Redação do Esporte: Coluna > Domingueira do Pilat

Clássico da paixão

Neste domingo acontece o maior clássico do futebol paulista, Corinthians x Palmeiras. Talvez, a razão para tamanha importância para o jogo, não é mais a rivalidade, que vem até se perdendo um pouco ao longo do tempo. O Derby é o maior, porque não há paixão maior do que entre palmeirenses e corintianos.

Antes que alguém fique bravo, é bom explicar: Palmeiras e Corinthians são que nem água e óleo, não se misturam, porém, não vivem sem o outro. Amor e ódio não são sentimentos excludentes, eles se completam.

Os principais momentos da história recente do Palmeiras, tiveram o Corinthians como participante. Em 93, veio o fim da fila de 17 anos sem títulos, em uma final contra o rival alvi-negro, pelo Campeonato Paulista. Goleada por 4 a 0 no jogo decisivo.

Em 99, um ano marcante. Os dois clubes decidiram vaga às semi-finais da Copa Libertadores da América e mais uma vez o Verdão levou a melhor, em uma vitória antológico nos pênaltis. No Paulistão daquele ano, o antológico jogo das embaixadinhas de Edílson, e o caneco para o Timão, após um belo quebra-pau.

Em 2000, veio a maior alegria da história da Sociedade Esportiva Palmeiras, maior até que o título da Libertadores no ano anterior, e falo isso sem medo de errar. Vitória sobre o Timão na semi-final do Continental, nos pênaltis, com uma defesa de Marcos em cobrança de Marcelinho. Nem a derrota para o Boca na final, tirou a alegria dos palestrinos.

E quando o Palmeiras foi rebaixado? Tinha corintiano que foi na Paulista comemorar! Ano passado veio o troco, e os palmeirenses, mesmo após perder a vaga para a Libertadores no Palestra, festejaram muita a queda do Timão para a Série B, ainda na saída do Palestra Itália.

Ou seja, mais importante do que vencer o rival, é vê-lo perder. É a autêntica rivalidade dos paulistanos e só quem mora na capital entende do que falo. O italiano chato que resmunga com todo mundo após uma derrota para o 'Curintia', porque sabe que o Zé, encheu o saco dele a semana inteira, dizendo que o 'Parmera' dele não era de nada.

No fim das contas, os dois sentam juntos e tomam uma cerveja no fim da tarde, pois na verdade a rivalidade morre ali dentro das quatro linhas, e quem sustenta essa relação de amor e ódio são esses torcedores, que são a alma do espetáculo.

Por essas e outras, o Derby continua sendo o maior clássico do futebol paulista. Mesmo deixando os torcedores irritados, e por mais que teles tentem esconder, a paixão está sempre nas entrelinhas da grande rivalidade entre os dois.

"Palmeiras e Corinthians são um só corpo dividido em duas almas. São pólos diferentes que se atraem por química, são corpos diferentes que ocupam o mesmo espaço na física. São tão diferentes que acabam sendo iguais. Eles não se odeiam. Respeitam-se como duelistas. Todo jogo vai ser dia de vitória. Ou melhor: de derrota. Do outro. (...) O Palmeiras não vive sem o Corinthians. O Verdão morre se o Timão vive"
(Mauro Beting, jornalista palmeirense)

"O encontro com a mulher amada. O nascimento de minha filha. E as vitórias, todas elas, sobre o Palmeiras. Esses foram os momentos mais importantes dos meus 33 anos de vida"
(Celso Unzelte, jornalista corinthiano)

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Números e curiosidades

Em toda a história dos dois times foram 327 jogos, com 118 vitórias do Palmeiras, 112 do Corinthians e 97 empates. O Palmeiras marcou 481 gols, e o Corinthians, 444.

O primeiro jogo entre Corinthians e Palmeiras - que na época ainda se chamava Palestra Itália - foi em 6 de maio de 1917, no Palestra Itália, vitória do Verdão por 3 a 0.

A primeira vitória corintiana só aconteceu anos depois, em três de maio de 1919. O Corinthians ganhou do Palestra por 3 a 0.

Unidos
Com o objetivo de organizar um jogo beneficente para arrecadar fundos para instituições carentes, a Associação dos Cronistas Esportivos de São Paulo organizou uma partida amistosa entre o Paulistano - time que era o grande vencedor da época e conquistou vários títulos no início do século - e um combinado de Corinthians e Palestra Itália. Placar final: Corinthians e Palestra Itália 2 x 0 Paulistano.

Chocolate
A maior goleada foi em 05 de novembro de 1933. Palestra Itália 8 x 0 Corinthians.

Artilheiros do confronto

Cláudio - Corinthians: 21 gols
Baltazar - Corinthians: 20 gols
Luizinho - Corinthians: 19 gols
Teleco - Corinthians: 15 gols
Heitor - Palmeiras: 14 gols
César Lemos - Palmeiras: 13 gols
Marcelinho Carioca - Corinthians: 13 gols
Romeu Pellicciari - Palmeiras: 13 gols

Jogador que mais atuou no clássico:
Ademir da Guia, 57 vezes

* O Corinthians foi campeão em cima do Palmeiras nos Campeonatos Paulistas de 1922, 1923, 1937, 1939, 1951, 1954, 1995 e 1999 e no Torneio Rio-São Paulo de 1954.

* O Palmeiras foi campeão em cima do Corinthians no Campeonato Brasileiro de 1994, nos Torneios Rio-São Paulo de 1951 e 1993, e nos Campeonatos Paulistas de 1936, 1942, 1947, 1966, 1974 e 1993.

Dados: Wikipedia, Editora Abril e Revista "Palmeiras x Corinthians - Uma história de Rivalidade"