
Apesar do empate, o Santos segue em situação delicada no Campeonato Brasileiro. Com Serginho Chulapa como técnico interino, o time permanece na 11ª posição, agora com 14 pontos. No domingo, o time enfrenta o São Paulo, no Morumbi, quem sabe com um novo treinador na vaga de Vagner Mancini, demitido depois da goleada sofrida por 6 a 2 para o Vitória.
Já o Barueri, que quase aprontou das suas novamente na competição, permanece na quinta posição, com 18 pontos. Também no domingo, o time de Estevam Soares recebe o Náutico.
Clima quenta na Vila
Pressionado, o Santos de Serginho Chulapa apareceu em campo com a dupla Kléber Pereira e Roni no ataque. Mas foi o Barueri que assustou desde os primeiros momentos. Aos 6 minutos, Leandro Castán cabeceou e Douglas precisou se esticar todo para espalmar para fora. Um minuto depois foi a vez de Thiago Humberto testar a frágil defesa santista. E novamente o camisa 1 consegue defender.
Mas logo Douglas causou arrepios nos torcedores, ao sair com os pés para evitar que Val Baiano abrisse o placar, aos 9 minutos. No entanto, três minutos depois disso, ele não conseguiu conter o Barueri. Em uma bobeira de Fabão na área, o camisa 9 do time da Grande São Paulo se aproveitou do erro para fazer 1 a 0.
E não houve tempo para uma reação santista, pois, aos 17 minutos, Fernandinho ampliou para o Barueri. Depois de passar fácil por Wagner Diniz e Fabão, o atacante bateu forte, sem chances para Douglas. E assim surgiam as primeiras vaias na Vila Belmiro.
O clima chegou a ficar um pouco mais ameno, quando Madson descontou para o Peixe, em cobrança de falta, aos 26 minutos. Depois de muita comemoração com o interino Serginho Chulapa, que foi abraçado por todos, o Santos voltou a levar novo baque.
Fernandinho recebeu nas costas de Wagner Diniz, driblou e cruzou para Val Baiano marcar seu segundo gol na partida, fazendo 3 a 1 para o Barueri, aos 29 minutos. O lateral-direito santista acabou sendo substituído por Luizinho depois disso.
Depois disso, não houve mais ambiente para paz na Vila Belmiro. Dos momentos finais da primeira etapa até a saída de todo time para os vestiários, eram gritos de “Time sem vergonha” e “Marcelo Teixeira, com esse time você está de brincadeira”.
Vaias na Vila vazia e empate suado
Na segunda etapa, o Santos voltou pressionando mais o adversário. E logo no primeiro minuto o Barueri perdeu Ralf pelo segundo amarelo, depois que o meia cometeu falta em Madson.
Na tentativa de diminuir a diferença, Rodrigo Souto fez a torcida santista se agitar, depois que seu chute encontrar o travessão de Renê. Mas a busca pelos gols continuava desordenada. Um exemplo foi uma arrancada de Paulo Henrique Lima, que se viu solitário entre os atletas rivais e, quando tentou passar a bola para Kléber Pereira, foi barrado pelos defensores do Barueri.
Enquanto isso, o time de Estevam Soares, bem armado em campo mesmo com um homem a menos, se aproveitava dos contragolpes para tentar ampliar a conta.
Desesperado, Serginho Chulapa fez mudanças ousadas na equipe. Depois de tirar Roni e colocar Róbson no time, ele trocou o zagueiro Fabão pelo atacante Neymar. E a insatisfação seguia na Vila Belmiro, com os pouco mais de 3 mil torcedores protestando contra Marcelo Teixeira.
Com o ataque mais leve, o Peixe chegou diversas vezes na área do Barueri. Mas a pontaria não foi o forte dos santistas na noite desta quarta-feira. Em boa jogada com Paulo Henrique Lima, Róbson chutou cruzado, mas a bola bateu no travessão de Renê, aos 28 minutos.
Na tentativa de Kléber Pereira, um lance bizarro. O camisa 9 santista, alvo constante de críticas da torcida, dominou a bola, mas seu chute saiu torto, longe da trave direita de Renê. O atleta ainda cobrou um toque da arbitragem, na tentativa de conquistar um escanteio. E ouviu novas vaias da torcida.
E a reclamação dos torcedores só mudou aos 35 minutos, e mesmo assim por alguns segundos, quando Róbson diminui para 3 a 2. Leandro Castán cometeu lance perigoso e o Santos teve uma falta em dois toques a seu favor. Após a cobrança, o meia alvinegro aproveitou rebote de Renê e completou para as redes.
Na base da pressão, o Santos partiu para o tudo ou nada nos minutos finais. E conseguiu arrancar um empate com Neymar. Após cruzamento, ele subiu sozinho e completou contra a meta de Renê. Na comemoração, pegou algumas pipocas que haviam sido atiradas pela torcida e comeu. Foi o terceiro instante de alegria na Vila, que protestou mesmo com a igualdade no placar.
Ficha do jogo
SANTOS 3 x 3 BARUERI | |
Douglas; Wagner Diniz (Luizinho), Fabão (Neymar), Domingos e Léo; Roberto Brum, Rodrigo Souto, Paulo Henrique Lima e Madson; Roni (Róbson) e Kléber Pereira. | Renê; Xandão, André Luiz e Leandro Castán; Marcos Pimentel (Eder), Ralf, Ewerton, Thiago Humberto (Franciscatti) e Márcio Careca; Fernandinho e Val Baiano. |
Técnico: Serginho Chulapa. | Técnico: Estevam Soares. |
Gols: Val Baiano, aos 13 e aos 29, Fernandinho, aos 17, e Madson, aos 26 minutos do primeiro tempo. Róbson, aos 35, e Neymar, aos 43 minutos do segundo tempo. | |
Cartões amarelos: Márcio Careca, Eder, Leandro Castán, Ewerton e Xandão (B). Léo, Rodrigo Souto e Domingos (S). Cartão vermelho: Ralf (B). | |
Estádio: Vila Belmiro, em Santos. Data: 15/07/2009. Público: 3.524 pagantes. Renda: R$ 50.535,00. Árbitro: Guilherme Cereta de Lima (SP). Auxiliares: Anderson Jose de Moraes Coelho e Nilson de Souza Monção (ambos de SP). |
Fonte: Globo.com
Comentário da Redação
Esse é o espírito
Olha, quando eu soube que os jogadores do Santos haviam sido recebidos com mais ovos e mais pipocas antes mesmo do jogo na Vila, fiquei preocupado. Prenúncio de que a coisa seria complicada nesta noite de rodada do Brasileiro ofuscada pela Libertadores (ou seria o inverso?).
Mal o torcedor santista piscou, e o placar já apontava 2 a 0 para o Barueri. Que tempos são esses! Será que vinha mais uma goleada por aí? Madson diminuiu e deu esperanças de que a coisa seria diferente. Mas Val Baiano, aquele mesmo, marcou seu segundo gol no jogo, um balde de água fria nas esperanças do Santos.
O time se arrastava em campo, errava demais e o torcedor, além de não apoiar, jogava contra o time, vaiando e xingando qualquer um que estivesse com uma camisa branca no gramado do Estádio Urbano Caldeira.
E pelo que o time apresentava, nem posso criticar 100% essa atitude.
Veio a segunda etapa e alguma coisa diferente aconteceu. Não sei se o Chulapa chutou a porta do vestiário ou se apenas pediu que honrassem aquela camisa que estavam vestindo, sei que o Santos jogou muita bola. Pressionou, carimbou o travessão e conseguiu o empate com Róbson e com o menino Neymar, no finalzinho.
Nem por isso os protestos cessaram. Mas foi bom ver o time jogando com disposição. Ver Kléber Pereira dando carrinho no meio-campo para buscar a bola foi o sinal do espírito do Peixe na segunda etapa. Se fosse sempre assim, tenho certeza que o Santos não passaria os recentes vexames. Será que é pedir demais um pouco de vontade?
Resta saber se essa garra irá permanecer. Porém, só isso não basta. Enquanto Fabão der caneladas na bola, Wagner Diniz oferecer um corredor aos laterais e Kléber Pereira perder gols incríveis o torcedor continuará sofrendo e protestando.
Direto da Redação
Redator: Ricardo Pilat
ricardo.pilat@yahoo.com.br
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