
As taças da Libertadores, do Mundial e da Recopa que dêem um jeito de arranjar espaço para uma nova vizinha no Beira-Rio, porque o Inter é o primeiro brasileiro a conquistar a Copa Sul-Americana. Em um jogo mais complicado do que previam os colorados, a equipe de Tite empatou por 1 a 1 com o Estudiantes no Gigante e pôde levantar o caneco graças ao resultado do primeiro duelo, a vitória por 1 a 0 em La Plata. Nilmar, aos oito minutos do segundo tempo da prorrogação, marcou o gol do título.
A conquista fecha o ciclo de conquistas gringas iniciado em 2006. O Inter é o único clube do Brasil que pode se orgulhar de ter todos os canecos estrangeiros atualmente em disputa à disposição. Em todo o continente, é uma façanha alcançada também pelo Boca Juniors. E ninguém mais.
Erros do time e polêmica com o árbitro

É bem verdade que o 0 a 0 servia aos gaúchos, mas ficou no ar um sentimento de preocupação. A torcida, geralmente inflamada, por vezes silenciou, apreensiva. Alex, muito bem marcado, não conseguiu produzir no ritmo habitual. Todas as jogadas passaram por D’Alessandro, que raras vezes perdeu as disputas com os compatriotas. Só faltou ser mais conclusivo.
A primeira chance do jogo foi de “El Cabezón”, logo com quatro minutos. O argentino chutou por cima do gol de Andújar. Aos 22, a arbitragem poderia ter marcado pênalti para o Inter. Em bela jogada de Bolívar pela direita, Alayes, com o braço aberto, cortou a bola dentro da área. Jorge Larrionda, porém, interpretou o lance como normal e assinalou apenas o escanteio, frustrando os colorados, que pediam o pênalti.
Mas o Estudiantes tem mais a reclamar. Boselli, com 32 minutos, apareceu livre e em posição legal para marcar de cabeça. A arbitragem anulou. Jorge Larrionda desta vez atendeu a marcação do auxiliar, que assinalou impedimento de um jogador que não participara efetivamente do lance.
Mesmo um pouco carente no setor ofensivo, o Inter teve a melhor chance da etapa inicial. Foi nos minutos finais do período, quando o time conseguiu controlar melhor o Estudiantes. Alex avançou pelo meio e rolou para Nilmar, que acionou D’Alessandro. A bola foi recuada para Andrezinho, de boa atuação. Ele mirou o canto e bateu colocado. A bola desviou na zaga e quase enganou o goleiro argentino, que se viu obrigado a praticar uma defesa impressionante.
Estudiantes pressiona

O Estudiantes, por sua vez, parecia nervoso em campo. Foram dois cartões amarelos antes dos oito minutos. Mas aos poucos, o time argentino foi se acalmando. E insistia em levantar bolas na área em cobranças de falta. Em uma delas, aos 20, Benítez bateu da esquerda, a defesa ficou parada, e Alayes, na segunda trave, bateu forte para fazer 1 a 0.
O gol ratificou a confiança que o time argentino mostrava na partida. Com 25 minutos, Veron tocou para Perez na área. Após desarme da defesa colorada, a bola sobrou para Calderón girar e chutar. A finalização foi desviada novamente pelos jogadores do Inter, e o Estudiantes ficou apenas com o escanteio.
Sem ver o seu camisa 10 repetindo as boas atuações das partidas passadas, Tite decidiu tirar Alex de campo. Taison ganhou oportunidade. O panorama, entretanto, não mudou. O Estudiantes continuou mais perigoso, principalmente com as investidas de Angeleri pela direita.
Aos 44, o lateral-direito argentino deu mais um susto na torcida do Inter. Matou no peito dentro da área e soltou a bomba de pé esquerdo. Lauro só ficou olhando a bola passar à sua direita.
No minuto seguinte, boa chance para o Inter. Nilmar foi lançado em boas condições, mas foi derrubado por Alayes pouco antes de entrar na área. A torcida pediu pênalti, os jogadores do Inter também. Agenor, goleiro reserva, foi expulso por reclamação. Foi o último ato do tempo regulamentar.
Nilmar marca o gol do título

O Inter continuou no campo de ataque no segundo tempo da prorrogação. Aos seis minutos, D'Alessandro fintou o marcador e cruzou na segunda trave. Com Andújar já batido, Angeleri colocou para escanteio.
A insistência colorada foi recompensada dois minutos depois. Danny Morais cabeceou para grande defesa de Andújar. A bola bateu no travessão e voltou para Gustavo Nery. O lateral bateu cruzado, Nilmar se embolou com a zaga na pequena área para empurrar para a rede. Gol do Inter, gol do título!
Ficha do jogo
INTERNACIONAL (1) 0 x 1 (0) ESTUDIANTES | |
Lauro, Bolívar, Danny, Álvaro e Marcão; Edinho, Magrão (Sandro), Andrezinho (Gustavo Nery) e D'Alessandro; Alex (Taison) e Nilmar. | Andújar, Angeleri, Alayes, Desábato e Cellay; Iberbia (Perez), Benítez, Verón (Moreno) e Braña; Gata Fernández (Calderón) e Boselli. |
Técnico: Tite. | Técnico: Leonardo Astrada. |
Gols: Alayes, aos 20 minutos do segundo tempo. Nilmar, aos oito minutos do segundo tempo da prorrogação. | |
Cartões amarelos: Magrão, Bolívar, D'Alessandro, Gustavo Nery (Internacional); Alayes, Benítez, Braña (Estudiantes). Cartões vermelhos: Agenor (Internacional); Braña, Boeselli (Estudiantes). Público: 51.803. Renda: R$ 1.043.995,00. | |
Estádio: Beira-Rio. Data: 03/12/2008. Árbitro: Jorge Larrionda (URU). Auxiliares: Pablo Fandiño (URU) e Walter Rial (URU). |
Fonte: Globo.com
Comentário da Redação
Foi merecido!
Apesar de não ter jogado tudo que pode, o Inter foi valente, não desistiu, e na raça, venceu com merecimento o Copa Sul-Americana 2008. No começo do jogo o Colorado até apresentou um bom futebol e dava a sensação que seria um título mais fácil. Mas foi bem diferente.
O Inter se acomodou com a vantagem que tinha de poder empatar para ser campeão. E esse é o jogo que os argentinos gostam. Eles são tranquilos e jogaram sem pressão, como se o título tivesse difícil e o que viesse era lucro. E veio o que os argentinos queriam. 1 a 0 no tempo normal e prorrogação.
Na prorrogação, o cansaço de ambas as equipes era nítido. Porém o Inter foi melhor o tempo todo. O Inter bombardeou a zaga argentina no final do primeiro tempo da prorrogação, foi incrível. Quando já estava com cara de empate, quando parecia que o gol do Inter não ia sair. Nilmar, o nome do jogo e do campeonato, após cabeçada na trave, chute forte de Gustavo Nery no peito do goleiro, a bola sobrou para ele, que só deu um toque e fez o gol do título.
Muito merecido esse gol ter sido do Nilmar. Como joga bola esse garoto, da gosto de vê-lo jogar. Outro grande jogador é esse argentino D'Alessandro. Foi muito bem na competição também. Não só os dois, o Internacional tem um time muito bom.
Se esse time permanecer para o ano que vem, com um time entrosado e já conhecido, tem tudo para brigar por todos os títulos que disputar. Tem um meio de campo incrível. E um atacante que dispensa comentários como é o Nilmar.
No banco, ainda tem a opção do jovem Taison, que dá velocidade a equipe. Tem o Gustavo Nery, que quando quer jogar bola é muito bom. Imagine então se o Daniel Carvalho entrar em forma e continuar para a próxima temporada? Enfim, é um grande time. E ainda juntando com a força dos times gaúchos, é um grande favorito nos campeonatos do ano que vem.
Esperemos também que com esse primeiro título de um time brasileiro na Sul-Americana a competição seja mais valorizada aqui. O que importa se vai dar vaga à outro torneio ou não? Não se briga por título apenas para dar vaga em outra competição. Claro que se uma vaga na Libertadores estiver em jogo, melhor ainda.
Como eu já falei aqui, o interessante é que o campeão da Sul-Americana ganhe uma vaga na repescagem da Libertadores. Assim, o campeão da Sul-Americana enfrentaria o 5º colocado do país campeão da Libertadores. Tudo bem que esse ano não teve brasileiro campeão do torneio mais importante das Américas. Mas imagine um Internacional contra o Flamengo, atual 5º colocado, valendo vaga na Libertadores. Já pensou que jogão seria?
Redator: Pedro Silas
pedro_sccp@yahoo.com.br
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