
Com o empate suado na Colômbia, o Timão assumiu a liderança isolada do Grupo 1 da competição sul-americana, com quatro pontos, um à frente do Racing de Montevidéu, que na última terça-feira derrotou o lanterna Cerro Porteño por 2 a 1. Já o Independiente Medellín, com dois, está em terceiro lugar.
Felipe salva o Timão no primeiro tempo
A ideia do técnico Mano Menezes era mandar a campo o time que imagina como ideal. Mas um problema de última hora, com Alessandro, atrapalhou os seus planos. O lateral-direito sentiu dores musculares antes da partida e foi vetado. Marcelo Mattos, então, foi escalado no setor. No meio, também uma mudança: Jucilei ficou com a vaga de Tcheco.
Com a bola rolando, a proposta corintiana ficou clara: esperar o Independiente Medellín atacar para tentar explorar os contra-ataques. Até para não se desgastar tanto com a altitude de 2.640 metros de Bogotá. Só que o time colombiano não imprimiu o ritmo que era imaginado pelos brasileiros e permitiu mais toque de bola ao clube alvinegro.
Sem encontrar espaço no meio da marcação do Timão, o Independiente resolveu arriscar de longe. Aos nove minutos, Restrepo chutou de direita e viu Felipe fazer boa defesa. Sem lateral-direito de oficio, a saída do Corinthians era pela esquerda. E quase que o Timão chegou ao gol por lá. Aos 37, ele tabelou com Jorge Henrique e recebeu na área. Só que Bobadilla chegou mais rápido na bola.
Um minuto depois, o Independiente perdeu uma chance incrível com Pardo. O atacante surgiu em condição legal na grande área. Livre, preferiu driblar a dupla Chicão e William e só então resolveu chutar. Mas Felipe, bem colocado, fez importante defesa. Para finalizar, aos 43, Robreto Carlos arriscou em nova cobrança de falta de longe. Bobadilla também fez grande intervenção.
Dentinho é herói de novo
Na etapa final, o time colombiano passou a arriscar mais. Aos 13 minutos, Valencia bateu falta com força de longe, e a bola passou bem perto do travessão. Na sequência, a primeira alteração no Timão: Danilo saiu para a entrada de Dentinho. O atacante, de 21 anos, tem sido o amuleto de Mano Menezes. Afinal, marcou três gols nos últimos três jogos do Paulistão.
Tocando a bola a vontade, o Corinthians tinha mais volume de jogo. Aos 25, Jorge Henrique chutou forte da entrada da área e assustou os colombianos. Mas o Independiente não estava morto. Aos 27, Restrepo chutou de longe. Felipe salvou de novo. Diante da dificuldade ofensiva do Timão, o técnico Mano Menezes resolveu sacar Ronaldo e colocar Souza, aos 28, para tentar um novo trunfo.
Valencia cruzou para Valoyes, que apareceu bem entre os zagueiros alvinegros, vendidos nos lance, e rolou para o fundo do gol. O goleiro Felipe ainda encostou na bola, mas não evitou o gol. O Corinthians, porém, não desanimou.
E foi premiado pela ousadia. Em ótima fase, Dentinho fez boa jogada individual aos 39 minutos e chutou de fora da área, acertando o ângulo esquerdo de Bobadilla. Um golaço, o quarto gol do atacante em quatro partidas. E o Corinthians retorna a São Paulo como líder isolado da sua chave na Libertadores.
Ficha do jogo
INDEPENDIENTE 1 x 1 CORINTHIANS | |
Bobadilla, Ricardo Calle, Anselmo de Almeida, Jiménez e Valencia; Ortiz, Restrepo, Arias e Barahona (Valoyes); Gimenez (Moreno) e Pardo (Rivas) | Felipe, Marcelo Mattos (Morais), Chicão, William e Roberto Carlos; Ralf, Jucilei, Elias e Danilo (Dentinho); Jorge Henrique e Ronaldo (Souza) |
Técnico: Leonel Álvarez | Técnico: Mano Menezes |
Gols: Valoyes, aos 30, e Dentinho, aos 39 minutos do segundo tempo | |
Cartões amarelos: Ortiz (Independiente Medellín); Marcelo Mattos, Jucilei e Jorge Henrique (Corinthians) | |
Estádio: El Campín, em Bogotá (Colômbia) Data: 10/03/2010 Árbitro: Sergio Pezzota (Argentina) Auxiliares: Ariel Bustos e Alejo Castany (ambos da Argentina) |
Fonte: Globo.com
Comentário da Redação
Faltaram o Ronaldo e a vontade de vencer
A postura inicial da equipe corintiana no jogo desta quarta-feira, na Colômbia, foi boa. Embora não tenha mostrado bom futebol, o time de Mano Menezes estava bem postado, não tomou grande pressão e, aos poucos, conseguiu controlar o jogo e chegar ao ataque. No entanto, com a falta de vontade de vencer e atuação ridícula do Ronaldo, o empate ficou bom até demais.
O grande problema que o Corinthians demonstrou nos últimos dois jogos continua. O time tem mais volume de jogo que o adversário, mas não consegue transformar isso em chances de gols. E, às vezes, como no jogo de hoje, quando a zaga alvinegra é um pouco exigida, já complica.
Tanto que, quem olhar os melhores momentos, vai pensar que o Independiente foi muito melhor na partida, pois eles conseguiram criar oportunidades. Hoje eu nem crucifico a zaga. O oponente também tem qualidade, ainda mais jogando em casa. Era inevitável que eles tivessem chances.
Principalmente com a falta de opção que o Corinthians teve na frente. Jorge Henrique, Elias e Danilo vinham de trás e eram obrigados a tentar jogadas individuais ou girar e recuar a bola. Com uma postura ridícula, Ronaldo raramente se movia e era presa fácil para a zaga dos colombianos. Isso atrapalhou demais o time, que acabou ficando previsível.
Apesar desse obstáculo, o Timão mostrou no segundo tempo que estava satisfeito com o empate. Primeiro, com a bola nos pés e o domínio total do jogo, o Alvinegro não procurou agredir o adversário em busca da vitória. E isso ficou ainda mais claro no final da partida.
Depois de sofrer um gol e conseguir o empate com um golaço do Dentinho, o Corinthians tinha a chance de virar o placar em uma cobrança de escanteio, já nos acréscimos. Em vez de ir todo mundo para a área buscar a virada, ninguém chegou e, Jorge Henrique e Souza ficaram segurando a bola na linha de fundo, com o claro objetivo de esperar o fim da partida.
Tirando o Ronaldo, todos os jogadores dividiram todas as bolas com muita raça e se aproximaram o tempo todo dos companheiros. Porém, essa postura de não ir em busca da vitória foi ridícula e inexplicável.
O empate neste caso não é um resultado ruim, mas a vitória seria muito importante, tanto para buscar a classificação rápida como buscar uma campanha melhor na primeira fase para enfrentar um time, em tese, mais inferior na fase seguinte, além de poder sempre jogar o segundo jogo em casa.
Conceitos
Felipe - BOM: Fez boas e importantes defesas.
Marcelo Mattos - REGULAR: De lateral-direito, não teve atuação ruim. Mostrou raça e conseguiu fazer alguns cortes. A dificuldade foi na saída de bola.
(Morais) - SEM CONCEITO: Entrou já no final do jogo.
Chicão - PÉSSIMO: Mal posicionado, não consegue se entender com o seu companheiro de zaga e, quando é um pouco exigido, se complica.
William - PÉSSIMO: Lento, é presa fácil para os atacantes. Com o futebol que essa dupla de zaga tem jogado, os dois reservas, Paulo André e Castán, já estão merecendo a vaga entre os titulares.
Roberto Carlos - BOM: Com boa cobertura, foi ao ataque e foi o grande jogador do time no primeiro tempo. Foi mais discreto na etapa final.
Ralf - BOM: Sem medo de dividida, fez ótimos desarmes e teve ótima postura, procurando sempre jogar para frente e sem lentidão.
Jucilei - PÉSSIMO: Pareceu sentir o jogo e errou passes grotescos.
Elias - BOM: Com mais liberdade, puxou bem os contra-ataques e chegou na frente. Faltou um bom pivô para ajudá-lo.
Danilo - REGULAR: É inteligente, sabe antecipar bem as jogadas, mas ainda está fazendo pouco. Deve melhorar quando estiver com 100% de condições de jogo.
(Dentinho) - ÓTIMO: Está com fome de bola e com o atual futebol do time, não pode ser reserva. Fez um golaço!
Jorge Henrique - BOM: Ainda não está jogando o seu melhor futebol, mas deu uma melhorada e foi importante para o time.
Ronaldo - PÉSSIMO: Atuação ridícula, no melhor estilo tiozão de churrasco. Pode parecer absurdo e muitos nunca vão admitir isso, mas ele já está merecendo perder a vaga para o Souza, que se movimenta 30 vezes mais e é bastante útil em campo.
(Souza) - REGULAR: Não teve oportunidade de fazer grande coisa, mas deu mais movimentação ao time na frente.
Téc: Mano Menezes - PÉSSIMO: Só pela declaração no final do jogo, dando a entender que estava, sim, feliz com o empate, já merece muita crítica. No jogo, inventou muito na escalação inicial. O lado direito ficou sem saída, deixando o time torto.
Direto da Redação
Redator: Pedro Silas
pedro_sccp@yahoo.com.br
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