Sabe aquela sensação de ter parado o tempo e de repente é Ano Novo? Pois então, eu vivi um Déjà vu na última quarta-feira. Foram muitos fogos de artifício e uma agitação nas ruas típicas de comemoração das gostosas festas de final de ano. Opa, mas fui olhar o calendário e vi que era noite do histórico dia 4 de julho, data em que o Brasil parou para assistir a partida final da Libertadores entre os times do argentino Boca Jr e do paulista Sport Club Corinthians Paulista.
Brincadeiras a parte, não posso deixar de revelar que mesmo que não estivesse escrevendo sobre essa partida, estaria na frente da televisão da mesma forma e acredito que a nação brasileira também o tenha feito e isso nem a ciência explica. Fosse o Palmeiras, o Vasco, o Grêmio ou qualquer outro time, certeza que só os torcedores deles assistiriam, mas tratando-se de Corinthians todos acompanham, com vibrações positivas ou não. É inegável a força que o time do “Bando de Loucos” exerce sobre a cultura futebolística deste país.
E desde cedo não se falava outra coisa nas redes sociais, nunca vi tantas pessoas vestindo a camisa do time brasileiro, assim como nunca vi tanta gente sem educação gritando e desrespeitando o próximo. Entendo que emoção estivesse aflorada, mas não precisa virar primata pra demonstrar que é corintiano, são paulino, colorado, ou qualquer outro torcedor.
Agora chega de bronca, vamos ao jogo. Vale lembrar que comentários mais técnicos foram feitos pelos colaboradores Pedro Silas, que trouxe a visão corintiana, e o Renan Sant'Anna, que defendeu o Boca, vale a pena ler.
Bora para a minha interpretação:
Os jogadores argentinos, criados nas melhores estrebarias da América do Sul, tentaram arrumar encrenca boa parte do jogo, os caras foram extremamente estúpidos e deveriam jogar futebol americano ou tentarem o MMA. De contrapartida, a equipe do Corinthians me surpreendeu, os jogadores evitaram desconfortos com os adversários. Uns até encaravam, mas sempre chegava alguém com bom senso e tirava o cabra macho dali, tudo isso para não arrumar brigas, o que paralisaria o jogo e não levaria a nada, sem contar que revoltaria a torcida, e nós sabemos que o resultado disso não é nada legal.
Mas o jogo também teve momentos fantásticos (agora os leitores homens vão me odiar) como a troca de goleiro do Boca, o Sebastian estava no banco e foi chamado de última hora, e não é que o bonitão abaixou o calção para ajeitar a camisa, mostrando um uniforme ainda mais colado por baixo. O jogo ficou parado, mas foram quatro minutos que valeram a pena. Para as leitoras femininas deixo a dica de resgatar a cena pelo Youtube.
O primeiro tempo ficou só na tentativa de transformar o futebol em UFC, sem nenhum gol, mas uma enxurrada de cartões amarelos. O melhor estava por vir, o segundo tempo foi revelador e se algum torcedor sofria do coração, enfartou no meio do jogo, tudo porque o camisa 11 e salvador da pátria Emerson goleou os hermanos marrentinhos, não só uma, mas duas vezes.
Os argentinos não tiveram saída, mesmo entre empurrões e pontapés, o Corinthians venceu e mostrou para todos, inclusive à palmeirense aqui que vos escreve, que eficiência, competência e perseverança sobressaem as piadas e descrenças alheias.
Parabéns ao bando de loucos e agradeço se, da próxima vez, me deixarem dormir antes das 3 da madrugada, afinal futebol é bom, mas dormir é muito melhor.
Fotos: Terra e Agência Estado
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* Esqueça esquemas táticos, jogadas ensaiadas e análises de impedimento.
A coluna Futebol de Salto Alto é a visão feminina e irreverente do
esporte que é a paixão nacional.
por Tatiana Andrade | @tatiana.andrad
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