Mudou!

O Redação do Esporte mudou de hospedagem! Acesse nosso conteúdo atualizado em: www.redacaoesporte.com.br

domingo, 30 de dezembro de 2012

Clinch > O dia em que o Júnior não foi o “Cigano”

Abismado, é assim que posso definir o modo que fiquei ao ver o evento principal do UFC 155 entre Júnior Cigano e Caín Velasquez, válido pelo título mundial dos pesos pesado. Não pelo resultado, afinal a meu ver qualquer um dos dois poderiam vencer a luta sem que o resultado fosse uma grande surpresa. Fiquei abismado pelo o modo como a luta aconteceu.

Não era o Júnior Cigano, aquele nocauteador nato de mãos pesadas e rápidas que dificilmente consegue ser levado ao chão e que estamos acostumados a ver desde que estreou o UFC em outubro de 2008. Era um Cigano apático, fora de forma, cansado, sem explosão e por incrível que pareça nervoso. Foram cinco rounds dominados inteiramente pelo americano, que ao contrário de seu adversário, estava em forma, confiante (coisa que não vimos na primeira luta entre eles em novembro de 2011) e acima de tudo com apetite de vitória.

No início da luta, o brasileiro conseguiu frustrar o americano, bom de wresteling e que não conseguia colocar a luta pra baixo. Se por um lado as quedas não davam certo, de outro o boxe estava afiado e Caín Velasquez conseguia conectar frequentemente golpes no rosto do passivo Júnior, até conseguir dar um direto em cheio e levar o brasileiro ao knockdown. A partir daí foi um massacre e marquei nos dois primeiros rounds 10-8 para o americano. A resistência de Cigano que até tentou esbanjar uma reação se acabou e o brasileiro foi levado ao solo muitas vezes. Era o dia de Velasquez. que no fim levou a luta pra casa e recuperou o seu cinturão em decisão unânime arbitral (50-43, 50-44, 50-45).

Agora nos restar saber os fatores que levaram Cigano a lutar tão mal. Eu sempre acreditei naquela famosa frase de que “em time vencedor não deve se mexer”. Júnior dos Santos sempre fez seu camping de treinamento inteiro na Bahia (academia Champion) e na parte final viajava ao Rio de Janeiro para fazer sparring na Team Nogueira. Foi assim até maio, onde defendeu seu cinturão diante de Frank Mir em uma vitória arrasadora, porém depois disso tudo se mudou. O atleta começou a treinar no Corinthians, mudou todos os seus patrocinadores e alguns treinadores. Não quero criticar a estrutura de treinamento que o Corinthians oferece, que por sinal é muito boa, mas acho que os novos ares, os novos patrocinadores que o fizeram ter uma fama e visibilidade maior e os novos treinadores não fizeram a ele muito bem. Pode ser besteira o que estou dizendo, mas é nisso que acredito. Mas também não quero tirar os méritos de Caín, que é um belo lutador e mereceu com toda certeza recuperar o cinturão.

Co-evento principal: O tipo de luta que o Dana White adora

O co-evento principal do UFC 155 foi entre Jim Miller e Joe Lauzon e com toda certeza foi a melhor luta da noite. Espetacular, sangrenta, parelha e muitos outros adjetivos a mais definem como foi o confronto, que foi vencido por Jim Miller por decisão unânime arbitral (29-28, 29-28, 29-28).

O combate foi uma guerra e logo no inicio Miller abriu uma “cratera” sobre o olho direito de Lauzon. Muitos pensaram que a luta não iria durar até o fim, mas durou. No final o jiu-jitsu de Miller fez a diferença, e as quedas e o ground and pound o fizeram superior no octógono. Foi a luta da noite sem dúvidas, e rendeu alguns zeros a mais na conta dos lutadores, sem contar que garantiram pelos menos por mais alguns anos a permanência deles no maior evento de MMA do mundo. Lutadores que batalham até o fim independente das suas condições fisícas sempre ganham uma moral com o “chefe” Dana White.

Outros resultados

Costa Philippou derrotou Tim Boetsch por nocaute técnico no terceiro round.
Yushin Okami derrotou Alan Belcher por decisão unanime (30-27, 30-27, 29-28).
Derek Brunson derrotou Chris Leben por decisão unanime (29-28, 29-28, 29-28).
Eddie Wineland derrotou Brad Pickett por decisão dividida (30-27, 28-29, 30-27).
Erik Perez derrotou Byron Bloodworth por nocaute técnico no primeiro round.
Jamie Varner derrotou Melvin Guillard por decisão dividida (30-27, 27-30, 30-27).
Myles Jury derrotou Michael Johnson por decisão unanime (30-27, 30-27, 30-27).
Todd Duffee derrotou Phil De Fries por nocaute técnico no primeiro round.
Max Holloway derrotou Leonard Garcia por decisão (29-28, 28-29, 29-28).
John Moraga derrotou Chris Cariasso por finalização (guilhotina) no terceiro round

_____________________________________

* A coluna Clinch traz a análise dos principais eventos de artes marciais do planeta.



por Fernando Borchio | fernando.borchio@hotmail.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário