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sábado, 26 de julho de 2008

Campeonato Brasileiro > No Maracanã, Cruzeiro despacha o Fluminense e acaba com tabu

* Há 36 anos os mineiros não venciam o Tricolor no estádio

Noite de redenção para o Cruzeiro no Maracanã. Após duas rodadas, o time mineiro reencontrou a vitória neste sábado, contra o Fluminense, e ainda colocou um ponto final ao jejum contra o Tricolor no estádio, que já durava 36 anos: 3 a 1, gols de Guilherme, Fabrício e Wágner, pela 15ª rodada do Brasileirão. Washington descontou.

Com o resultado, a Raposa passa a noite de sábado na terceira posição, e torce contra Vitória e Palmeiras nos jogos de domingo. Na outra ponta da tabela, o Flu segue em situação delicadíssima. Décimo-oitavo colocado, com 13 pontos, os cariocas agora têm a mesma pontuação do Ipatinga, que venceu o Internacional, e podem ser superados pelo Santos, que joga contra o Vasco, na Vila Belmiro.

Na próxima rodada, o Tricolor carioca vai ao Canindé, em São Paulo, para encarar a Portuguesa, quarta-feira, às 20h30m, enquanto a Raposa, no mesmo dia, recebe o Náutico, às 19h30m, no Mineirão.

Flu sai na frente, mas dá espaços e sofre a virada

Sem contar com seus dois meias de armação, Conca, suspenso, e Thiago Neves, na seleção olímpica, o Fluminense apostou na velocidade para superar o Cruzeiro. Com Tartá e Junior Cesar com bastante liberdade, o Tricolor se mandou para o ataque, e logo aos 8 minutos conseguiu em pênalti. Washignton recebeu cruzamento dentro da área, girou em cima de Thiago Martinelli e foi derrubado. O próprio atacante cobrou no canto direito de Fábio e espantou de vez o fantasma da Libertadores. Foi a segunda penalidade convertida pelo jogador após a derrota para a LDU.

O gol despertou o Cruzeiro, que mostrava um bom volume de jogo, mas atacava de forma desordenada. No entanto, o time mineiro encontrou o caminho para o sucesso no lado direito da defesa tricolor. Com o criticado Rafael poupado por Renato Gaúcho, o Flu apresentou um trio de zaga desentrosado, formado por Sandro, Luiz Alberto e Roger, e expôs Arouca, improvisado na ala direita. Pelo setor, Gerson Magrão e Carlinhos encontravam espaços e levavam perigo.

Aos 22, o lateral-esquerdo limpou a jogada na entrada da área e chutou rasteiro. Ricardo Berna caiu no canto esquerdo e salvou o Flu. Cinco minutos depois, mais uma vez o ex-santista assustou. Ele avançou com liberdade e cruzou no segundo pau. Roger, dentro da pequena área, evitou a conclusão de Guilherme.

De tanto insistir, a Raposa chegou ao empate com a jogada que já estava ficando manjada. Carlinhos recebeu de Marquinhos Paraná na esquerda, deixou Arouca para trás e rolou para Guilherme, que só escorou para o gol vazio e marcou seu sétimo gol no Brasileirão. Três minutos depois, Charles sofreu falta de Junior Cesar na entrada da área. Fabrício cobrou no pé da trave esquerda de Berna, que demorou para saltar e não alcançou a bola. Vira-vira celeste e 2 a 1 no placar.

Paciência x Desespero

O Fluminense voltou para a segunda etapa com o jovem meia Felipe na vaga de Ygor, vaiado durante todo o primeiro tempo, e se mandou para o ataque. A estratégia ao menos manteve o Tricolor no campo de ataque. Diante de um Cruzeiro precavido, os cariocas tocavam a bola de um lado para o outro, mas careciam de criatividade.

Mesmo sem demonstrar muita preocupação em atacar, a Raposa tinha maior poder de conclusão. Wágner em duas oportunidades, aos 14 e aos 16, arriscou da intermediária, mas errou o alvo. Sem muita opção, Renato Gaúcho, que a esta altura já ouvia o coro de 'burro' das arquibancadas, arriscou tudo. Tirou o zagueiro Sandro e colocou Somália.

A substituição, entretanto, por pouco não teve efeito reverso e imediato. Aberto na defesa, o Flu dava espaço para os contra-ataques. Aos 21, Felipe perdeu a bola para Charles, que avançou pelo meio e tocou parar Wagner. O meia descolou excelente passe para Marquinhos Paraná invadir a área livre, pela direita, e chutar forte para fora.

Sem opção, o Fluminense partiu para o abafa. Principalmente com Junior Cesar, o time apelava para bolas aéreas, e um desses cruzamentos encontrou Somália, na marca do pênalti, aos 33 minutos. O atacante dominou de costas para o gol, fez o papel de pivô, mas preferiu arriscar a jogada individual e não rolou para Washington. Leo Fortunato, esperto, fez o corte.

O Cruzeiro seguiu mais perigoso nos contra-golpes. Aos 33, um lance inusitado: Charles cobrou falta sem direção, a bola explodiu em um desatento Weldon e tirou tinta da trave esquerda de Ricardo Berna. A duelo voltaria a acontecer dois minutos depois. O atacante gingou pra cima de Luiz Alberto, limpou a jogada e chutou com estilo na entrada da área. Berna voou no ângulo esquerdo e fez linda defesa.

Diante da inoperância tricolor, o Cruzeiro passou a tocar a bola de um lado para o outro. Um desses passes encontrou Camilo, pela direita, aos 41. O jovem chamou Junior Cesar para dançar e rolou com açúcar para Wágner emendar de primeira da entrada da área e acabar com um jejum que já durava desde 1972. Antes do apito final, Luiz Alberto ainda acertou Wágner, fora do lance de bola, e recebeu o cartão vermelho.

Sonolento, Inter perde para o Ipatinga

O Inter vinha em ascensão, sonhava com a chegada ao G-4 e enfrentava o lanterna do Brasileirão. Nada mais natural do que prever um time ambicioso. Pois aconteceu o contrário, e o Colorado, medroso em campo, levou 1 a 0 do Ipatinga no início da noite deste sábado, em Minas Gerais. Com o resultado, o Tigre deixou a lanterna da competição e barrou as pretensões vermelhas de consolidar o crescimento no Nacional.

Com a derrota, o Inter caiu para o oitavo lugar, com 22 pontos. O Ipatinga deixou o Santos para trás e agora é o 19º, com 13. Na próxima rodada, o Colorado recebe justamente o Peixe na quarta-feira. A equipe mineira visita o Sport um dia depois.

Chances perdidas em campo, tempo perdido fora dele

Os poucos torcedores que foram ao estádio sofreram com o que viram no primeiro tempo. Muitos devem ter encarado o programa como uma grande perda de tempo. Perda, aliás, foi o que o mais aconteceu na etapa inicial. Perda de gols, de domínio da bola, de possibilidades de contra-ataque...

Ipatinga e Inter fizeram um jogo sofrível. Os mineiros até que foram animadores no início. Nos primeiros cinco minutos, tiveram amplo domínio, mas não conseguiram ameaçar. Nilmar esteve perto de balançar a rede duas vezes. Primeiro, Fred abafou bem. Depois, o chute do atacante não atingiu o alvo. Os gaúchos deram sinais de que fariam o gol a qualquer momento, mas foram sinais falsos. Aos trancos e barrancos, o Ipatinga conseguiu recuperar o controle da bola, tarefa facilitada pela péssima tarde de Magrão e Alex - que saiu no fim do primeiro tempo, sentindo a coxa.

O Ipatinga voltou do intervalo superior ao Inter. Controlou a bola, trocou passes pelo meio, fez o time colorado correr. A exemplo do que aconteceu no primeiro tempo, faltou qualidade para o Tigre transformar logo sua melhor produção em chances de gol.

Pouco incisivo, às vezes sonolento, o Inter teve cara de time satisfeito com o resultado no decorrer do período. Tite fez uma substituição esquisita, colocando Maycon no lugar de Edinho. São dois jogadores iguais. Naturalmente, o efeito foi nulo. A entrada de Andrezinho no lugar de Alex, lesionado, também não mudou muita coisa. O time colorado seguiu tendo basicamente uma arma: Nilmar. Aos 27 minutos, ele quase fez de letra.

O medo colorado custou caro. Aos 32, Luís Fernando acertou a trave, e no rebote Beto fez 1 a 0. Orozco poderia ter evitado o gol, mas preferiu abaixar a cabeça. Só aí o Inter lembrou que precisava da vitória. Guto ainda perdeu um gol feito, e o time de Tite não conseguiu alcançar a igualdade.

Estrela de Dorival brilha, e Coritiba vence o Náutico no estádio dos Aflitos

Mesmo jogando no Estádio dos Aflitos, o Coritiba não tomou conhecimento do Náutico e aumentou para cinco jogos sem vencer o jejum do rival. Com gols de Guaru e Keirrison, com Píauí descontando, o Coxa venceu por 2 a 1 e chegou a 23 pontos, em sétimo na tabela de classificação do Campeonato Brasileiro, se aproximando do G-4. Já o Alvirrubro pernambucano segue com 18 pontos na décima-segunda posição e já começa a ver mais de perto os times que integram a zona de rebaixamento.

O jogo

Os primeiros instantes já indicavam qual seria a dinâmica da partida. Jogando para frente e atrás da vitória, Náutico e Coritiba mostravam incrível disposição. Desta forma, jogadas mais ríspidas e intensas disputas de bola no meio campo eram inevitáveis.

Depois de 15 minutos de muita velocidade, o ritmo diminuiu um pouco, graças ao grande número de faltas. Usando bem as pontas, o Timbu conseguia chegar bem nas bolas paradas, mas pecava na hora dos cruzamentos. Já o Coxa tentava a penetração pelo meio, mas esbarrava na forte marcação alvirrubra. Deste modo, os chutes de longa distância e os lançamentos longos eram inevitáveis, mas não faziam efeito.

Sem vencer há quatro jogos o Náutico acordou, e colocou duas bolas no travessão de Édson Bastos. Primeiro, aos 34 minutos, quando Alceu cobrou falta para a área e Gilmar cabeceou por cobertura. Depois em boa cobrança de falta de Piauí, na entrada da área. Porém, o Coxa não se intimidou e deu sua resposta em grande estilo aos 41. Depois de vacilo de Vagner, Hugo cruzou rasteiro para Guaru, que bateu rasteiro, no canto esquerdo de Eduardo, abrindo o placar. Logo em seguida, os papeis se inverteram, e em cruzamento da direita, Hugo cabeceou para fora, no lance final do primeiro tempo.

Na volta para a etapa final, o técnico Pintado fez uma modificação ousada, tirando o zagueiro Onildo e colocando o meia Geraldo. A alteração do treinador alvirrubro logo deu resultado. O Timbu partiu para cima e chegou duas vezes logo nos seis primeiros minutos. Na primeira delas, Vagner se aproveitou de uma bola mal cortada pela zaga do Coxa e chutou rente à trave de Édson Bastos. Na segunda, saiu o gol do empate. Em lance bastante parecido, Piauí pegou bem na bola, que ainda desviou na zaga coxa-branca antes de balançar a rede.

Assustado, o Coritiba tentava sair para o ataque, mas não conseguia organizar suas jogadas ofensivas. Na defesa, o time de Dorival Junior sofria para rechaçar os cruzamentos sempre perigosos do rival. Em um deles o Náutico quase chegou à virada, mas Wellington furou a cabeçada, aos 18 minutos. Ao fim do ímpeto ofensivo inicial alvirrubro, o Coxa finalmente voltou a jogar. Tocando a bola com mais calma, teve chances, principalmente em chutes de longa distância, com Carlinhos Paraíba e Hugo.

Após muita correria de ambos os lados, o ritmo da partida diminuiu. As jogadas ofensivas de maior perigo ficaram cada vez mais raras, e o toque de bola passou a dar lugar para os chutões para frente. Deste modo, os treinadores resolveram mexer, na tentativa de mudar o jogo. Dorival Junior colocou Henrique Dias e Keirrison, enquanto Pintado apostou em Fabiano Gadelha. A partida, então ficou ainda mais aberta. Aí brilhou a estrela do técnico coxa-branca. Aos 42 minutos Keirrison fez o gol da vitória, após passe de Henrique Dias.

Fonte: Globo.com


Redator: Pedro Silas
pedro_sccp@yahoo.com.br

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