* Além de passar segundo ano seguido em branco, São Paulo ficará fora da próxima Libertadores

No Campeonato Brasileiro, o São Paulo fez campanha bem diferente das últimas quatro edições e sequer sonhou com título. Pior: também não conseguiu vaga no G-4 e ficará fora da Libertadores pela primeira vez desde 2004. Sem esquecer da eliminação doída para o Santos na semifinal do Paulistão.
Só derrotas em clássicos no estadual
Diferente dos rivais Corinthians e Palmeiras, que ficaram para trás logo na fase inicial, o São Paulo chegou às semifinais. Mas nem por isso a campanha do time de Rogério Ceni e cia. foi menos traumática. Na primeira etapa do Campeonato, foram três derrotas nos três clássicos: 2 a 1 Santos, 2 a 0 Palmeiras e 4 a 3 Corinthians. E se considerarmos a Portuguesa como rival, soma-se mais um revés (3 a 1 no Morumbi).
Esses resultados podem não ter causado uma eliminação precoce, mas colaboraram para que o Tricolor conseguisse apenas uma quarta colocação, atrás de Santo André e Barueri (que depois virou Grêmio Prudente). Com isso, o adversário na semifinal era o Santos, que sobrou e deu show na primeira fase.
No jogo de ida, no Morumbi, só deu Peixe no primeiro tempo. Além de abrir 2 a 0, Neymar, Robinho, Ganso e cia. foram para o intervalo com um jogador a mais (Marlos foi expulso). Surpreendentemente, os donos da casa tiveram bela reação, empatando o jogo, com gols de Hernanes e Dagoberto. Mas aos 45, Durval deu ótima vantagem à equipe alvinegra: 3 a 2.
Vantagem essa que não foi necessária no jogo de volta, na Vila Belmiro. Um 3 a 0 incontestável dos mandantes selou a eliminação tricolor, que deixou a competição com a frustração de ter perdido todos os clássicos.
Eliminação para brasileiro pela quinta vez seguida

Nas quartas-de-final, uma revanche contra o Cruzeiro, que havia o eliminado em 2009 na mesma etapa da competição. Aí o torcedor são-paulino viu um espírito de campeão na sua equipe pela primeira vez no ano. Na estreia de Fernandão, no Mineirão, a vaga ficou perto com um 2 a 0. Na volta, superior novamente, venceu pelo mesmo placar.
Quando o duelo com o Inter se definiu, o São Paulo estava num momento melhor e era apontado como favorito pela maioria. Com a parada da Copa, entretanto, mudou tudo. Enquanto o Inter, de técnico novo (Celso Roth), passou a jogar um bom futebol teve sequencia de quatro vitórias seguidas, os paulistas estavam a quatro jogos sem triunfos.
A diferença ficou clara em campo no primeiro jogo, no Beira-Rio. Um São Paulo com atitude de time pequeno contra um Inter dono do jogo. O 1 a 0 para os donos da casa foi pouco diante do volume de jogo que tiveram. Mas o time do então técnico Ricardo Gomes pagou caro por isso... na volta, mesmo vencendo por 2 a 1 e demonstrando mais garra, não foi o suficiente.
Mais uma vez, o Tricolor foi eliminado por um time brasileiro na Copa Libertadores, fato que vem ocorrendo desde 2006 (confira quais foram no box abaixo).
Interino assume
Após a eliminação no torneio sul-americano, Ricardo Gomes foi demitido do comando técnico tricolor. Para o seu lugar, solução provisória veio de casa: Sérgio Baresi, técnico das categorias de base do clube. O objetivo era tentar recuperar o time, que estava perto da zona de rebaixamento, e ir rumo a uma vaga na Libertadores
Com a mudança, jogadores que foram campeões da Copa tiveram oportunidades no profissional. Entre eles estavam o habilidoso meia-atacante Marcelinho, de 18 anos, que depois pediu para ser chamado de Lucas, seu verdadeiro nome. Sua presença deu um toque de improviso ao time, mas a oscilação da equipe não permitiu que chegasse perto dos quatro primeiros colocados.
Carpegiani é contratado

Na 34ª rodada, após derrota para o Corinthians no Morumbi, a chance de ir para a principal competição do Continente para oitava vez foi totalmente descartada. O jeito foi se contentar com um 9º lugar, que deu vaga na Copa Sul-Americana 2011.
Herói: Lucas, ex-Marcelinho
Ele começou como Marcelinho - apelido pela semelhança com o ídolo do Corinthians -, mas depois preferiu ser chamado como Lucas. O meia-atacante pode não ter sido um grande destaque em 2010, mas foi uma das revelações do Brasileirão e o responsável por uma melhora do São Paulo na competição. É uma grande aposta do Tricolor para 2011.
Vilão: Washington
O centroavante não foi um grande vilão, mas oscilou durante o tempo que passou pelo São Paulo, alternando momentos de tranquilidade e ódio (quase nunca amor) com a torcida tricolor. Saiu no fim de julho (retornou ao Fluminense), sem nem ter oportunidade de disputar a semifinal da Copa Libertadores.
Dia D: 13 de maio
Pelas quartas-de-final da Libertadores, o São Paulo se vingou do Cruzeiro, algoz na mesma competição um ano antes, e foi à semifinal. Se na ocasião a Raposa venceu os dois jogos, o Tricolor fez o mesmo este ano. Na estreia de Fernandão, no jogo de ida, bela vitória por 2 a 0 no Mineirão abriu caminho para a classificação - na volta, os paulistas repetiram o placar.
Dia para ser esquecido: 28 de julho
Se o duelo contra o Cruzeiro foi especial, não se pode dizer a mesma coisa da semifinal diante do Internacional. Na primeira partida, no Beira-Rio, o São Paulo ficou longe de ter uma postura de Tricampeão. Recuado o praticamente o tempo inteiro, o Tricolor teve postura de time pequeno. O 1 a 0 para o Colorado foi motivo de comemoração pelo que (não) jogou o time paulista.
O número: 5
Esse é o número de vezes seguidas que o São Paulo foi eliminado por equipe brasileiro na Copa Libertadores. São elas: Internacional (2006), Grêmio (2007), Fluminense (2008), Cruzeiro (2009) e novamente o Inter este ano.
Comentário da Redação
Ano para se esquecer
Esta temporada foi mesmo estranha para o São Paulo. Ao mesmo tempo que por pouco não conseguiu vaga no Mundial de Clubes, a equipe teve um ano fraquíssimo. Aliás, na própria Libertadores o futebol foi pífio. Contra o Inter, foi um milagre o placar agregado ter terminado 2 a 2, pois o rival gaúcho foi infinitamente superior no Beira-Rio.
O desempenho em clássicos também foi lamentável: 8 derrotas em 11 jogos. Isso serve para medir a fraqueza do Tricolor em 2010. Quase sempre quem vence os rivais se dão bem no restante da temporada.
Em 2011, pode ser uma boa não jogar a Libertadores para o clube rever seus conceitos, testar jovens promessas e abrir cabeça para novas competições, sem precisar ficar priorizando torneio A ou B. E é de extrema importância que o torcedor são-paulino esteja ao lado do clube nessa temporada.
Direto da Redação
Redator: Pedro Silas
pedro_sccp@yahoo.com.br
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