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Os favoritos - Parte I

A menos de 48 horas do início da Copa do Mundo 2010, está mais do que na hora de conhecermos os favoritos ao torneio mais importante do planeta. Uma análise tática das principais seleções do Mundial.

Aqui destacaremos as equipes que, inclusive, estão na nossa enquete ao lado (sobre quem será o campeão do mundo): Brasil, Argentina, Inglaterra, França, Holanda, Itália, Espanha e Alemanha. Começamos aqui pelos quatro primeiros citados.

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Brasil - O time que todos conhecem

Dunga não teria como fazer mistério nem se quisesse. Bom, ele até pode fazer algumas variações, mas nada que mude drasticamente a maneira do Brasil jogar. Ao que tudo indica, o time abaixo será mantido para a estreia e os demais jogos da primeira fase.

















Análise: Taticamente, o Brasil é ainda mais manjado (um termo forte, mas acho que se aplica). O time joga num 4-5-1, ou 4-2-3-1, como queiram. Robinho é a chave do esquema, pois recua para formar o meio, com a bola ou sem ela. Quando tem o domínio da redonda, o atacante do Santos parte pra cima, mas vai sempre optar por um toque em vez de uma pedalada. Kaká não é tão importante taticamente. Sua importância está na qualidade e no talento, coisa que o time pouco tem. Afinal, a dupla Gilberto Silva e Felipe Melo não anima ninguém.

Entre as possíveis alternativas estão a entrada de Dani Alves no lugar de Elano, abrindo uma linha de quatro mais consistente, e Ramires no lugar de Felipe Melo, o que daria uma saída de jogo muito mais segura e de qualidade. Dunga, no entanto, não deve arriscar isso por enquanto.

Prognóstico: Não gosto muito desse time, mas a Seleção tem totais condições de chegar longe. Aposto em Brasil finalista (isso se passar pela Holanda, nas quartas-de-final...). Campeão, eu já não sei dizer...

Argentina - Ousada?

Será que Maradona irá surpreender com a Argentina neste Mundial? Ao que tudo indica, o time será muito mais ofensivo do que se pensava. Em treino fechado (mas a informação vazou) nesta semana, Dieguito colocou Carlos Tevez no 11 inicial, tirando o fraco Otamendi, e armando a equipe num estranho 3-4-3.

















Análise: Com essa formação, a Argentina teria uma defesa muito mais sólida e uma qualidade incrível na saída de jogo. Na minha opinião, só a seleção espanhola tem volantes do nível que têm os argentinos. O meio-campo, aliás, é o grande mistério dos hermanos. Não existe a figura clássica do camisa 10. Como vocês podem ver na prancheta, há um espaço vazio na intermediária. Maradona pretende preencher esta lacuna com movimentação, para que Messi, Verón e Tévez apareçam por ali.

Se essa escalação for mantida, confesso que ficarei feliz, pois valorizará muito mais o ataque argentino. Ainda assim, grande jogadores como Milito e Aguero seriam preteridos. Só não me agrada muito essa opção pelo Gutierrez, que é tipo um Felipe Melo argentino, nessa esquema. Talvez Maxi Rodriguez desse mais qualidade ao time de Maradona pelo setor.

Prognóstico: Tem uma equipe muito qualificada, mas seu técnico pode estragar tudo. Espero que não o faço. Acho que vai até as semifinais.

Inglaterra - Indefinições

A Inglaterra estreia no sábado, em Rustemburgo, contra os Estados Unidos. Porém, o técnico Fabio Capello ainda não definiu o time titular. Na segunda, o "English Team" venceu uma equipe sul-africana, mas não agradou. Com as perdas de Rio Ferdinand e Barry, por lesão (este último deve voltar no segundo jogo), resta ainda saber quem serão os substitutos. Na zaga, Carragher parece ter assumido o lugar. No meio, Wright Phillips, Lennon e Joe Cole brigam por duas vagas.

















Análise: A Inglaterra tem um sério problema nesta Copa. Em todos os setores, o time carece de qualidade. Na defesa, Johnson e Carragher não são exatamente jogadores seguros. Nas pontas, ninguém passa confiança. No ataque, Rooney é genial, mas Crouch é, apenas, folclórico.

Resta torcer para que o trio Rooney, Lampard e Gerrard faça a diferença. Afinal, apesar dos pesares, o time inglês fez campanha impecável nas Eliminatórias - venceu todos os jogos - e parece ser um muito mais sólido que aquele de quatro anos atrás, eliminado por Portugal.

No gol, curiosamente, ninguém quer arriscar quem será o titular. Hart jogou o último amistoso e deve estar em campo também contra os EUA. Mas James e Green não estão descartados. Isso que é competição!

Prognóstico: Algo me diz que, com Fábio Capello, o English Team pode ir mais longe. Não sei o quanto. Acho que semifinais, pelo menos. O caminho até lá talvez não seja tão difícil.

França - Sem a "mão" de Henry

Desde 1998, certamente, essa é a França mais desacreditada em Copas do Mundo. Nem a Fifa confiou no time de Raymond Domenech, tirando a equipe da lista de cabeças-de-chave do Mundial. O time vice-campeão de 2006 não tem mais Zidane, que se despediu dos gramados naquele ano, e também não deve ter Henry entre os titulares. No último amistoso (derrota para a China, 1 a 0), o craque do Barça ficou no banco e Govou entrou na equipe pela esquerda.

















Análise: Com um técnico medíocre, na minha opinião, a França terá de contar com a inspiração do seu principal jogador na atualidade, Franck Ribery. O problema é que ele joga em uma faixa de campo que talvez o deixe muito dependente do esquema tático. Quem terá mais liberdade é o meia Gourcuff, que não tem toda essa capacidade para liderar os "les bleus".

Se existe um ponto forte nessa equipe, é a defesa. O goleiro Lloris é um bom valor, os zagueiros são fortes e experientes, e os laterais talvez estejam entre os melhores do mundo na atualidade. Mas só isso de nada adiantará. A França não deve ir longe.

Prognóstico: Posso parecer pessimista, mas acredito que os franceses estejam ainda mais do que eu. A França não passa da primeira fase, anotem.

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* A coluna Vuvuzela traz as cornetadas do 19º Mundial de seleções da história do futebol, o primeiro na África. Mais do que nunca, a África do Sul é logo ali.

Direto da Redação

Colunista: Ricardo Pilat
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