
Se por algum momento na História podemos dizer que o Brasil perdeu e hegemonia do futebol mundial, podemos afirmar também que ele foi recuperado em 1994, com o tetracampeonato. Nos anos seguintes, o time brasileiro esteve em evidência em todos os campeonatos que disputou e ninguém mais ousou menosprezar o escrete canarinho.
Mas esse percurso de sucesso não foi construído apenas de glórias.
"Seus traíras filhos da p..."

Tudo porque o Brasil foi desacreditado para a Copa de 1994, nos Estados Unidos. E não por acaso, já que o time de Carlos Alberto Parreira fez uma campanha de Eliminatórias sofrível e jogava um futebol burocrático, longe daquele que o torcedor brasileiro está acostumado.
Porém, aquele time tinha um talento que bastava: Romário. O baixinho brilhou e levou o Brasil a conquistar o título de forma invicta. A final, porém, teve tons dramáticos. Foi preciso que, nos pênaltis, Roberto Baggio, atacante da Itália, falhasse e desse a taça ao Brasil. Pior para os "traíras".
O caso Ronaldo

Entretanto, após uma Copa com jogos difíceis - como a vitória sobre a Dinamarca nas quartas de final, 3 a 2, e sobre a Holanda na semifinal, nos pênaltis, após 1 a 1 - o time de Zagallo chegou à final contra os donos da casa, e ninguém apostaria em outro resultado que não fosse o penta.
Mas, aí rolou o "caso Ronaldo". O Fenômeno teve uma convulsão no hotel, no dia da final, e assustou todo o elenco. Chegou a ser anunciado que ele não jogaria a decisão e Edmundo seria seu substituto. Porém, o camisa 9 foi a campo. Claramente, sem condições. Os outros dez atletas estavam ainda ressabiados. A cada choque do, ainda, Ronaldinho, a preocupação era evidente. Melhor para a França, que passeou em campo e venceu por 3 a 0, com show de Zinedine Zidane.
E muita gente ainda acha que o Brasil entregou aquele jogo por questões políticas. Uma bobagem enorme.
Família Scolari
Quatro anos depois, na Coreia do Sul e no Japão, aconteceu a primeira Copa do Mundo em duas sedes simultâneas. O Brasil, mais uma vez, foi como zebra. Comandada por Luiz Felipe Scolari, a Seleção foi superando a desconfiança e avançando no torneio, com uma base bem conhecido do torcedor: Ronaldo, Rivaldo, Cafu e Roberto Carlos. E também Ronaldinho Gaúcho, que arrebentou naquele Mundial, sendo fundamental na vitória contra a Inglaterra, 2 a 1, nas quartas.
O time apelidado de "Família Scolari" chegou à final. A terceira consecutiva. O adversário foi a Alemanha de Oliver Kahn, eleito o melhor jogador daquela Copa - eleição feita antes da final. E, por ironia do destino, o goleiro falhou feio e deu ao Brasil o primeiro gol daquele jogo, vencido pelo Brasil por 2 a 0.
O Brasil conquistava o pentacampeonato e ninguém mais ousaria desconfiar da maior seleção de todos os tempos.
As aventuras de Weggis

Mas a coisa já começou errada na preparação. Em Weggis, na Suíça, foi montada uma verdadeira "farra do boi". O assédio do público era enorme (na foto ao lado, torcedora corre em direção a Ronaldinho). Pessoas chegaram a invadir o gramado onde o Brasil treinava. Havia livre comércio de lembrancinhas ao redor dos campos. Uma decisão lamentável que encobriu erros e tirou o foco da melhor equipe do mundo.
Nas quartas de final, Zidane liderou a França em mais uma vitória sobre seu maior freguês. O resto da história vocês já sabem, né? Franceses e italianos na final, cabeçada de Zidane em Materazzi e tetracampeonato da Itália, nos pênaltis.
Vem aí a Copa de 2010. O que será que iremos contar do próximo Mundial?
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* A coluna Domingueira do Pilat relembra os fatos que marcaram a história do esporte. Afinal, é preciso conhecer o passado para entender o presente e projetar o futuro.
Direto da Redação
Colunista: Ricardo Pilat
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