MLB > Bullpen
Mito vivo
Os 48.281 presentes ao Camden Yards em 31 de maio de 2008 viram Manny Ramírez rebater sua 500ª bola para o outro lado do muro. O histórico home run do campista-esquerdo dos Boston Red Sox saiu na sétima entrada sobre Chad Bradford, na vitória por 6 a 3 contra os anfitriões Baltimore Orioles. Ramírez se tornou o 24º jogador no seleto grupo dos que atingiram o marco. Foi uma longa jornada, depois de 7.263 vezes ao bastão.
Manuel Aristides Ramírez nasceu em 30 de maio de 1972, em Santo Domingo, capital da República Dominicana. Aos 13 anos de idade, se mudou com as três irmãs para juntar-se aos pais em Washington Heights, bairro nova-iorquino de maioria dominicana no distrito de Manhattan. Lá, começou a se destacar jogando pela Escola Secundária George Washington. Até que, em junho de 1991, ele foi selecionado pelos Cleveland Indians na primeira rodada (13º no geral) do draft da Major League Baseball.
Após duas temporadas de sucesso nas ligas menores, Ramírez estreou nas Grandes Ligas em 2 de setembro de 1993, indo 0 de 4 em Minnesota. Porém, na noite seguinte, ele explodiu com três rebatidas extrabase contra os Yankees em Nova York; Melido Pérez sofreu a primeira rebatida (uma dupla) de Manny na MLB, além do primeiro home run. 1999 foi sua temporada mais impressiva, quando bateu .333 com 44 home runs, impulsionando um recorde pessoal de 165 corridas — maior marca desde Jimmie Foxx em 1938 (175). Seu exitoso período em Cleveland chegou ao fim em 2000, tendo ele colecionado um total de 236 home runs e 804 corridas impulsionadas em 967 partidas, ajudando os Indians a chegarem nas Séries Mundiais de 1995 e 1997.
Em dezembro de 2000, Ramírez assinou um contrato de 8 anos/US$ 160 milhões com os Boston Red Sox. A temporada subseqüente teve início no Fenway Park. No primeiro arremesso que viu, ele homerizou sobre o Green Monster; prenúncio dos bons tempos vindouros. Em 2004, Ramírez foi peça-chave dos Red Sox na conquista da Série Mundial — título que a equipe não ganhava desde 1918 —, sendo eleito o Jogador Mais Valioso (MVP) das finais contra os St. Louis Cardinals. Naquela campanha, ele liderou a Liga Americana em home runs com 43, batendo .308 com 130 corridas impulsionadas. No ano seguinte, teve sua melhor produção ao bastão em Boston, igualando seu recorde pessoal de home runs obtido em 1998, com 45, e impulsionando 144 corridas; também conectou o 20º grand slam da carreira, ficando atrás apenas de Lou Gehrig (23) pela liderança de todos os tempos. Nos playoffs de 2007, onde bateu .348 com 4 home runs e 16 corridas impulsionadas, Ramírez se tornou o maior rebatedor de home runs na história da pós-temporada, com 24, enquanto conduzia os Red Sox a mais um campeonato.
E pensar que, em 2003, a nova diretoria do clube, tentando livrar-se do alto salário do dominicano após a derrota nas finais da Liga Americana para os arqui-rivais Yankees, o colocou em waivers irrevogáveis, deixando-o disponível para qualquer equipe que se dispusesse a assumir o restante do contrato. Contudo, todos os 29 times passaram a oportunidade de reivindicá-lo.
Não obstante a grandeza como jogador, Ramírez se distingue pela personalidade. A expressão “Manny Being Manny” refere-se a momentos próprios do camisa 24. Incidentes são comuns, como quando ele desapareceu no Green Monster durante uma visita do técnico de arremessadores ao montinho, ou, mais recentemente, cumprimentou um torcedor (“toca aqui”) em meio a uma queimada dupla. O mais famoso, decerto, ocorreu em 21 de julho de 2004: Manny, inexplicavelmente, mergulhou para cortar um lançamento de Johnny Damon ao campo interno, permitindo que David Newhan, dos Orioles, completasse um inside-the-park home run.
Ídolo em Boston, um episódio marcante de sua relação com a torcida aconteceu no Fenway em 31 de julho de 2005. Entrando como rebatedor substituto na oitava entrada contra os Twins, Ramírez foi ovacionado de pé, 54 minutos após o prazo final de troca (16h); havia uma forte especulação de que ele forçaria sua negociação, o que gerou vaias a ele em dois jogos anteriores. A resposta veio com uma rebatida simples, impulsionando a corrida da vitória. Depois da partida, declarou: “Esqueça a troca, cara. Este é o lugar em que eu quero estar, cara. Isso é ótimo, cara. Eles me amam aqui, cara. Este é meu lugar. ‘Manny sendo Manny’, ele é ótimo, cara... nós passamos por muita coisa, este é o lugar para mim, estou feliz por estar aqui... Eu estou de volta!”.
Este é Manny Ramírez, um dos maiores rebatedores de todos os tempos. Um mito. Na história do beisebol, seu lugar entre os grandes está garantido.
Assista o Vídeo do HR #500:
http://boston.redsox.mlb.com/media/video.jsp?mid=200806012811215
Direto da Redação
Colunista: André Vieira
andr3_sfc@hotmail.com
Definitivamente, um mito.
ResponderExcluirO Manny realmente é espetacular. Um dos melhores rebatedores de toda a história da MLB. E isso sendo um cara muito folgado. Sempre que rebate uma bola longe, ele fica olhando um tempão, antes de começar a correr. Por isso já aconteceu de um bola, que se ele corresse, seria rebatida dupla, virar uma simples, porque ele ficou olhando a trajetória...
ResponderExcluirNão tem nem o que falar do Manny visto tudo que foi citado neste texto... jogador e pessoa excepcional, mestre na arte de jogar bolinhas pro Green Monster e com um caráter totalmente oposto ao de certos jogadores..
ResponderExcluirValeu, Manny!
o Manny é foda mesmo!!!
ResponderExcluirO único cara do Red Sucks que me dá gosto de ver jogar
=D
Queria ele no Yankees, ia ser no mínimo engraçado
hahahaha