
No ano do bicampeonato, por coincidência, o Cruzeiro também eliminou o Grêmio durante a campanha. Só que foi nas quartas-de-final. Na ocasião, o técnico celeste era Paulo Autuori, agora no clube gaúcho.
A presença de um time brasileiro na decisão da Libertadores tem se tornado praxe nos últimos anos. Desde 2005 é assim. Naquele ano, o campeão São Paulo venceu o também brasileiro Atlético-PR. No ano seguinte, o time do Morumbi perdeu do compatriota Internacional. Em 2007, o Grêmio foi vice do Boca Juniors, feito repetido pelo Fluminense, derrotada pela LDU, na temporada passada.
Raposa mata o jogo
A torcida do Grêmio fez a sua parte. Lotou o estádio Olímpico, cantou efusivamente antes do jogo e explodiu de emoção com a entrada do time em campo. Contagiados por esse clima, os jogadores tricolores foram para cima do Cruzeiro logo no primeiro minuto. Fábio Santos cruzou para Herrera cabecear. Mas o argentino fez falta.
Por um momento, a equipe mineira se perdeu em campo, assustada com o ímpeto ofensivo dos gaúchos. Aos 4 minutos, por exemplo, Ramires deu passe errado no meio-campo e colocou Souza em ótima condição. O goleiro Fábio, porém, foi mais esperto e saiu do gol com os pés para afastar o perigo.
O Cruzeiro parecia cada vez mais nervoso, e aos 11 minutos um novo erro celeste permitiu uma boa jogada de ataque do Grêmio. Wagner perdeu a bola no meio-campo e Souza lançou Maxi López, que avançou no contra-ataque, se livrou de um marcador e chutou por cima do gol defendido por Fábio.
Dos 19 aos 23 minutos, a pressão gremista foi intensa, sufocante. Tudo começou com Souza. O meia cobrou falta para área e a zaga da Raposa afastou. Na cobrança do escanteio, Herrera acabou ficando com sobra e chutando da pequena área. A defesa novamente salvou. Tcheco então cruzou para Maxi López cabecear rente ao travessão.
O último lance de perigo desse bom momento gaúcho foi aos 23 minutos. Herrera deu ótimo lançamento para Tcheco na esquerda, o meia cruzou para Fábio Santos, mas o lateral chutou mal, por cima do gol. Aos 28 minutos, muita reclamação. Leonardo Silva agarrou Herrera na grande área, mas o colombiano Oscar Ruiz nada marcou.
Seria a chance de o Grêmio tentar uma reação, porque o Cruzeiro seria fatal logo em seguida. Após conseguir esfriar o jogo do adversário, a equipe mineira conseguiu abrir o placar em ótima jogada de Kléber. O atacante recebeu de Jonathan após lateral e cruzou para Wellington Paulista marcar aos 34 minutos.
O próprio Wellington Paulista foi o responsável por melhorar ainda mais a condição do time mineiro na partida. E apenas dois minutos depois. Depois de cruzamento de Jonathan da direita, o atacante aproveitou vacilo da defesa tricolor e cabeceou, sem chances para o goleiro Victor. A partir daí, o Grêmio precisaria de cinco gols.
Empate de "honra"
A necessidade de fazer cinco gols no segundo tempo deixou os gremistas nervosos em campo. Cada troca de passes envolvente do Cruzeiro era interrompida por uma falta. Equilibrado e tranquilo, o time de Adilson Batista não se abateu nem com a perda do seu melhor zagueiro. Antes dos cinco minutos, Leonardo Silva machucou o tornozelo esquerdo e não conseguiu voltar. Anderson, único defensor à disposição no banco, o substituiu.
A torcida tricolor percebeu que o time só encontraria um rumo se recebesse apoio. E foi o que aconteceu. Aos sete, Herrera recebeu lançamento na ponta direita, invadiu a área em velocidade e bateu cruzado. Fábio defendeu com um tapa e desviou pela linha de fundo. A partir deste lance o Grêmio viu na bola aérea o caminho mais curto para tentar um virada histórica. O começo foi bom. Tcheco cobrou escanteio, Réver subiu no meio da zaga adversária e acertou o canto esquerdo de Fábio, aos nove. A avalanche voltou a ganhar peso na geral do estádio Olímpico: 2 a 1.
O gol dos donos da casa trouxe ânimo, mas como a pressão não se transformou em bola na rede, a vontade passou da conta. Aos 14, Wagner puxava contra-ataque perigoso e foi violentamente atingido pelo volante Adilson. O jogador recebeu cartão vermelho direto do árbitro Oscar Ruiz, deixou o campo batendo no peito e aplaudido pela torcida.
Com um homem a menos, o Grêmio parou de atacar por pelo menos dez minutos e permitiu que ao adversário tocasse a bola e fizesse o tempo passar. Adilson Batista promoveu alterações. Sacou Gerson Magrão para a entrada do volante Elicarlos, enquanto Wellington Paulista deu lugar a Thiago Ribeiro. O Imortal não desistiu de buscar um milagre. Aos 29, Fábio Santos recebeu na entrada da área, teve a chance de chutar, mas preferiu tocar para Souza. O camisa 8 dominou, olhou o posicionamento de Fábio e acertou o canto esquerdo do goleiro: 2 a 2 com direito a golaço, e Olímpico em chamas. Não foi suficiente. Além de um forte Cruzeiro, os gaúchos tinham o relógio como adversário impiedoso.
A cor do Brasil na final da Libertadores é o azul celeste.
Ficha do jogo
GRÊMIO 2x2 CRUZEIRO | |
Victor; Thiego, Léo, Réver e Fabio Santos; Túlio, Adilson, Tcheco e Souza; Maxi López e Herrera (Perea). | Fábio; Jonathan, Thiago Heleno, Leonardo Silva (Anderson) e Gerson Magrão (Elicarlos); Fabinho, Ramires, Marquinhos Paraná e Wagner; Wellington Paulista (Thiago Ribeiro) e Kléber. |
Técnico: Paulo Autuori. | Técnico: Adilson Batista. |
Gols: Wellington Paulista, aos 34, e aos 36 minutos do primeiro tempo; Réver, aos 9, Souza, aos 29 minutos do segundo tempo | |
Cartões amarelos: Tcheco, Thiego, Herrera, Maxi López (G); Ramires, Kléber (C). Cartão vermelho: Adílson (G). | |
Público: 40.452 pagantes. Renda: R$ 966.652,00 | |
Estádio: Olímpico, em Porto Alegre (RS). Data: 02/07/2009. Árbitro: Oscar Ruiz (COL). Auxiliares: Abraham González (COL) e Humberto Clavijo (COL).. |
Fonte: Globo.com
Comentário da Redação
Parecia replay
Incrível como foram praticamente idênticas as situações da decisão da Copa do Brasil, na quarta-feira, entre Corinthians e Internacional, e o jogo desta quinta, em que o Cruzeiro empatou em 2 a 2 com o Grêmio. Até a cidade era a mesma.
Além do resultado igual, o placar foi construído da mesma forma, e situação das equipes gaúchas era idêntica após sofrerem repentinos dois gols no primeiro tempo: somente uma vitória por 5 a 2 valia àquela altura.
Na etapa final, os gaúchos buscaram forças para empatar seus jogos, mas ficaram muito longe de causar qualquer susto aos oponentes. A última coincidência, foi o fato de um jogador gremista ter sido expulso, tal qual o Colorado, que perdeu D'Alessandro.
O que não foi igual foi a atuação do time gremista, que sentiu menos o golpe que o rival Inter e teve mais brio para buscar o resultado, enquanto o Cruzeiro, ao contrário do Corinthians, não teve frieza para administrar o 2 a 0 e acabou jogando muito acomodado com o ótimo placar. No fim, o resultado foi o mesmo.
Mas isso não pode se repetir na final. O Estudiantes já provou que tem condições de conquistar o título. Inclusive, na primeira fase, quando ambos se enfrentaram, a Raposa meteu 3 no Mineirão e tomou 4 na Argentina, o que, em uma hipotética decisão, teria dado o caneco aos argentinos.
Por essas e outras, apesar da evidente superioridade do Cruzeiro no aspecto técnico, seria um erro da minha parte apontar qualquer tipo de favoritismo.
Será uma final espetacular, onde o clube celeste terá que mostrar sua força decidindo o jogo em Minas, o que não ocorreu nos últimos dois mata-matas.
E para fechar os destaques dentro de campo: que baita partida fez o Kléber! Esse é o jogador que todo mundo queria no seu time. Podem falar o que quiser dele. Realmente ele é encrenqueiro, até maldoso às vezes, mas jogar bola é com ele mesmo. E partida de Libertadores é do jeito que ele gosta: muita briga, corpo a corpo, e sua técnica está fazendo toda a diferença para o Cruzeiro.
Torcida Tricolor 1
Um espetáculo à parte a festa do torcida tricolor no Olímpico. Há tempos eu não via tanta comemoração após (e durante) uma eliminação. Foi emocionante. Somente uma torcida dessas para motivar um time que precisava fazer cinco gols em 45 minutos. Foram apenas dois, mas o gremista pôde dormir orgulhoso do seu time.
Torcida Tricolor 2
Enquanto isso, fora do Olímpico, milhares de torcedores gremistas, com seus ingressos na mão, ficaram de fora do estádio porque, segundo a diretoria do clube, eles chegaram muito "em cima da hora", isso quando ainda faltavam 10 minutos para o início da partida. Com os portões fechados e alguns espaços vazios nas arquibancadas, muitos torcedores se revoltaram e acabaram contidos daquela forma "carinhosa" que a polícia costuma tratar quem apenas está ali para se divertir com seu clube de coração. Revoltante!
Só espero que todos os torcedores que se sentiram prejudicados e humilhados com o ocorrido procurem seus direitos na justiça, pois merecem muito mais do que a devolução do valor gasto com o ingresso.
Ah, mas vem a Copa de 2014 por aí e tudo irá se resolver...
Torcida Tricolor 3
Será que posso chamar isso de torcida? Antes de entrar em campo, o lateral Elicarlos do Cruzeiro teve que ouvir uma série de insultos racistas de alguns "torcedores" do Grêmio. Meu Deus, estamos no século XXI, quando será que esse tipo de coisa vai acabar?
Direto da Redação
Redator: Ricardo Pilat
ricardo.pilat@yahoo.com.br
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