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domingo, 25 de maio de 2008

Coluna > Domingueira do Pilat

Correu, bateu e...

Esta semana a decisão da Uefa Champions League entre Manchester United e Chelsea, nas penalidades, parou o mundo inteiro. Sim, o mundo. Porque não há neste planeta quem não goste de assistir uma decisão por pênaltis, principalmente quando não é seu time jogando.

O momento da cobrança é semelhante ao momento da execução de um presidiário. O jogador vai percorrendo aqueles quase 50 metros entre o meio de campo e a marca penal, como se estivesse indo para sua última ação em vida. A diferença é que nos pênaltis há uma chance de escapar: balanças as redes. Os torcedores ficam como familiares, prestes a perder um ente querido da forma mais trágica possível, e ficam à espera do milagre.

Quem nunca esteve lá dentro não entende como uma pessoa consegue errar um pênalti, com mais de 7 metros de comprimento, e quase 2 e meio de largura. Mas, como um bom presidiário, estes carregam uma bola de ferro na perna, para dificultar ainda mais a sua ação. Então, como dizem por aí, “só perde quem bate”.

Incrível a capacidade de avaliação que causam as penalidades. Muitos jogadores são lembrados até hoje, não por suas grandes jogadas, mas por pênaltis perdidos. Palermo, atacante do Boca, nem com suas centenas de gols conseguiu apagar de nossa memória os 3 pênaltis perdidos pela Argentina contra a Colômbia, em uma mesma partida.

No Brasil, muitos recordam do gênio que foi Zico, mas não esquecem do pênalti que perdeu contra a França, na Copa de 86. Os italianos, então, mal se recordam da brilhante carreira de Roberto Baggio, e dos pênaltis convertidos em decisões na Copa de 90 e 98. Isso porque o atacante perdeu o único que não poderia perder: contra o Brasil, em 94.

Ah, e quantos goleiros já não se consagraram por defender um pênalti decisivo? Que tal Marcos, contra o Marcelinho, nas semi-finais de Corinthians e Palmeiras, pela Libertadores de 2000.

As decisões por pênaltis são universais e não é preciso entender fórmula ou regulamento, a não ser quando se trata de Armando Marques, que conseguiu que um jogo decidido nos pênaltis terminasse empatado, por erro de contagem (Portuguesa x Santos, em 73. O juiz errou a contagem, quando o Peixe vencia, e decretou a vitória alvi-negra, que depois foi contestada. Sendo assim, a Federação preferiu dividir o título paulista entre os dois).

Tem gente que é a favor do fim das decisões por pênaltis. Queriam que fosse como antigamente, que as partidas fossem decididas em jogos extras. Não teria graça nenhuma. São decisões como as de quarta, nos pênaltis, que consagram heróis e criam vilões, que nos fazem cada vez mais amar o futebol.


Direto da Redação








Colunista: Ricardo Pilat
ricardo.pilat@yahoo.com.br

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