos ruins durante o jogo contra Isner, mas mostrou algo que não mostra a muito tempo, equilíbrio psicológico. Se conseguir manter isso, tem bola pra ser top 15. Ele atualmente é o número 36 do mundo.

Copa Davis - Outros confrontos

Canadá 3x2 Espanha
Itália 3x2 Croácia
Sérvia 3x2 Bélgica
França 5x0 Israel
Argentina 5x0 Alemanha
Cazaquistão 3x1 Austria

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* A coluna Raquetada é o espaço dos aces, paralelas, voleios, deixadinhas e opinião sobre o que de melhor rola no tênis pelo mundo.




por Fernando Borchio | fernando.borchio@hotmail.com

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