
O resultado põe a equipe dirigida pelo técnico Mano Menezes em uma condição muito confortável no Grupo 1. O Timão segue firme rumo às oitavas de final. É líder invicto da chave, com sete pontos, e pode terminar o "primeiro turno" com boa vantagem sobre os rivais. Para isso, basta torcer por um empate entre Racing, segundo colocado (três pontos), e Independiente, terceiro (dois), nesta quinta-feira.
Ronaldo: uma chance, um gol
A tão esperada pressão do Cerro Porteño nos primeiros minutos de jogo não aconteceu. Apesar do domínio de bola, os paraguaios esbarraram na boa marcação do Corinthians. Com Danilo no lugar de Jorge Henrique, Mano Menezes deu ao Timão uma característica mais cadenciada. Mesmo assim, a equipe criou grande chance logo aos sete minutos. Roberto Carlos deu lindo passe para Elias invadir livre a área e bater no canto direito. Barreto defendeu.
Apesar de toda a promessa dos paraguaios de jogar violentamente, se necessário, foi o Corinthians que mostrou certo nervosismo. Até os 20 minutos, Dentinho, Moacir e Jucilei já haviam recebido cartão amarelo. Jogando futebol, no entanto, este último quase fez um golaço. Aos 22, ele arrancou da defesa, tabelou com Elias e, da entrada da área, bateu com estilo, quase acertando o ângulo esquerdo do goleiro rival.
Mas, quando o assunto é gol, Ronaldo não pode ser esquecido. A atuação do Fenômeno, outra vez, não era das melhores. Entretanto, precisou de apenas um lance para colocar os brasileiros em vantagem, aos 40. Dentinho bateu escanteio, Danilo tocou de calcanhar, e o camisa 9, posicionado na segunda trave, mandou para as redes. Fim do jejum de cinco jogos, e explosão da Fiel, presente em bom número ao Defensores del Chaco.
Timão segura vitória
O segundo tempo começou como os próprios jogadores do Corinthians previam: com pressão dos donos da casa. Logo aos três minutos, um susto dos paraguaios. Nuñez bateu forte de fora da área, Felipe não segurou e dividiu com Zeballos. No rebote, "El Tigre" Ramírez, ex-Flamengo, chutou por cima.
A equipe de Assunção, porém, não conseguiu dar prosseguimento ao sufoco. Na proteção a Chicão e William, Moacir e Roberto Carlos praticamente não deixaram o campo de defesa. E para aumentar a velocidade, Mano sacou Dentinho e colocou Jorge Henrique. Depois, Tcheco entrou no lugar de Danilo, e o Corinthians passou a tocar a bola e a gastar o tempo.
A situação brasileira ficou ainda mais cômoda aos 37, quando Jorge Britez foi expulso por reclamação. A partir dos 40 minutos, o Timão prendeu a bola no ataque para não ser pressionado. Sem força ofensiva, o Cerro praticamente não ofereceu perigo para um Corinthians cada vez mais perto de avançar às oitavas de final da Libertadores.
Ficha do jogo
CERRO PORTEÑO 0 x 1 CORINTHIANS | |
Diego Barreto, Julio Irrazábal, Diego Herner (Ramón Cardozo), Miguel Torrén e Iván Piris; Jorge Nuñez, Luis Cáceres (Carlos Recalde), Jorge Britez e Julio dos Santos; César Ramírez (Sebastián Ereros) e Pablo Zeballos | Felipe, Moacir, Chicão, William e Roberto Carlos; Ralf, Jucilei, Elias e Danilo (Tcheco); Dentinho (Jorge Henrique) e Ronaldo (Souza) |
Técnico: Pedro Troglio | Técnico: Mano Menezes |
Gol: Ronaldo, aos 40 minutos do primeiro tempo | |
Cartões amarelos: Jorge Nuñez, Miguel Torrén e César Ramírez (Cerro Porteño); Jucilei, Moacir e Dentinho (Corinthians) Cartão vermelho: Jorge Britez (Cerro Porteño) | |
Estádio: Defensores del Chaco, em Assunção (Paraguai) Data: 17/03/2010 Árbitro: Pablo Antonio Pozo (Chile) Auxiliares: Patricio Antonio Basualto (Chile) e Julio André Díaz Pardo (Chile). Público: 17.321 torcedores. Renda: R$ 276.321,00. |
Fonte: Globo.com
Comentário da Redação
Muito semelhante ao jogo de Bogotá
O resultado foi diferente, mas o futebol do Corinthians contra o Cerro Porteño, em Assunção, foi bastante parecido com a partida diante do Independiente Medellín, na Colômbia. A diferença básica é que o adversário da última quarta-feira tinha mais qualidade ofensiva.
Mas a postura da equipe de Mano Menezes foi a mesma. Não tomou pressão dos donos da casa, tinha o controle do jogo, mostrou tranquilidade quando tinha a bola, mas não conseguiu criar boas oportunidades. E o Ronaldo, novamente, tem sua parcela de culpa nisso.
Tudo bem que quando surgiu uma boa oportunidade, ele colocou para dentro. Porém, a atuação do Fenômeno foi bem semelhante a do jogo em Bogotá. Pouco se movimentou e ficou enfiado entre os zagueiros. Quando se apresentou, de forma tímida, errou passes bobos. Pode não ser o único motivo da falta de oportunidades criadas, mas é um fator importante, sim.
Outra atitude que o time brasileiro repetiu foi a de fazer cera no final do jogo. Desta vez era para segurar a vitória, mas o Cerro Porteño tinha um jogador a menos. Por que não tentar decidir o jogo? Teve um lance que o Elias poderia ter entrado na área para finalizer e preferiu recuar a bola. O risco de dar contra-ataque para os paraguaios não existia, a equipe alvinegra estava postada muito bem. Ridículo.
A Libertadores é realmente um torneio diferente, onde nem sempre o futebol bonito prevalece, mas os jogadores não podem achar que apenas um 1 a 0 ou 2 a 1 está bom sempre. Quando tem chance de ganhar por mais gols ou até golear, tem que aproveitar.
Conceitos
Felipe - REGULAR: Estava fazendo uma partida segura até deixar escapar uma bola que quase terminou em gol do Cerro.
Moacir - REGULAR: Não foi brilhante, mas bem fez o arroz com feijão. Pecou nos cruzamentos.
Chicão - BOM: Sério e seguro, desta vez não proporcionou grandes emoções.
William - REGULAR: Cortou algumas bolas por baixo, mas deu uns vacilos pelo alto.
Roberto Carlos - BOM: Vem tendo uma sequencia muito boa, parece que pegou confiança. Além da boa partida, evitou um gol dos paraguaios (depois foi assinalado impedimento na jogada).
Ralf - BOM: Segue uma boa regularidade. Muito bem nos desarmes, protegeu a zaga.
Jucilei - BOM: Melhorou nos passes, correu bastante e, quando chegou na frente, quase marcou um belo gol.
Elias - BOM: Mais uma vez com liberdade, foi bem, leva perigo na frente. Foi ridículo no final, quando segurou a bola em vez de tentar o segundo gol. Não precisava disso.
Danilo - BOM: Ajudou bastante na marcação e fez boa partida. Deu passe genial no lance do gol.
(Tcheco) - REGULAR: Entrou para cadenciar mais o jogo. Nos 15 minutos que ficou em campo, fez bem sua função.
Dentinho - REGULAR: Atuação bem comum. Não errou, mas não fez nenhuma grande jogada.
(Jorge Henrique) - REGULAR: Começou errando um passe bobo. Depois acordou, e mais segurou a bola para passar o tempo do que tentou algo.
Ronaldo - REGULAR: Nova atuação apagada pela Libertadores. Desta vez, porém, marcou o gol da vitória.
(Souza) - SEM CONCEITO: Atuou por pouco tempo.
Téc: Mano Menezes - REGULAR: Achei interessante a entrada do Dentinho no time, pois é um jogador que tem mais qualidade que o Jorge Henrique para finalizar e jogando no 4-4-2, isso é bastante importante, até para tentar não ficar dependente apenas do Ronaldo neste quesito. A crítica, assim como contra o Independiente, é para a covardia do seu time.
Direto da Redação
Redator: Pedro Silas
pedro_sccp@yahoo.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário