
No começo do ano fizemos aqui no blog Redação do Esporte® uma prévia do Paulistão aqui na nossa prancheta. Muita coisa mudou desde então e após muitos jogos, Santos e Corinthians chegaram à final com times diferentes daquilo que pensávamos na época.
Então, está na hora de analisar o que Santos e Corinthians podem fazer neste primeiro jogo da grande decisão do Campeonato Paulista. Lembrando sempre que as análises são exercícios de ilação e tudo pode mudar em um pênalti mal marcado, ou em um chute de fora da área.
Na Vila Belmiro, o Peixe não terá os volantes Rodrigo Souto (machucado) e Roberto Brum (suspenso). Pará e Germano serão os substitutos. Já o Timão não terá Dentinho (suspenso). Mano Menezes tem dúvidas para recompor o time sem o atacante. Morais ou Otacílio Neto, mantendo a formação no 4-3-3? Boquita ou Fabinho para embolar o meio-campo?
Analisei todas as possibilidades e cheguei às seguintes conclusões:
Cenário 1 : Santos no ataque e Corinthians no 4-3-3

Neste cenário, o Corinthians jogaria com Morais ou Otacílio Neto fazendo a função de Dentinho, como terceiro atacante. No entanto, nenhum dos dois são marcadores e devem apenas segurar as subidas do lateral Luizinho. Com o time mais aberto, os volantes corintianos seriam sobrecarregados pelo rápido toque de bola do meio-campo santista. Madson e Neymar seriam ponteiros que abririam espaço para a chegada dos meias. Pior para André Santos, que não poderá subir com tanta facilidade ao ataque. Enquanto isso, os laterais santistas pouco avançariam, pois não haveria necessidade. Vejo o Santos com vantagem nesse caso.
Cenário 2: Santos no ataque e Corinthians no 4-4-2

Já com três volantes, no 4-4-2, o Corinthians poderá marcar melhor as principais peças do time do Santos. Paulo Henrique terá dificuldade para jogar entre três homens. Madson e Neymar tentarão abrir o jogo, mas serão poucos espaços até chegar em Kleber Pereira. Com tudo isso, o Timão forçará uma maior participação dos volantes santistas, Pará e Germano, que terão que ter muita qualidade para distribuir o jogo. Além disso, os laterais teríam que participar muito mais da partida. Enquanto isso, Douglas estaria pronto para aproveitar qualquer erro santista, armando o contra-ataque para os velozes avantes corintianos. Situação favorável ao Timão.
Cenário 3: Corinthians no ataque no 4-3-3

Nesse caso, o Corinthians irá precisar incomodar o Santos, para que dê resultado a opção por três homens de frente. O Peixe costuma ter dificuldades com bolas enfiadas entre os zagueiros, por isso é importante a participação de Jorge Henrique e Morais ou Otacílio Neto, abrindo o jogo pelas pontas e proporcionando a chegada de Douglas e André Santos, que será elemento surpresa pelo meio. Estes terão a missão de municiar Ronaldo no ataque, dando trabalho aos beques do Santos. No entanto a vida corintiana não será fácil, pois não será possível ir todo à frente sem tirar os olhos de Madson, Neymar e Paulo Henrique, que serão apenas sombras na marcação, mas estarão à espera de um contra-ataque que pode ser mortal.
Cenário 4: Corinthians no ataque no 4-4-2

Jogando com três volantes o Corinthians pode organizar melhor suas jogadas de ataque, principalmente se Boquita for um desses. Com ele, Elias e Cristian, será melhor para Douglas, que terá mais liberadade para cair pelas pontas e cansar os volantes do Santos. André Santos também pode ajudar na organização do lado esquerdo, dando preocupação ao meia Madson. Jorge Henrique deve atuar mais entre as costas de Triguinho e do zagueiro Eller, sempre que possível, fazendo essa troca com Ronaldo. As opções, nesse cenário, são muito maiores para Mano Menezes.
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No final das contas, Mano Menzes terá duas opções: Ou mantém o time que vem jogando bem, com tres homens de frente, ou muda e utiliza algo parecido com o que fez contra o próprio Santos, na 1ª fase, quando o Corinthians derrotou o rival por 1 a 0, jogando com três volantes de qualidade. Para o Santos, é bom que o Corinthians jogue e deixe jogar, pois esse tipo de adversário permite mais facilidade para Madson, Neymar e Paulo Henrique.
A verdade é que tudo não passa de teoria e na prática a coisa é outra. Mas os treinadores devem estar atentos a todos os detalhes, pois um erro pode ser fatal e acredito que esse primeiro jogo deve definir muita coisa.
Direto da Redação
Professor: Ricardo Pilat
ricardo.pilat@yahoo.com.br
Ótima análise.
ResponderExcluirEu prefiro o Corinthians com três atacantes, mas dois voltando e tal. Sufoca e preocupa mais o adversário, e deixa o Ronaldão no mano-a-mano.