Visão corintiana > Libertação histórica
Pedro Silas - pedro_sccp@hotmail.comDia 4 de julho não será mais lembrado pela Independência dos Estados Unidos. Passa a ser, a partir de ontem, pelo menos para a segunda maior torcida do Brasil, como o dia da LIBERTAÇÃO CORINTIANA! O Sport Club Corinthians Paulista é, finalmente, o dono da América. Demorou, mas foi de forma histórica: invicto e batendo o temido Boca Juniors.
Desde o começo do dia, deu para começar a ter noção da dimensão disso. O estado de São Paulo e o Brasil inteiro respiravam a final da Copa Libertadores da América de uma forma que nunca vi. O único assunto era a decisão, a primeira da equipe paulista no torneio. Sou novo, mas tenho certeza, até por ouvir depoimentos de quem viveu na época, que a quebra do jejum de 1977 é a única coisa que se assemelha a isso.
O país se dividia. O resto dos times torciam para os argentinos como NUNCA torceram, e a Fiel, com a força extraordinária como de costume, tomava conta das ruas. Foi uma coisa que jamais esquecerei. Se tanto ouço falar de como a cidade ficou em êxtase na decisão do Paulista de 77, poderei dizer para sempre que FIZ PARTE de 2012.
Depois de muita espera, a bola finalmente rolou no Pacaembu. No primeiro tempo, marcação forte, determinação, cautela e passes seguros ("no pé", como diria Tite) - exceto alguns errados - para não dar brecha aos argentinos. O Boca, no ritmo do Riquelme, começou colocando mais a bola no chão, mas não demorou para os donos da casa equilibrarem as ações. Não houve, porém, nenhuma grande oportunidade de finalização.

O extraordinário sistema defensivo corintiano não falhou. Não só esteve intacto, como também a equipe alvinegra dominou completamente o jogo e foi ao ataque, por incrível pareça. Aos 27, o iluminado Sheik deu uma arrancada fenomenal e tocou para a rede, fazendo a Fiel praticamente começar a soltar o grito de "É, CAMPEÃO!", entalado havia 35 anos (estreou no torneio em 1977).
Depois de 14 jogos de muita luta e nenhuma derrota, além de apenas quatro gols sofridos, a apaixonada e fanática torcida do Timão fez e continua fazendo festa proporcional à fantástica campanha do seu clube. Finalmente, a Fiel se LIBERTOU! Vai, Corinthians!
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Parabéns, Fiel! Por todo o seu apoio nos 90 minutos de todos os 14 jogos da equipe. Só nós, corintianos, sabemos o quanto merecíamos conquistar essa taça. Nós fomos, de fato, o 12º jogador da equipe. Agora, já era... a América é Alvinegra! E que venha o Mundial!
Conceitos
Cássio - BOM: Quando exigido, esteve muito seguro. Entrou no primeiro jogo de mata-mata e passou muita confiança, foi importantíssimo.
Alessandro - BOM: Surpreendeu nessa reta final, foi bem nos últimos jogos. Da série B ao topo da América, ficará eternizado por ter levantado a taça.
Chicão - BOM: Outro remanescente de 2008, voltou a jogar bem e mereceu muito esse título.
Leandro Castán - ÓTIMO: Coroou a campanha fantástica que fez com mais uma partidaça. É uma pena ter sido vendido para a Roma por um preço normal antes de chegar à final. Agora, teria um Mundial pra disputar e ficar mais valorizado. Mas enfim, já se tornou um nome marcante na história do clube... e que tenha sorte na Itália!
Fábio Santos - BOM: Ficou preso na marcação. Muito concentrado e raçudo.
Ralf - BOM: Autor do gol da invencibilidade (no último minuto, no primeiro jogo, contra o Táchira), não parou um minuto de correr e deu o sangue como de costume. Fundamental no título.
Paulinho - ÓTIMO: Mais fundamental ainda. Faz tudo! Marca, joga, faz o time jogar, chega ao ataque com muita precisão, e marca gols.
Danilo - ÓTIMO: Só pelo passe genial de calcanhar para o Sheik no primeiro gol, já vale o conceito. Outra peça primordial nessa conquista.
Alex - BOM: Comprometido, ajudou o tempo inteiro na marcação. Fez boa partida.
(Douglas) - SEM CONCEITO: Outro que jogou a Série B pelo clube. Entrou no fim.
Emerson Sheik - ÓTIMO: Seu nome será lembrado pelos corintianos pro resto da vida. Que partidaça!
(Liedson) - SEM CONCEITO: Jogador marcante na história do clube, mereceu participar do jogo nos minutos finais. Muito coerente o Tite.
Jorge Henrique - ÓTIMO: Fechou os espaços e foi participativo no ataque. Ganhou quase tudo pelo Corinthians e sendo importantíssimo em todos (Paulista, Copa do Brasil, Brasileirão e Libertadores). Já é um ídolo.
(Wallace) - SEM CONCEITO: Também participou pouco.
Téc: Tite - ÓTIMO: Esse título, mais do que outros, não teve um grande protagonista. Foi de todos. E pra começar, esse já é um grande mérito do técnico, que soube tirar o máximo de cada atleta e fazer uma equipe ter um comprometimento poucas vezes visto. Porém, mesmo com os méritos sendo divididos, dá para dizer que o comandante corintiano, assim como o ex-presidente Andrés Sanchez, por ter mantido Tite no cargo, tem um mérito um pouco maior.
Visão xeneize > O dia em que o Boca não foi o Boca
por Renan Sant'Anna - sca_renan@hotmail.com

O que me surpreendeu e até decepcionou foi a postura do Boca no segundo tempo. No primeiro, o jogo foi truncado, equilibrado, mas depois da volta do intervalo o Boca assistiu o Corinthians jogar e foi passivo, não pressionou o time adversário, um time muito apático diferente das outras equipes xeneizes finalistas e até desse próprio Boca Juniors. Foi ridículo.
Gostaria aqui de agradecer a Juan Roman Riquelme por tudo que fez por este clube e desejar boa sorte na nova caminhada dele, seja em outro clube ou fora dos gramados. Tenho orgulho e agradeço por ter visto esse craque jogar.
Conceitos
Orión - REGULAR: Não trabalhou muito e saiu machucado.
(S. Sosa) - REGULAR: Passou segurança e não teve culpa nos gols.
F. Sosa - REGULAR: Fez o feijão com arroz, não comprometeu.
Schiavi - PÉSSIMO - Eu só posso dar até PÉSSIMO pro Schiavi? Sei que não há apenas um responsável pela derrota, mas El Flaco ajudou e muito para que isso acontecesse. Mal no primeiro gol e entregou o segundo.
Caruzzo - REGULAR: Não foi culpado nos gols, mas tava nervoso e dando muito espaço.
Clemente Rodríguez - REGULAR: Mal no apoio, mas fazia bem seu papel na defesa.
Somoza - BOM: Melhor do Boca, mais lúcido no meio-campo.
Ledesma - RUIM: Apagadíssimo, mal demais nas finais.
(Cvitanich) - RUIM: Não fez absolutamente nada.
Erviti - RUIM: Não conseguiu repetir a boa atuação do primeiro jogo.
Riquelme - REGULAR: Longe de ser o brilhante camisa 10, mas foi o menor dos problemas do Boca.
Mouche - PÉSSIMO: Mal pegava na bola e quando pegava, errava.
S. Silva - PÉSSIMO: Esse é ruim mesmo, teve um dia normal.
(Viatri) - RUIM: Não recebeu bolas, não tinha muito o que fazer.
Tec. Falcioni - RUIM: Ok, montou o time que vinha sempre jogando, mas alguma coisa aconteceu naquele intervalo, a postura do time foi lamentável no segundo tempo, e o técnico tem sua parcela de culpa.
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* ÓTIMO, BOM, REGULAR, RUIM ou PÉSSIMO? No Comentário da Redação, você fica sabendo o que rolou nos principais jogos da rodada, incluindo análises individuais dos atletas.
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