Na primeira Copa pós Zidane, a França viu-se dependente de Ribery, que esteve em noite pouco inspirada. Com apenas Anelka no ataque, o time de Raymond Domenech pouco ameaçava a forte retranca uruguaia. Defesa solidificada na segurança de Lugano e Godin, além do bom goleiro Moslera. No contra-golpe, Fórlan era a esperança de gols dos sul-americanos, mas parou nas boas defesas de Lloris.
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Veio o segundo tempo, e o jogo continuava fraca taticamente. Até que o inoperante Anelka deu lugar a Henry. O atacante francês conseguiu despender o jogo para o lado do atual vice-campeão do mundo. O Uruguai era muito pressionado, já não incomodava mais com os contra-ataques.
A situação ficou pior para os uruguaios aos 36 minutos, quando Lodeiro, que havia entrado aos 17 min, tomou o segundo cartão amarelo, por falta dura em Sagna, em foi expulso. A pressão francesa se intensificou, mas não deu em nada. Já nos acréscimos, Henry teve cobrança de falta próxima a área, mas a bola parou na barreira.
O Uruguai volta a campo na próxima quarta-feira (16), contra a África do Sul. Já a França enfrenta o México na quinta-feira (17).
Ficha do Jogo:
URUGUAI 0 X 0 FRANÇA
Estádio: Green Point, Cidade do Cabo (AFS)
Data/hora: 30/2/2005 - 16h (de Brasília)
Árbitro: Yuichi Nishimiura (JAP)
Auxiliares: Toru Sagara (JAP) e Jeong Hae Sang (JAP)
Cartões amarelos: Victorino, Lodeiro, Lugano (URU); Evra, Ribéry, Toulalan (FRA)
Cartões vermelhos: Lodeiro, 36'/2ºT (URU)
URUGUAI: Muslera; Victorino, Lugano e Godín; Maxi Pereira, Diego Pérez (Eguren - 40'/2ºT), Arévalo, Ignacio González (Nicolas Lodeiro - 17'/2ºT) e Álvaro Pereira; Luis Suárez (Sebástian Abreu - 27'/2ºT) e Forlán. Técnico: Óscar Tabárez
FRANÇA: Lloris; Sagna, Gallas, Abidal e Evra; Toulalan, Diaby, Gourcuff (Malouda - 29'/2ºT) e Govou (Gisnac - 39'/2ºT); Ribéry e Anelka (Henry - 26'/2ºT). Técnico: Raymond Domenech
Comentário da Redação
O primeiro clássico e o primeiro jogo de dar sono
Confesso que esperava um jogão entre França e Uruguai. Por toda a tradição, pelos títulos mundiais, por jogadores de peso, como Ribery e Fórlan. Mas o que se viu foi um jogo feio, amarrado e de dar aquele sono em plena sexta-feira à tarde.
A França esperava em Ribery o que Zidane foi nas últimas Copas, mas com o craque apagado, quem tomou a iniciativa foi o jovem Gourcuff. Já o Uruguai, com um meio-de-campo brucutu, limitou-se a dar balões para a frente em direção a Fórlan e Suárez, para quem sabe os dois tentarem milagres, e quase conseguiram.
Como favoritos do Grupo A, os dois estão devendo futebol, e não é de hoje. Precisarão jogar muito mais do que isso para passar pela África do Sul e pelo México. Ainda acredito que os dois devam passar, mas terão que acordar.
Conceitos - URUGUAI
Muslera – BOM: Mostrou muita segurança. Não teve grande trabalho, mas quando exigido foi bem.
Victorino – BOM: Fechou bem a defesa pelo lado direito. Seguro, fez uma intervenção pontual na segunda etapa.
Lugano – BOM: Seguro, firme e simples. Foi o bom zagueiro de sempre, que coleciona fãs pelo Brasil.
Godín – BOM: Compôs muito bem a dupla de zaga. Outro que joga simples e com determinação.
Álvaro Pereira – REGULAR: Ao contrário de Victorino, deixou muito espaço pelo lado esquerdo. Pouco apareceu ao ataque.
Maxi Pereira – REGULAR: Era o grande nome do meio-de-campo, mas ficou escondido grande parte do jogo.
Diego Pérez - PÉSSIMO: Bateu o jogo inteiro, fez hora extra em campo.
(Eguren) – SEM CONCEITO: Pouco atuou.
Arévalo – REGULAR: Muita vontade na marcação, correu o campo inteiro, mas errou muito passe.
Ignacio González – PÉSSIMO: Mal parava de pé no gramado. Ao escorregar atrapalhou um dos melhores contra-golpes da equipe.
(Nicolas Lodeiro) – PÉSSIMO: Em menos de 20 minutos conseguiu tomar dois cartões amarelos. Saiu chorando de campo.
Luis Suárez – REGULAR: Brigou o tempo inteiro com a defesa francesa, mostrou vontade.
(Sebástian Abreu) - SEM CONCEITO: Jogou pouco.
Forlán – BOM: Principal jogador da seleção, não se omitiu. Fez Lloris trabalhar e ainda quase marcou o dele.
Téc: Óscar Tabárez – REGULAR: Até tentou mexer a equipe, mas não teve culpa pela expulsão de Lodeiro, que desmonta qualquer esquema tático em uma estréia de Copa do Mundo.
FRANÇA
Lloris – BOM: Um dos bons goleiros do futebol europeu. Sempre seguro quando solicitado.
Sagna – REGULAR: Pouco apareceu para o jogo, mas foi o responsável pelo expulsão de Lodeiro.
Gallas – BOM: O dono da defesa dos Azuis. Sempre seguro na marcação.
Abidal – REGULAR: Normalmente lateral, não comprometeu como zagueiro.
Evra – BOM: Foi uma boa arma ofensiva pelo lado esquerdo.
Toulalan – REGULAR: Não deixou espaços na marcação e até arriscou umas subidas ao ataque.
Diaby – BOM: Impôs todo o vigor físico no meio-campo e dominou as segundas bolas.
Gourcuff – BOM: Foi o principal articulador da França, todas as jogadas de ataque passavam por ele.
(Malouda) – SEM CONCEITO: Pouco atuou.
Govou – PÉSSIMO: Escondido na ponta direita, pouco apareceu para o jogo.
(Gisnac) – SEM CONCEITO: Pouco atuou.
Ribéry – REGULAR: Esperava-se mais dele. Partida muito discreta para quem é o craque do time.
Anelka – PÉSSIMO: Totalmente inoperante. Sozinho no ataque, nada pode contribuir.
(Henry) – BOM: Em 20 minutos em campo, fez mais do que Anelka. Cabeceou uma bola perto da trave, e protagonizou um lance polêmico, ao pedir pênalti em um suposto toque de mão de Godín, que não ocorreu.
Téc: Raymond Domenech – PÉSSIMO: Faltou coragem nas substituições. Só colocou o segundo atacante quando teve vantagem numérica em campo.
Direto da Redação
Redator: Marco Miranda
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