
Já o Brasil vive ótima fase. Líder absoluto das Eliminatórias, com 27 pontos, a Seleção Brasileira soma títulos na Copa América e na Copa das Confederações nos últimos dois anos, o que estabilizou a situação de Dunga, que é muito menos contestado hoy do que já foi um dia.
Com um cenário tão desfavorável, nada indica que a Argentina possa vencer o clássico. Mas como fútbol não é uma ciência exata, os argentinos estão usando um dos mais importantes trunfos do esporte: la emoción.
Menos com la cabeza e mais com el corazón, Dieguito e companhia estão armando uma guerra para enfrentar o Brasil de Kaká, Robinho e Julio César. Começando pelo local escolhido para a batalha, la cancha do Rosário Central, o Gigante de Arroyto, acanhado estádio que fará com que o torcedor fique bem próximo, transformando o jogo em um vulcão prestes a entrar em erupção.
As declarações durante a semana também mostraram que o sentimento da Argentina é de união total, pois o time sabe que a vitória contra o Brasil será fundamental. Diego garante que pode vencer o Brasil. Agüero, genro do treinador, afirmou que "nada és mejor que un brasileño llorrando". Carlos Tevez foi mais além: disse que o Brasil tem medo da Argentina.
Obviamente essas declarações fazem parte do circo de Maradona, que precisa vencer de qualquer forma e está usando todas as suas armas. Trouxe até jogadores mais do que veteranos para compor o grupo, caso do zagueiro Rolando Schiavi, de 36 anos, campeão da Libertadores pelo Estudantes este ano (que nunca jogou pela albiceleste), e Martin Palermo, 35, maior artilheiro da história do Boca Juniors, famoso por perder três pênaltis no mesmo jogo pela Argentina.
A Argentina irá parar na noite deste sábado. Todo o cidadão do país estará ligado no jogo que pode mudar ou não os rumos da seleção nessas Eliminatórias. Diego Maradona vem provando que é muito mais un hincha do que um treinador, e pela estratégia equivocada que adotou para esta partida, el Diez terá que torcer muito, assim como toda a nacão argentina.
O favorito
O Brasil de Dunga já provou que não tem problemas para jogar fora de casa. Em 7 jogos longe do País nas Eliminatórias, a Seleção Canarinho venceu 3 e perdeu apenas 1.
Por isso, apesar do retrospecto favorável dos argentinos, que nunca perderam para o Brasil jogando em casa, acredito que los Amarillos tem o favoritismo do clássico, por estarem em um momento mais tranquilo, com menos pressão e com uma estratégia muito mais definida do que o rival.
Dunga testou formações diferentes durante a semana, até ameaçando um trio ofensivo de ataque com Robinho, Adriano e Luís Fabiano, mas o time não deve fugir daquilo que vem se apresentando nos últimos jogos, com quatro homens no meio-campo e dois no ataque.
Um dado para apimentar o encontro: alguém lembra a última vez que o Brasil perdeu para a Argentina?**
Foi em 2005, na mesma 15ª rodada das Eliminatórias, na época para a Copa do Mundo da Alemanha. Em Buenos Aires, vitória argentina por 3 a 1. Quatro anos depois, será que o tabu cai no Arroyto?
Diccionario - Dicionário (Español - Português)
Cancha - Estádio
Corazón - Coração
Hermanos - Irmãos
Hoy - Hoje
Emoción - Emoção
Cabeza - Cabeça
Llorando - Chorando
Hincha - Torcedor
Diez - Dez
Amarillos - Amarelos
** Em 2008, a seleção olímpica da Argentina derrotou o Brasil nas Olimpíadas de Pequim, mas aqui estamos considerando apenas jogos dos times principais.
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* A coluna En la Cancha fala em um portuñol meio atravessado sobre os principais assuntos do futebol sul-americano.
Direto da Redação
Periodista: Ricardo Pilat
ricardo.pilat@yahoo.com.br
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