
Com a segunda goleada consecutiva diante de campeões do mundo, os alemães garantem vaga na semifinal, onde esperam o vencedor de Espanha e Paraguai que jogam logo mais.
A bola mal havia rolado no Green Point e os alemães já lideravam o placar. Aos três minutos, Schweinsteiger cobrou falta na medida e Müller se antecipou à marcação de Otamendi para fazer 1 a 0 para a Alemanha.
Na sequência do primeiro tempo, a Argentina teve mais posse de bola e até criou algumas oportunidades de perigo. Mas a principal jogada foi alemã. Müller entrou na área, aos 23 minutos e poderia chutar. Preferiu, no entanto, rolar para Klose, que chutou por cima do gol, sem marcação.
E virou massacre

Aos 28, Schweisnteiger fez fila pelo lado esquerdo e tocou para o zagueiro Friederich, que marcou o terceiro. Com a Argentina completamente perdida em campo, a Alemanha ainda encontrou espaço para transformar a vitória em goleada, com Klose, aos 42. O atacante se tornou o segundo maior artilheiro da história das Copas, com 14 tentos, igualando o também alemão Gerd Müller. Falta um para igualar Ronaldo.
Ficha do jogo
ARGENTINA 0x4 ALEMANHA
ESTÁDIO: Green Point, Cidade do Cabo
DATA E HORA: Sábado, 3 de julho de 2010, às 11h (de Brasília)
ÁRBITRO: Ravshan Irmatov (UZB)
AUXILIARES: Rafael Ilyasov e Bakhadyr Kochkarov (UZB)
CARTÕES AMARELOS: Otamendi (ARG); Müller (ALE)
GOLS: Müller (0-1), aos 3'/1ºT; Klose (0-2), aos 23'/2ºT; Friedrich (0-3), aos 28'/2ºT; Klose (0-4), aos 42'/2ºT
ARGENTINA: Romero; Otamendi (Pastore, 24'/2ºT), Demichelis, Burdisso e Heinze; Mascherano, Maxi Rodríguez e Di María (Agüero, 30'/2ºT); Messi, Tévez e Higuaín
Técnico: Diego Maradona
ALEMANHA: Neuer; Lahm, Friedrich, Mertesacker e Boateng (Jansen, 27'/2ºT); Khedira (Kroos, 31'/2ºT), Schweinsteiger, Müller (Trochowski, 38'/2ºT), Özil e Podolski; Klose
Técnico: Joachim Löw
Comentários da Redação
Visão argentina > Faltou "la mano" de um técnico
> por Ricardo Pilat - ricardo.pilat@yahoo.com.br

Isso porque, no comando da equipe, não estava propriamente um técnico. Maradona é uma figura diferenciada, que representa muito na Argentina e no mundo. Passou esse respeito para os jogadores, que o viam como um ídolo, um verdadeiro Deus. Mas como técnico, definitivamente, acho que nem Dieguito se via.
Se em 1986, "la mano de Diós" ajudou nossos hermanos a conquistar o título, desta vez nem precisava tanto. Talvez a "la mano" de um técnico já fosse o bastante para organizar um equipe recheada de bons talentos, mas sem um conjunto sólido. Um time que parecia dividido entre ataque e defesa (horrível, por sinal). Meio-campo? Não, isso não existia.
No momento em que encarou uma equipe muito bem organizada e com grandes talentos individuais, veio uma baita chacoalhada. E mesmo enfrentando um rival melhor, surgiram oportunidades para fazer um jogo igual, mas Dieguito não teve a visão do que estava errado. Não soube mudar a equipe.
Talvez porque, para ele, o que faltava no time era um Maradona. E esse não poderia entrar.
Sobre Messi
Nunca escondi aqui minha torcida para que o Messi pudesse mostrar na Argentina o bom futebol que mostra no Barcelona. Ele teve otimos lampejos na primeira fase, mas quase não apareceu no mata-mata. Infelizmente, o rótulo criado pela mídia vai seguir. Mas, cá entre nós: nem Pelé jogaria tudo o que sabe num time treinado por Maradona.
Conceitos
Romero - PÉSSIMO: Acho que falhou no primeiro gol. Mas o cara levou 4 gols, mesmo que não tivesse falhado fica difícil dar outro conceito.
Otamendi - PÉSSIMO: Reclamavam do Jonás e conseguiram arrumar uma coisa pior. Como sempre alertei, o lado direito da defesa argentina era o caminho para qualquer adversário.
(Pastore) - PÉSSIMO: Coitado, entrou numa roubada e, no final, entrou na dança alemã.
Demichelis - PÉSSIMO: Completamente perdido. Dá medo vê-lo em campo.
Burdisso - REGULAR: Foi o melhorzinho da retaguarda argentina.
Heinze - PÉSSIMO: Outro que não viu a cor da bola e armou vários ataques para a Alemanha.
Mascherano - REGULAR: Alternou bons momentos nos desarmes com pancadas grotescas. Também, pudera: tem de jogar por cinco no meio-campo.
Maxi Rodríguez - REGULAR: Maradona inventou o meia como volante e foi infeliz na experiência. Por que tirar Verón da equipe?
Di María - REGULAR: Tentou algumas coisas no segundo tempo, quando mudou para a ponta direita. Mas ele destoa completamente de seus companheiros de ataque.
(Agüero) - SEM CONCEITO: Não tocou na bola.
Messi - REGULAR: Não brilhou hoje e na Copa. Eu queria ver mais do Messi, mas jamais compactuarei com esses que tentam rotulá-lo de forma pejorativa.
Tévez - BOM: No fim das contas, foi o mais participativo e o que mais tentou fazer algo diferente na partida pela Argentina.
Higuaín - PÉSSIMO: Com o Di Maria caindo pela direita, ele saiu mais da área e passou a fazer as jogadas pela esquerda. Não tem qualidade para isso e mostrou que o negócio dele é mesmo fazer gols. E só.
Técnico: Diego Maradona - PÉSSIMO: Foi o personagem da Copa, porém, seria melhor se ele estivesse dentro de campo. Como técnico, simplesmente, não existe.
Visão alemã > Futebol bonito e eficiente
> por Pedro Silas - pedro_sccp@hotmail.com

E os comandados de Joachim Löw fazem isso perfeitamente. É um verdadeiro TIME, ótimo em praticamente tudo. Parece um clube, com elenco que joga junto há tempos, e que praticamente não tem defeitos. É um time técnico demais, que joga muito com a bola nos pés, e sem ela é sólido, marca muito bem. E hoje deu mais uma aula de contra-ataques letais, com passes perfeitos, na medida.
Enfim, mais uma vez foi bom demais ver os alemães jogarem. Em Copas do Mundo eu sempre acabo torcendo para a seleção que joga um futebol que mais me agrada, e eles ganharam minha torcida. Tomara que continuem jogando assim e levem a taça, pois merecem mais do que qualquer outra seleção deste Mundial.
Conceitos
Neuer - BOM: Não precisou fazer nenhuma grande defesa, mas foi seguro quando precisou-se dele.
Lahm - ÓTIMO: Muito bem na defesa e no ataque. É seguro demais com e sem a bola. O melhor lateral-direito da Copa.
Friedrich - BOM: Muito seguro na defesa, saiu com qualidade quando teve espaço e ainda marcou um gol.
Mertesacker - BOM: Tão bom quanto o seu companheiro. Formam uma bela dupla de zaga.
Boateng - REGULAR: Seguiu a média do futebol simples e discreto, mas seguro. Marcou bem.
(Jansen) - REGULAR: Não foi diferente do Boateng.
Khedira - BOM: Marcou bem, com desarmes precisos, e saiu jogando com muita técnica.
(Kroos) - BOM: Entrou bem, no ritmo do jogo. Quase marcou um gol.
Schweinsteiger - ÓTIMO: Foi perfeito. Vou ter que repetir que ele, mais uma vez, fez de tudo em campo. É o que dita o ritmo - com perfeição - do time. Brincou com a zaga argentina no gol do Friedrich. Sem dúvida um dos melhores jogadores da Copa.
Müller - ÓTIMO: Participou intensamente do jogo. Marcou muito bem, e na frente foi um dos jogadores mais perigosos da Alemanha. Mesmo caído, fez uma linda jogada no primeiro gol do Klose.
(Trochowski) - SEM CONCEITO: Participou pouco da partida.
Özil - BOM: Não foi muito participativo, mas deu um passe lindo para o último gol.
Podolski - BOM: Também voltou para marcar e ajudou muito. Arriscou bons chutes e participou diretamente de dois gols.
Klose - ÓTIMO: Quando a bola chegou, fez o que se espera dele. É um matador nato. Faltam dois gols para passar o recorde de Ronaldo. E tem ótimas chances de conseguir.
Téc: Joachim Löw - ÓTIMO: Armou um esquema tático que está conseguindo explorar muito bem as características dos seus jogadores. Belíssimo trabalho.
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Direto da Redação
redacao_esporte@hotmail.com
Foi exatamente o que vi nessa partida. Uma Argentina com força de vontade e pouco talento parecendo um time amador e uma Alemanha totalmente entrosada e fria, com qualidade técnica e tática. Maradona pecou pelo despreparo.
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