Democracia > Cadê a frieza, Corinthians?

Considerado um time frio e calculista desde o Campeonato Brasileiro conquistado no ano passado, a recente eliminação para a Ponte Preta no Paulistão parece ter afetado a tranquilidade do Corinthians. Ou será que a frieza só existia por não ter encarado jogos com caráter realmente decisivos - ou seja, eliminatórios?

O fato é que no primeiro confronto de mata-mata na Copa Libertadores, a impressão de um time diferente daqueles que sentiam a pressão habitual do na competição, caiu por água abaixo. Muito nervoso em campo, o Alvinegro conseguiu tomar mais cartões que em toda primeira fase (8 contra 7) no empate sem gols com o Emelec.

Esse descontrole do Timão gerou a expulsão do Jorge Henrique, e poderia ter comprometido toda a campanha até aqui se o adversário tivesse mais qualidade. No entanto, mesmo com um a menos, a equipe brasileira não sofreu grandes riscos como vinha sendo desde o primeiro minuto.

Em contrapartida, mesmo com a entrada do Willian no lugar do Liedson, o time foi nulo ofensivamente. Talvez porque os jogadores encararam o jogo muito mais como uma guerra do que futebol. Entraram pilhados, criando um clima violento que simplesmente não existia (dentro de campo), e esqueceram de jogar bola.

O presidente, o técnico e os jogadores corintianos colocaram a culpa de todo esse nervosismo no árbitro. Não há dúvidas que ele realmente era fraco e caseiro demais! Tem que reclamar mesmo. Mas isso não é novidade na Libertadores, e se quer ganhar o torneio, tem de estar preparado para passar por cima desse tipo de dificuldade.

Em vez de agir com a tranquilidade que o cargo sugere, o presidente Mário Gobbi, tão descontrolado quanto os atletas, soltou a pérola: "o Paulistão é maior que a Libertadores". Declaração totalmente idiota, contraditória e desnecessária, que só atrapalha o time num momento importante do certame.

No gol, porém...

Quem diria que o corintiano mais tranquilo Guayaquil seria o... goleiro! Depois das falhas contra a Ponte Preta, Júlio César finalmente deu lugar ao Cássio. E o estreante na Libertadores não decepcionou. Muito pelo contrário: foi o melhor jogador dos visitantes em campo.

Não precisou fazer defesas espetaculares, mas foi seguro em todas as jogadas. Finalmente um camisa 1 com tamanho, porte, saída e frieza de goleiro!

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* A coluna Democracia é a voz da nação corintiana aqui no Redação do Esporte.

Redator: Pedro Silas
pedro_sccp@yahoo.com.br