
O primeiro tempo foi eletrizante na Vila Belmiro. Logo no primeiro minuto, após escanteio cobrado por Marquinhos, Durval teve tempo para dominar e bater, sem chances para Julio Cesar. Aos 8, veio a resposta corintiana. Jucilei fez grande jogada na entrada da área, e só rolou para Iarley, que empatou a partida.
Com a igualdade, o Corinthians cresceu na partida. Quem marcou, entretanto, foi o Peixe. Depois de polêmicas e de ter sido tirado do clássico pelo ex-técnico Dorival Júnior, Neymar fez aos 26 minutos, aproveitando rebote de Julio Cesar. Mas o Timão reagiu aos 42. Elias recebeu passe de Bruno César e chutou no canto esquerdo de Rafael.
A segunda etapa começou com o jogo travado no meio-campo e os dois times se estudando mais. A primeira grande chance foi do Santos, aos 12. Julio Cesar fez milagre em chute de Neymar depois de dar rebote em cobrança de falta. Na volta, Marquinhos finalizou e a bola tocou em um dos braços de William. Carlos Eugênio Simon ignorou os pedidos de pênalti e mandou o lance seguir.
Aos 24, o Corinthians conseguiu ficar em vantagem pela primeira vez. Em grande jogada ensaiada, Roberto Carlos rolou para Jorge Henrique, que cruzou para Danilo, que também cruzou para Paulo André fazer o terceiro. A tão esperada pressão do Santos não aconteceu depois da virada, e o Timão garantiu a vitória.
Ficha do clássico
SANTOS 2 X 3 CORINTHIANS
Estádio: Vila Belmiro, São Paulo (SP)
Data/hora: 22/9/2010 - 22h
Árbitro: Carlos Eugênio Simon (Fifa-RS)
Auxiliares: Alessandro Álvaro de Matos (Fifa-BA) e Carlos Berkenbrock (Fifa-SC)
Renda e público: R$ 386.150,00 / 10.898 pagantes
Cartões amarelos: Rafael Caldeira e Pará (SAN); Boquita, Elias e Paulo André (COR)
Gols: Durval, 1'/1ºT (1-0); Iarley, 8'/1ºT (1-1); Neymar, 26'1ºT (2-1); Elias, 42'/1ºT (2-2); Paulo André, 24'/2ºT (2-3)
SANTOS: Rafael, Pará, Bruno Aguiar (40'/1ºT - Rafael Caldeira), Durval e Léo; Arouca, Danilo, Alex Sandro (16'/2ºT - Alan Patrick), Marquinhos (28'/2ºT - Madson); Neymar e Marcel. Técnico: Marcelo Martelotte (interino).
CORINTHIANS: Julio Cesar, Alessandro, William, Paulo André e Roberto Carlos (29'/2ºT - Leandro Castán); Boquita (16'/2ºT - Moacir), Jucilei, Elias e Bruno César (18'/2ºT - Danilo); Jorge Henrique e Iarley. Técnico: Adilson Batista.
Fontes: Globo.com e Lancenet
Fotos: Terra
Comentário da Redação
Visão santista > Ressaca
por Ricardo Pilat - ricardo.pilat@yahoo.com.br

Sem treinador, de um dia para o outro, e com seu principal atleta envolto em uma polêmica absurda, era até difícil que o Santos fosse a campo de outra maneira. O Alvinegro praiano não conseguiu impôr seu ritmo em momento nenhum do jogo. Os 90 minutos foram disputados de forma cadenciada, sem acelerar. Do jeito que o Corinthians gosta.
Mesmo assim, o Santos ficou à frente do placar em duas oportunidades e acabou levando gols de empate em horas inapropriadas. Melhor para o Timão, que se aproveitou de um pequeno erro de arbitragem (foi um impedimento difícil de ser marcado) e na única chance criada no segundo tempo fez o gol da vitória.
O Peixe, que teve pelo menos três chances claras para marcar, além dos dois gols marcados e outro (bem) anulado, ainda assim esteve a mercê do jogo corintiano. Um estilo muito frio, que não condiz em nada com o que estamos acostumados a ver no Santos. Se bem que aquela alegria de jogar futebol dos Meninos da Vila parece ter ficado guardada em dias não muito distantes, mas que já fazem parte do passado.
Paz
E sobre Neymar, que está sendo julgado de forma estúpida pela mídia e opinião pública, só gostaria de destacar a personalidade do garoto. Aos 18 anos, já odiado por uma legião de amantes do anti-futebol, o camisa 11 jogou com uma bola de ferro na perna e uma bigorna nas costas, tamanha era a pressão.
Mesmo assim, fez gol, poderia ter feito outro, participou das melhores jogadas santistas e só não fez mais em campo porque o clima do jogo não ajudou. E reforço aqui que Neymar é apenas uma peça (importante) de toda essa confusão entre Santos e Dorival Júnior, e a queda do treinador não tem interferência nenhuma do camisa 11.
Deixem o menino em paz.
Conceitos - SANTOS
Rafael - REGULAR: Acho que poderia ter defendido a bola do segundo gol corintiano. Mas fez outras boas defesas...
Pará - PÉSSIMO: Se preocupou apenas em bater. Ridículo.
Bruno Aguiar - REGULAR: Esforçado, porém, estabanado. Por isso, saiu de campo machucado.
(Rafael Caldeira) - REGULAR: Entrou pra colocar a bola no mato, e só.
Durval - BOM: Fez o possível diante da fragilidade que o sistema defensivo do Santos apresentou.
Léo - REGULAR: Errou passes em demasia e poderia ter saído na equipe em vez do Alex Sandro.
Arouca - REGULAR: Sem dúvidas, a pior partida que eu vi do Arouca com a camisa do Santos. Não foi nada de absurdo, mas ele chegou atrasado em quase todos os lances, em especial no primeiro tempo.
Danilo - PÉSSIMO: Esse rapaz é atrapalhado demais... sem comentários.
Alex Sandro - BOM: Vinha fazendo até uma boa partida, indo só na boa... não sei porque saiu do time.
(Alan Patrick) - PÉSSIMO: Eu, que tanto defendo a entrada do Alan no time titular, me sinto confortável para destacar como o jovem santista entrou mal no jogo.
Marquinhos - REGULAR: Lento e pouco eficiente. Marquinhos, infelizmente, é a cara do Santos deste segundo semestre de 2010 (um time que também é apenas regular).
(Madson) - REGULAR: Ciscou pra lá, pra cá... sem sucesso.
Neymar - BOM: O melhor do Santos em campo. A pressão sobre ele era enorme e completamente desproporcional. Mas ele foi pra cima, tentou, brigou e driblou. Fez um gol e perdeu outro incrível (por mérito do goleiro Julio César). O garoto tem de sair do foco, da mídia. Esse é um ótimo momento para fugir dos holofotes, pelo menos por questões extra-campo.
Marcel - REGULAR: Teve muitas poucas oportunidades.
Téc: Marcelo Martelotte - REGULAR: É um interino e só isso. Ser ousado, mesmo com o time perdendo, nem passou pela cabeça do ex-goleiro santista.
Visão corintiana > Que ótima vitória!
Por Pedro Silas - pedro_sccp@yahoo.com.br

O Timão jogou como se estivesse no Pacaembu e dominou a partida no primeiro tempo. Mas o desempenho do sistema defensivo prejudicou a equipe. Sem um cão de guarda (Ralf segue fora) e com péssima atuação de Boquita, o Santos não precisou fazer muita coisa para levar perigo à meta de Júlio César.
Pelo menos serviu para mostrar tranquilidade, frieza, e poder de reação ao buscar o empate por duas vezes. Isso aumenta mais a confiança dos jogadores para os próximos duelos fora de casa. Poderia ter sido até diferente, se Bruno César tivesse aproveitando a ótima chance (cara a cara com o goleiro) que ele mesmo criou, quando estava 1 a 1.
Bem diferente dos primeiros 45 minutos, a etapa final foi truncada. Com poucas chances de gols criadas, quem fizesse um gol tinha tudo para sair com a vitória. Sobretudo os visitantes, que mostraram mais raça e certamente se redobrariam se fizessem o gol da virada. E foi o que aconteceu..
Após o gol de Paulo André, em bela jogada ensaiada, a garra do time foi fantástica. Cada jogador se doou um pouco mais, principalmente nos 10 minutos finais. Foi a famosa "vitória de campeão". E forte do jeito que é no Pacaembu, se seguir com essa postura fora de casa, o Timão realmente tem tudo para conquistar o Penta.
Conceitos - CORINTHIANS
Julio Cesar - BOM: Na minha visão, dava para segurar o chute de Marcel no gol de Neymar. Mas se redimiu depois, com defesas importantes.
Alessandro - REGULAR: Muito raçudo, apoiou bastante. Deixou a desejar defensivamente, estava muito desorganizado o seu setor.
Paulo André - BOM: Teve dificuldade na defesa, mas foi muito importante. Primeiro evitou um gol do Santos, e depois foi na área marcar o gol da vitória, ambos de cabeça. Não é de hoje que falo: ele é o melhor defensor do elenco no jogo aéreo, e esse fundamento é importante demais para um zagueiro.
William - REGULAR: Esteve bem posicionado e fez uma partida correta. O que não dá é para cobrar do zagueiro para que ele corrija os erros dos volantes com perfeição.
Roberto Carlos - REGULAR: Foi discreto no apoio e seguro defensivamente.
(Leandro Castán) - REGULAR: Entrou pelo lado direito, para conter os santistas que puxam para dentro a bola. Não foi bem, e nem mal.
Boquita - PÉSSIMO: Atuação desastrosa! Não conseguia acertar passe de meio metro. Disparado o pior em campo na minha opinião. Só fez uma coisa boa: tomar cartão para o técnico resolver tira-lo do jogo.
(Moacir) - BOM: Deu conta do recado, marcou bem o Neymar e quem caiu pela direita.
Jucilei - BOM: Desarme bem demais, dribla com muita facilidade. Fez um grande primeiro tempo, e deu uma ótima assistência para o Iarley. Caiu um pouco na etapa final.
Elias - BOM: Voltou a ter aquela velha raça que tinha. Desse jeito, mesmo que não faça uma partida fenomenal, será importante demais para o time. De quebra, ainda fez um bonito gol.
Bruno César - REGULAR: Mais importante pela movimentação do que com a bola no pé. Mas deu um belo passe para o Elias marcar. Sobre o seu gol perdido, eu não crucifico. Ele escolheu uma opção (o canto nem tava aberto para chutar), e deu errado, simples.
(Danilo) - BOM: Entrou muito bem no time, e colocou a bola na cabeça do Paulo André com perfeição no gol da virada. Com o futebol do Bruno César, o Danilo é uma boa opção para voltar a ser titular.
Jorge Henrique - BOM: Foi importante nas saídas rápidas para o ataque, principalmente no segundo tempo. Também participou do gol da virada e foi importante para segurar o jogo no fim.
Iarley - BOM: Fez o primeiro gol e foi guerreiro demais. Acertou a maioria das coisas que tentou, foi muito bem hoje. E também foi importante no fim.
Téc: Adilson Batista - BOM: Errou em colocar o Boquita no lugar do Ralf (Edu e Moacir seriam opções bem melhores para a posição), e seguiu errando ao deixa-lo em campo após a etapa inicial horrível que fez. No entanto, além de ter mexido bem depois (não só nos nomes, mas também nas posições), o técnico corintiano merece muitos elogios pela postura ofensiva do time fora de casa.
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