Copa Libertadores > Flu bate o Boca e está na final

* O Tricolor encara a LDU na decisão em uma final inédita;

O Fluminense mostrou que não tem medo de bicho-papão, e na noite desta quarta-feira, em casa, o Tricolor derrotou o temido Boca Juniors da Argentina, por 3 a 1, e está na final da Copa Libertadores 08, onde encara a LDU, velho conhecido da 1ª fase, uma decisão inédita.

O Boca saiu na frente no segundo tempo, mas com gols de Washington, Conca e Dodô, o Tricolor conquistou a bela virada que coloca o Flu na primeira final de Libertadores da história do clube.

Muito equilíbrio

Ao contrário do que se esperava, Renato Gaúcho escalou Cícero mais adiantado, dando mais opções para o ataque do Fluminense e pressionando a saída de bola do adversário. Mais atrás, Ygor e Arouca protegiam com segurança a entrada da área e davam tranqüilidade para a defesa. Por falar em tranqüilidade, o time do Boca se segurava atrás e não demonstrava nervosismo por ter de jogar contra o tempo.

Com lances de perigo para ambos os lados, a partida estava equilibrada, mas a partir dos 17 minutos o Tricolor, que jogava bem até então, recuou e, com isso, fez o adversário crescer em campo. Irritado, Renato Gaúcho pedia para o time sair da retranca. Nas arquibancadas, os quase 80 mil tricolores faziam a sua parte e, com vaias, ajudavam o time a parar o ímpeto adversário.

Na base do contra-ataque o Fluminense, muito nevorso, tentava impor seu futebol, mas, mais uma vez, contava com a ótima atuação de Fernando Henrique para segurar o 0 a 0. Fim do primeiro tempo e promessa de mais 45 minutos emocionantes.

Flu no coração

O Boca voltou na pressão para a segunda etapa. O time argentino dominava o jogo quando aos 12 minutos, Datolo fez boa jogada pela esquerda, mandou na área, e Martin Palermo cabeceou no meio das pernas do goleiro Fernando Henrique. O poderoso Boca vencia por 1 a 0 no Maraca.

A torcida do Flu não desistiu e continuou apoiando. E o presente veio aos 17 minutos. Washington mostrou que sabe também cobrar faltas. Bola no ângulo do goleiro Pablo Migliore. Tudo igual, 1 a 1, e classificação momentânea do Tricolor.

Aos 27 minutos, Fernando Henrique fez dois milagres. Primeiro no chute de Bataglia. Depois, na cabeçada de Palermo. Tiago Silva ainda salvou um chute cruzado de Datolo que tinha o endereço certo. O jogo era emocionante. Contra-ataque tricolor. E Dodô, na entrada da área, chutou por cima do travessão.

Até que aos 26 minutos, o Fluminense marcou o gol da virada. O contra-ataque era fulminante, mas Conca errou na hora da conclusão. Errou? Que nada! A bola desviou no zagueiro Paletta, e estufou as redes.

O Boca foi todo pra cima e criou um sufoco enorme. Fernando Henrique teve de intervir por diversas vezes. Mas a pressão não deu resultado, e em erro de Palacio na saída de bola, o Fluminense pôs fim ao medo de bicho-papão. Dodô roubou a bola, e com categoria fez o terceiro e derradeiro gol do jogo. O Flu é finalista da Libertadores.!

Ficha do Jogo
Estádio: Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)
Data/hora: 04/6/2008 - 21h50min (de Brasília)
Árbitro: Carlos Torres (PAR)
Auxiliares: Manuel Bernal (PAR) e Emigdio Ruiz (PAR)
Renda/público: R$ 1.729.117,50 / 78.856 pagantes
Cartões amarelos: Washington, Arouca, Thiago Neves, Gabriel, Fernando Henrique (FLU); Riquelme, Palermo (BOC)
Cartões vermelhos: Não houve
GOLS: Palermo, 12'/2ºT (0-1); Washington, 17'/2ºT (1-1); Conca, 26'/2ºT (2-1), Dodô, 47'/2ºT (3-1)

FLUMINENSE: Fernando Henrique, Gabriel, Thiago Silva, Luiz Alberto e Junior Cesar; Ygor (Dodô, 15'/2ºT), Arouca, Cícero, Conca e Thiago Neves (Maurício, 33'/2ºT); Washington (Roger, 47'/2ºT).
Técnico: Renato Gaúcho.

BOCA JUNIORS: Pablo Migliore, Hugo Ibarra, Julio Cáceres, Gabriel Paletta e Morel Rodríguez (Boselli, 33'/2ºT); Vargas (Ledesma, intervalo), Battaglia, Dátolo (Chavez, 39'/2ºT) e Riquelme; Palacio e Martín Palermo. Técnico: Carlos Ischia.


Comentário da Redação
Alma de campeão

Nem o Sobrenatural de Almeida, "personagem" do tricolor Nelson Rodrigues, é capaz de tirar esse título do Fluminense. Na noite desta quarta viu-se um verdadeiro campeão jogando. O hexa-campeão não mostrou o que sabe, e o time de Renato Gaúcho provou que não tem medo de cara feia, São Paulo e Boca que o digam.

Houve momentos de tensão. Quando Palermo fez 1 a 0, a coisa parecia se complicar, mas o "inexperiente" Fluminense não se intimidou e tratou de fazer 3 gols. Fernando Henrique foi um leão em campo, apesar de falhar no gol dos argentinos.

Destaque para o trio Washington, Dodô e Conca, que jogaram muita bola! A defesa tricolor não se encontrou, mas contou com um dia infeliz de Riquelme e cia.

O Flu é o time com futebol de campeão, alma de campeão. Será uma grande zebra se a LDU conseguir impôr algum problema para os cariocas.

Parabéns, tricolor!


Direto da Redação

Redator: Ricardo Pilat
ricardo.pilat@yahoo.com.br