
Os dois últimos foram comemorados com um tom de deboche, simulando uma pescaria, em alusão ao mascote do adversário, que costuma fazer coreografias após seus gols.
Um minuto e gol!
O Corinthians entrou em campo de forma surpreendente. Mano Menezes sacou Souza e optou por um time sem centroavantes, com Jorge Henrique e Dentinho no ataque. Danilo e Bruno César formaram o meio-campo. E logo no primeiro minuto de jogo, o Timão também surpreendeu o Santos dentro de campo.
Bruno César mandou uma bomba de fora da área e Jorge Henrique foi bem no rebote: 1 a 0. Na frente, o Timão recuou e permitiu ao Santos atacar. Marquinhos, aos cinco minutos, criou a primeira situação ao chutar de longe, obrigando Felipe a espalmar para escanteio.
Aos 14, Dentinho rolou de calcanhar para Roberto Carlos ir à linha de fundo e cruzar com perfeição para o meio da área. O baixinho Jorge Henrique ganhou pelo alto do grandalhão Durval e cabeceou no travessão. O Santos respondeu aos 27 em um lance polêmico. Marquinhos recebeu de calcanhar de Neymar, chutou e Felipe defendeu. No rebote, Chicão tentou afastar, acertou Jorge Henrique, e a bola sobrou para o mesmo Marquinhos mandar para o gol. O árbitro, erradamente, marcou impedimento do meio-campista.
O Santos teve nova chance de empate aos 38. André recebeu toque de cabeça de Arouca na área, mas Felipe se antecipou e fez o corte. Neymar pegou o rebote, driblou o goleiro e bateu por cobertura. Antes que a bola entrasse, Chicão fez o corte e evitou o gol.
Goleada
Na volta do intervalo, o Santos seguiu pressionando e foi recompensado. Marquinhos recebeu passe na intermediária e achou André entre os zagueiros. Livre, o centroavante avançou e finalizou sob pressão. A bola, mansamente, entrou no canto direito de Felipe. Porém, o torcedor santista nem teve tempo para comemorar. No ataque seguinte, Jucilei cruzou na área e Edu Dracena cortou, mas a bola sobrou para Bruno César, que fuzilou: 2 a 1.
Com domínio de campo, o Corinthians marcou o terceiro aos 21. Ralf recebeu na intermediária, passou com facilidade pela marcação de Léo, e concluiu com categoria, na saída de Felipe. Madson, que entrara no lugar de Neymar, desperdiçou chance incrível aos 37 minutos.
Melhor para o Corinthians, que não pedia oportunidades. Aos 39, após cruzamento de Roberto Carlos pela esquerda, Paulinho subiu de cabeça e marcou o quarto. Marcel, de cabeça, aos 42, ainda descontou para o Santos, mas era tarde para uma reação. A pesca estava encerrada.
Ficha do clássico
CORINTHIANS 4 X 2 SANTOS
Estádio: Pacaembu, São Paulo (SP)
Data/hora: 29/5/2010 - 16h
Árbitro: Sálvio Spínola Fagundes Filho (SP)
Auxiliares: Ednílson Corona e Vicente Romano Neto (ambos de SP)
Renda/público: R$ 825.707,50 - 27.681 pagantes
Cartões amarelos: William, Bruno César, Chicão (COR) Neymar (SAN)
GOLS: Jorge Henrique 1'/1°T; André 7'/2°T; Bruno César 9'/2°T; Ralf 21'/2°T; Paulinho 41'/2°T; Marcel 42'/2°T
CORINTHIANS: Felipe; Jucilei, Chicão, William, Roberto Carlos; Ralf, Elias, Danilo, Bruno César (Paulinho 28'/2°T); Jorge Henrique (Iarley - 4'/2°T) e Dentinho (Paulo André - 46'/2°T). Técnico: Mano Menezes
SANTOS: Felipe; Pará (Marcel 20'/2°T), Edu Dracena (Zezinho - 37'/2°T), Durval e Léo; Arouca, Wesley, Marquinhos e Paulo Henrique; Neymar (Madson 17'/2°T) e André. Técnico: Dorival Júnior
Fontes: Globo.com e Lancenet!
Comentários da Redação
Visão corintiana > Mano foi muito bem hoje
por Pedro Silas - pedro_sccp@hotmail.com
Se na quarta-feira o Mano Menezes fez um dos seus piores jogos pelo Corinthians, no jogo de hoje ele fez tudo certo. A começar pela escalação inicial. Foi muito bem ao colocar Jucilei na vaga do Moacir, exatamente como eu faria. No meio-campo, Bruno César finalmente fez seu primeiro jogo como titular e foi um dos destaques do jogo.
A grande surpresa foi a mudança de esquema (para o 4-4-2). Souza saiu para a entrada do meia Danilo, deixando o time mais leve e criativo. Era o que faltava para esse time. A surpreendente alteração do técnico corintiano foi ótima. Essa dupla de meias formada por Bruno César e Danilo promete. Ótima opção para mudar o jeito da equipe jogar.
E não foi só nos 11 inicias que o Mano acertou. No começo da etapa final, quando o jogo ainda estava 1 a 0, Jorge Henrique saiu contundido. Para os críticos do treinador gaúcho, viria a campo um volante. Mas não, Iarley foi o escolhido, deixando o time ainda mais ofensivo. Talvez até por isso, vieram mais três gols do Timão.
Quando o placar já anotava 4 a 1, o Santos ainda conseguiu diminuir. Uma goleada não refletiria exatamente o que foi o jogo, mas o Alvinegro fez uma partida animadora. E o "detalhe": contra o melhor time do Brasil no primeiro semestre de 2010.
Visão santista > Benditos 60 dias
por Ricardo Pilat - ricardo.pilat@yahoo.com.br / @ricardopilat
Na próxima semana, o futebol brasileiro entra em recesso devido à Copa do Mundo da África do Sul. Com isso, a decisão da Copa do Brasil entre Santos e Vitória acontece apenas daqui a 60 dias. Muito tempo? Não, tempo o bastante.
Ao contrário do que eu pensava, essa paralização fará muito bem ao Santos. O time chegou a um ponto de ebulição. Parece que alguma(s) coisa(s) está errada por lá e prestes a explodir. As recentes punições aos meninos e mais algumas coisas que estão acontecendo geraram um clima ruim.
Isso ficou muito evidente no clássico deste domingo. O Santos foi apático. Sem brio. Sem vontade. Sem objetivo. Como se algum fator externo estivesse atrapalhando.
Talvez seja cobrar demais exigir uma postura semelhante a que teve nos jogos decisivos do Paulista e da Copa do Brasil. E o desgaste psicológico e físico desses atletas foi muito grande. Mas um clássico contra o Corinthians exije mesmo um pouco mais. E esse algo mais o Santos não teve.
O Corinthians fez uma grande partida dentro de sua proposta, de se defender e jogar no contra-ataque. Teve ainda a sorte (ou competência) de marcar um gol logo no primeiro minuto. E foi ainda mais afortunado ao fazer o segundo gol logo após o empate de André. Gol de Bruno César, que realmente parece ser ótimo jogador.
Depois, totalmente exposto, o Santos permitiu mais dois gols, como quem convida um lobo para jantar à mesa de casa. E na verdade, pior do que a atuação defensiva do Santos - que costuma ser ruim quase sempre, foi a postura do ataque. Inoperante e passivo. Muito pela quase ausência de Ganso e Neymar em campo.
Enfim, o Corinthians teve seus méritos. O Santos, por sua vez, facilitou a vida do arquirrival.
Restam dois jogos para o final dessa primeira parte do Brasileirão, e o torcedor santista reza para que a Copa comece logo. Serão 60 dias para colocar as coisas em dia, sem jogos decisivos, sem cobrança, sem exposição na mídia e (espero) sem confusões. Para que o time volte com tudo para a decisão que terá e para que possa jogar o futebol que encantou a todos no primeiro semestre.
Conceitos - por Ricardo Pilat
CORINTHIANS
Felipe - ÓTIMO: Pegou até pensamento. Só não foi melhor porque acredito que aquela bola do André, no primeiro gol santista, era defensável.
Jucilei - BOM: Foi uma das surpresas de Mano, atuando pela lateral. Correspondeu.
Chicão - ÓTIMO: Bem posicionado, não deu sôssego para os atacantes santistas.
William - BOM: Ficou mais na sobra. Estratégia acertada, pois ele não tem condições de ficar mano-a-mano com a molecada santista.
Roberto Carlos - BOM: Mais importante na defesa do que no ataque. Mesmo assim, participou bem de jogadas de fundo. Numa delas, o Timão marcou.
Ralf - ÓTIMO: Além de marcar implacávelmente Ganso e cia., fez um golaço!
Elias - REGULAR: Foi bem discreto hoje. Ficou mais recuado do que de costume.
Danilo - REGULAR: Até foi importante taticamente, mas poderia ter aparecido mais.
Bruno César - ÓTIMO: Mostrou personalidade e deixou sua marca no clássico. O cérebro da equipe.
(Paulinho) - BOM: Entrou para fechar o meio-campo, mas conseguiu ainda marcar um gol importante.
Jorge Henrique - REGULAR: Fez um gol fundamental, mas não estava em grande tarde.
(Iarley) - PÉSSIMO: Entrou completamente fora do jogo. Nem tocou na bola.
Dentinho - BOM: Jogou bem aberto, abrindo espaço para as chegadas dos meias.
(Paulo André) - SEM CONCEITO: Jogou pouco.
Téc: Mano Menezes - BOM: Surpreendeu na escalação e ganhou o jogo com marcação forte e contra-ataques certeiros.
SANTOS
Felipe - PÉSSIMO: Sou defensor assumido do Felipe, mas não sei até quando... ele falha TODO jogo. Hoje, coloco pelo menos dois gols na sua conta.
Pará - PÉSSIMO: Completamente perdido. Não sabia se marcava ou atacava.
(Marcel) - BOM: Entrou com muita vontade e pôde fazer um golzinho, ao menos.
Edu Dracena - PÉSSIMO: Se não bastasse a atuação ruim, ainda falou groselha nos microfones após o jogo.
(Zezinho) - SEM CONCEITO: Entrou no fim.
Durval - PÉSSIMO: Uma das piores atuações do xerife com a camisa do Santos. Falhou feio no primeiro e no último gol.
Léo - PÉSSIMO: Um ídolo santista que está desgastando a imagem em campo. Não tem condições de ser titular.
Arouca - REGULAR: Participou do jogo e teve vontade. Mas errou muitos passes.
Wesley - PÉSSIMO: Irritante e lento.
Marquinhos - REGULAR: Os dois adjetivos acima servem também para o Marquinhos. Porém, teve alguns lampejos de bom futebol e ainda um gol (mal) anulado. Fica no meio termo.
Paulo Henrique - PÉSSIMO: Não diria que se escondeu do jogo, mas estava menos empenhado que o habitual. A razão? Eu não sei.
Neymar - PÉSSIMO: Idem ao de cima.
(Madson) - PÉSSIMO: Entrou com vontade, mas com a cabeça no mundo da lua. Como explicar o gol que ele perdeu quando o jogo estava 3 a 1?
André - BOM: Apareceu pouco no jogo, mas deixou sua marca e teria sido importante no gol de Marquinhos, se o tento não tivesse sido anulado.
Téc: Dorival Júnior - REGULAR: Entendi as alterações efetuadas, mas eu tomaria outras decisões. Neymar estava mal, mas sua saída prejudicou a equipe. Madson conseguiu entrar pior do que ele. E era óbvia a falta de condição do Léo. Não deveria nem ter começado a partida.
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Wow, this is beautiful. Imagine all the reading and writing you could do... Cold in the winter though.
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