Campeonato Brasileiro > Corinthians vence o Palmeiras e reacende sonho de título

* Na reestreia de Tite, Bruno César marca gol do triunfo no Pacaembu: 1 a 0

O técnico Tite reestreou no comando do Corinthians com o pé direito. Depois de uma série de sete jogos sem vitória, o Alvinegro seu maior rival, o Palmeiras, por 1 a 0, no estádio do Pacaembu. Com isso, o Timão fica a apenas um ponto do Fluminense, que voltou à liderança após um empate com o Atlético-PR, e volta a sonhar com o Penta. Já o Verdão, com 44 pontos, direciona forças para a Copa Sul-Americana.

Com seu time "habitual", o Corinthians começou melhor o clássico. Como no primeiro turno, o Timão dominou o jogo e colocou o rival em seu campo de defesa. A pressão corintiana deu certo aos 22 minutos, quando Bruno César chutou de canhota e contou com desvio em em Marcos Assunção para abrir o placar.

Com o 1 a 0 no placar, o Alvinegro voltou para o segundo tempo com cautela e jogando recuado. Como de costume, a principal arma do Verdão foi Marcos Assunção. Em uma delas, Júlio César fez excelente defesa aos 28 minutos, ajudando a segurar a importante vitória no Dérbi paulista.

Ficha do clássico
CORINTHIANS 1 X 0 PALMEIRAS

Estádio: Pacaembu, São Paulo (SP)
Data/hora: 24/10/2010 - 16h (de Brasília)
Árbitro: Héber Roberto Lopes (Fifa-PR)
Auxiliares: Carlos Berkencrock (Fifa-SC) e Gilson Bento Coutinho (PR)
Renda e público: R$ 1.085.683,50 / 32.391 pagantes
Cartões amarelos: William e Elias (COR); Marcos Assunção (PAL)
Gol: Bruno César, 22'/1ºT (1-0)

CORINTHIANS: Julio Cesar, Alessandro, Chicão, William e Roberto Carlos; Ralf, Jucilei, Elias e Bruno César (Danilo - 27'/2ºT); Iarley (William Morais - 36'/2ºT) e Ronaldo. Técnico: Tite.

PALMEIRAS: Deola, Luís Felipe (Patrik - Intervalo), Danilo, Fabrício e Rivaldo; Edinho, Marcos Assunção, Tinga e Lincoln (Valdivia - Intervalo) (Dinei - 34'/2ºT); Luan e Kleber. Técnico: Luiz Felipe Scolari.

Foto: Globoesporte.com

Comentário da Redação
Visão corintiana > Vitória importantíssima
Por Pedro Silas - pedro_sccp@hotmail.com

Após sete jogos sem vitórias, finalmente o Corinthians voltou a conquistar três pontos. Um triunfo que faz o Alvinegro ficar bem vivo na disputa pelo título em termos de classificação - um ponto da liderança com os tropeços de Fluminense e Cruzeiro - e também no aspecto moral, com técnico novo e voltando ao caminho das vitórias em um clássico tão importante.

Foi uma vitória, como era de se esperar, sem um futebol vistoso. Mas o Timão fez um bom primeiro tempo. Com uma organização parecida com a "era Mano Menezes", conseguiu dominar o Palmeiras e não teve problemas defensivos. Na frente, o artilheiro do time na temporada desequilibrou novamente com um gol.

Diferente dos primeiros 45 minutos, no segundo tempo os donos da casa "deram" a bola para o rival alviverde jogar, e recuou excessivamente. O estreante Tite tem fama de retranqueiro, porém, não foi uma ordem dele. Pelo contrário, deu para ouvi-lo pedindo para seus jogadores saírem mais, para voltar a dominar a partida.

Com Ronaldo naquele ritmo morto como de costume nessa fase atual dele, e Iarley fraco tecnicamente, o ataque não conseguia segurar os chutões da defesa e a bola parava sempre nos pés dos visitantes. Na reta final do jogo, o time do Parque São Jorge voltou a tocar mais a bola, e conseguiu garantir o 1 a 0.

Independente da qualidade do futebol, o importante hoje era voltar a vencer, e a missão foi cumprida. Mas além da conquista dos três importantíssimos pontos, a volta da consistência defensiva deve ser comemorada. Vamos ver se ela irá se manter na quarta-feira, diante do Flamengo, fora de casa. Mais uma decisão para o Corinthians!

Conceitos

Júlio César - ÓTIMO: Muito bem durante toda a partida com defesas seguras, sem dar rebote. Garantiu a vitória com uma defesaça em cobrança de falta de Assunção.
Alessandro - BOM: Com muita garra, voltou a jogar bem hoje, sobretudo defensivamente.
Chicão - BOM: Atento, não deu mole para os atacantes palmeirenses.
William - BOM: Também esteve bem, principalmente nas bolas aéreas.
Roberto Carlos - REGULAR: Discreto como nas últimas partidas, apareceu só no passe de perna direita para Bruno César no lance do gol.
Ralf - BOM: Marca muito. A defesa é bem diferente com ele em campo, isso está cada vez mais claro.
Jucilei - BOM: Calmo, soube controlar bem o jogo e arrumou bons passes. É outro que voltou a jogar bola hoje após algumas partidas ruins.
Elias - BOM: Razoável tecnicamente, compensou com muita raça e marcação, não parando um minuto.
Bruno César - BOM: Bem participativo no primeiro tempo (a pedido de Tite), fez o gol da vitória. Caiu de produção na etapa complementar.
(Danilo) - REGULAR: Colaborou com a difícil tarefa de fazer a equipe segurar mais a bola.
Iarley - PÉSSIMO: Não conseguiu acertar quase nada. Está devendo futebol e hoje revoltou a torcida, mas é o que tem para escalar, não dá para reclamar muito. Foi bom dar um chá de banco para o Iarley contra o Guarani, entretanto, deu para ver também que o Defederico, como segundo atacante, consegue corresponder menos ainda.
(William Morais) - REGULAR: Ajudou no toque de bola no pouco tempo em que atuou.
Ronaldo - REGULAR: Jogou em marcha lenta e pouco apareceu. Ao menos colaborou, surpreendemente, na marcação, roubando algumas bolas quando voltou do campo de ataque.
Téc: Tite - BOM: Boa reestreia, com escalação e mexidas corretas. Só poderia ter dado sangue novo colocando o argentino no lugar do Ronaldo, aumentando possibilidade de armar contra-ataques.

Visão palmeirense > Chegou ao limite
por Ricardo Pilat - ricardo.pilat@yahoo.com.br

Quem assistiu o clássico do Pacaembu com atenção viu claramente a inferioridade do Palmeiras diante do arquirrival. Digo inferioridade porque o Corinthians nem fez muita questão assim de se mostrar superior. Aconteceu exatamente o inverso.

O Palmeiras tem um limite e hoje mostrou que já chegou nele. A equipe é refém de jogadas pontuais da boa dupla Kléber e Valdivia e das bolas paradas de Marcos Assunção. Com Valdivia poupado no primeiro tempo, o time Alviverde foi apenas espectador da vitória parcial corintiana. O time alvinegro recuou depois do gol e só por isso não ampliou a vantagem.

Na etapa final, o meia chileno foi ao campo e o Palmeiras voltou melhor. Mas logo o camisa 10 voltou a sentir dores musculares e caiu de rendimento. Felipão preferiu poupá-lo e o substituiu. Novamente, o Palmeiras voltou ao limite. Sofrível limite.

Kléber, pouco inspirado e bem marcado, nada fazia. Restou a Marcos Assunção tentar salvar a pátria novamente e ele quase conseguiu. Teve uma cobrança de falta linda defendida por Julio César e ainda, em outra falta, colocou a bola na cabeça de Fabrício, que desperdiçou.

Por essas e outras, Felipão prioriza a Copa Sul-Americana, torneio de nível técnico muito baixo, que está em reta final e que vale vaga na Libertadores 2011. A opção é mais do que correta, pois no Brasileiro o Verdão não tem chance nenhuma de chegar ao G4.

Conceitos

Deola - BOM: Não teve culpa no gol e fez outras boas defesas, especialmente no primeiro tempo.
Luís Felipe - PÉSSIMO: Deu vários vacilos na marcação. Sentiu o jogo.
(Patrik) - PÉSSIMO: Queria que alguém de memória boa me lembrasse qualquer momento de bom futebol desse rapaz. Eu, até hoje, não vi.
Danilo - BOM: Teve trabalho com o ataque corintiano, mas se saiu bem.
Fabrício - BOM: Idem ao de cima. Parece ser bom de bola.
Rivaldo - PÉSSIMO: Não se achou na marcação. Lateral-esquerda não é a dele.
Edinho - BOM: Um dos melhores do Palmeiras em campo. Marcou muito bem.
Marcos Assunção - BOM: Dos seus pés, com a bola parada, surgiram os poucos lances de perigo do Palmeiras no jogo.
Tinga - PÉSSIMO: Figura apagada durante os 90 minutos.
Lincoln - PÉSSIMO: Outro que só fez figuração. Não consegue substituir Valdivia à altura.
(Valdivia) - REGULAR: O time melhorou com a entrada do chileno, mas logo ele sentiu as dores musculares e começou a se arrastar em campo.
(Dinei) - SEM CONCEITO: Nem tocou na bola.
Luan - PÉSSIMO: Um atacante que não incomoda a defesa adversária.
Kleber - PÉSSIMO: Foi marcado de perto pelos beques corintianos e não jogou. E fica difícil jogar quando se é um oásis de qualidade no sistema ofensivo.
Téc: Luiz Felipe Scolari - REGULAR: Não dava pra fazer muito diferente do que fez, pois o elenco é muito fraco. Mas ainda insistir em jogadores como esse Patrik e o Luan é inexplicável.

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