
No final da partida, os quase 20.000 santistas presentes nas arquibancadas aplaudiram o time, por sua dedicação, e o sentimento era de que o dever foi quase cumprido. Já o sentimento dos jogadores de que a arbitragem garfou o Peixe.
Ataque contra defesa
Assim como era de se esperar, o América veio com o único intuito de deixar o cronometro rodar. Mas logo de cara o Santos mostrou que estava disposto a reverter a difícil situação em que se encontrava. Aos 10, Molina mandou uma bomba de esquerda. O goleiro Ochoa defendeu, e a bola sobrou para Rodrigo Souto, que bateu cruzado. Kléber Pereira tentou desviar, mas chegou tarde.
O América só levou perigo em um lance isolado, aos 12 minutos, em chute forte de Arguello que passou perto. No restante, só deu Santos. Aos 21, Kléber lançou Kléber Pereira, que dominou e chutou de direita. Ochoa espalmou. Na sobra, Rodrigo Souto mandou outro petardo, e o goleiro mexicano defendeu novamente.
Ochoa espalmava demais. Foram vários chutes do Peixe, e vários rebotes, não aproveitados. O Santos insistiu muito, mas faltou tranqüilidade para finalizar. E o placar no primeiro tempo ficou no zero.
Esperança e tristeza
Na segunda etapa Leão veio com uma mudança no ataque. Tripodí, argentino, no lugar de Wesley que pouco fez. O argentino não melhorou muito o time que parecia nervoso e precipitado. Em um lance polêmico, aos 8 minutos, Kléber Pereira foi derrubado por Sebá dentro da área, mas Larrionda fez que não viu.
O time santista vinha mal, então Leão mexeu de novo. Betão deu lugar a Quiñonez, que na sua primeira aparição já se tornou personagem da partida. Cruzamento do equatoriano na cabeça de Kléber Pereira que não vacilou, 1 a 0, aos 18 minutos. A esperança estava viva.
O Cantos martelou, martelou e martelou, mas sem sucesso. Kléber Pereira teve duas chances boas na entrada da área, mas chutou fraco. Molina, esse sim, mandou uma bomba, de muito longe, mas a bola tirou tinta da trave e não entrou.
A tensão era grande, mas o perigo era pouco. A partida só acabou aos 50 minutos, e o placar não mudou. O Santos cai mais uma vez nas quartas-de-final da Libertadores. Clima de tristeza e revolta.
Leão: "Perdemos para o juiz"
Como é comum, o técnico Emerson Leão acabou creditando toda a culpa da derrota ao árbitro uruguaio Jorge Larrionda, que, na interpretação de Leão, foi o único que "errou" na noite desta quinta.
- Ninguém está chorando aqui não. Não estamos lamentando nada ou criando. Não perdemos para o adversário. Estamos perdendo para quem decide. O único que errou foi o árbitro. Estamos entrando em campo, marcando gols, vencendo, mas não nos deixaram avançar - rugiu Leão.
- O Santos não teve erro nenhum nesses jogos. Quem errou foi o árbitro. Errou em Cúcuta, em Oruro, no México, hoje (nesta quinta-feira)... É impressionante o que fizeram. Hoje, o juiz ficou rindo, não quis dar o pênalti. Se fazem isso na Bombonera (do Boca Juniors-ARG) ou no Uruguai, não saem vivos. Mas aqui é uma mãe - completou o nervoso treinador santista.
Ficha do Jogo
SANTOS 1 x 0 AMÉRICA-MEX | |
Fábio Costa, Betão (Quiñonez), Marcelo, Fabão e Kléber; Marcinho Guerreiro, Rodrigo Souto, Molina e Wesley (Trípodi); Lima e Kléber Pereira. | Ochoa, Castro, Sanchez, Sebá e Rodríguez (Iñigo); Rojas, Villa, Argüello (Armando Sanchez) e Silva; Cabañas e Esqueda (Mosqueda). |
Técnico: Leão. | Técnico: Juan Luna. |
Gols: Kléber Pereira, aos 18 minutos do segundo tempo. | |
Cartões amarelos: Silva, Villa, Sebá, Cabañas (AME); Trípodi (SAN). Público: 19.539pagantes. Renda: R$ 609.820,00. | |
Estádio: Vila Belmiro. Data: 22/05/2008. Árbitro: Jorge Larrionda (URU). Auxiliares: Carlos Pastorino e Robert Muniz (URU). |
Comentário da Redação
Faltou um pouco mais de qualidade
Errei meu palpite, paciência.
Para que minha previsão de ontem fosse completa, faltou que o Santos tivesse um pouco, somente um pouco mais de qualidade. O time foi bem, lutou muito, deu gosto de ver. O América não queria jogar, mas mesmo que quisesse não conseguiria. Entretanto, na hora H, da definição, faltou que alguém tivesse tranqüilidade para dar um passe certo, um chute preciso, e não apenas tentar chuveirinhos e chutes sem direção.
Não adianta ficar aqui reclamando da arbitragem. É fato que o Santos foi garfado no México, e que isso fez toda a diferença, e também é fato que foi pênalti hoje. Mas não existe armação, isso é Libertadores, infelizmente. Só espero que a diretoria santista pare de bancar o ridículo de fazer conchavos com a cartolagem da Conmebol, e comece a trabalhar sério na busca de aprimorar o elenco.
Parabéns para a torcida, que abarrotou a Vila. Infelizmente, pelo segundo ano seguido, ficamos fora por um gol. Mas o orgulho santista está intacto.
O futuro é meio nebuloso, mas a situação não é catastrófica. A base é boa, apesar de pouca gente enxergar isso, e só precisa ser reforçada.
E cá entre nós: que baba essa Libertadores. Vai dar Boca de novo, quer apostar?
Conceitos
Fábio Costa - SEM CONCEITO: Parece piada, mas ele não participou do jogo (só de algumas confusões).
Betão - BOM: Continua indo muito bem na lateral.
(Quiñonez) - BOM: Entrou cheio de vontade e deu até passe para o gol.
Marcelo - REGULAR: É muito estabanado. Poderia ser muito melhor se fosse mais tranqüilo.
Fabão - PÉSSIMO: Chega atrasado em todas, impressionante.
Kléber - REGULAR: Insistiu demais no chuveirinho sem tanto sucesso.
Marcinho Guerreiro - ÓTIMO: Deu sangue o jogo inteiro e não deu pontapés. Assim que deveria ser sempre.
Rodrigo Souto - BOM: Foi mais uma vez um Leão no meio-campo.
Molina - REGULAR: Alternou bons e maus momentos, mas estava cheio de vontade.
Wesley - PÉSSIMO: Sinceramente... não dá.
(Trípodi) - PÉSSIMO: Ele tropeça na bola...
Lima - REGULAR: Foi pra lá, pra cá, mas não foi a lugar nenhum.
Kléber Pereira - BOM: Outro que foi muito melhor em relação ao jogo no México. Pena que a bola não chegou redonda.
Téc: Emerson Leão - BOM: Foi bem nas substituições e merece os parabéns porque mostrou que o time não é tão ruim quanto acham. Mas reclamou de forma exagerada na entrevista, apesar de ter lá sua razão...
Direto da Redação

Redator: Ricardo Pilat
ricardo.pilat@yahoo.com.br
sinto orgulho da minha equipe. saímos, mas de cabeça erguida, com dignidade.
ResponderExcluirvaleu Fábio Costa, Betão, Kléber, Rodrigo Souto, Molina, Kléber Pereira e demais, que superaram suas eventuais limitações jogando com raça, honrando a camisa alvinegra.
VAMO SANTOS! tô contigo e não abro!
que sigamos com o mesmo espírito da Libertadores para o Camp. Brasileiro.