Sabe aquelas coisas que a
gente imagina que só vai acontecer quando o fim do mundo estiver muito
próximo? Então, boa parte delas se passou bem diante dos olhos palmeirenses
neste ano.
Muitas pessoas acreditam que um pouco antes de morrer, um
filme da história de suas vidas passa em suas mentes. Se tivesse um
filme da história deste ano do Palmeiras, ele seria, no mínimo,
inusitado e todos diriam ter sido escrito por um autor muito mais louco
que Woody Allen.
Onde já se viu o protagonista do filme ser
considerado o melhor e um dos piores do país ao mesmo tempo? No Palestra
se viu! Campeão da Copa do Brasil em julho e rebaixado no Campeonato
Brasileiro em dezembro, o Palmeiras segue inovando os roteiros, apesar
de o feito não ser inédito.
Mais inacreditável ainda foi a escolha do
vilão! Geralmente, os mal-feitores são os escolhidos para esse papel.
No Palmeiras o eleito foi Felipão, o principal responsável pelo título
nacional. E digo “principal responsável” sem medo nenhum, pois foi ele
quem arrancou de um bando de perna de pau um futebol aceitável, que nos
levou bravamente à final, enchendo os corações alviverdes sedentos de
alegria e calando a boca de muita gente.
Mas a boca desse povo ficou
quieta por pouco tempo e com razão. Para alegria dos rivais, o Palmeiras
definhou no Campeonato Brasileiro. E não após a saída de Scolari, pois
já vinha mesmo amargando a zona de rebaixamento e de lá não saiu nem
para dar um pouquinho de esperança os palestrinos. E, apesar de eu ter
torcido muito para que saísse, pelo futebol apresentado, seria até
injusto se tivesse ocorrido. Foi uma queda merecida. Dolorosa e
merecida, que mais que escancarou o problema crônico do time:
administração incompetente e diretoria de merda que não condiz em nada
com o Palmeiras!
E desde o início do ano, os diretores já
demonstravam a incapacidade: entre os rivais, o Palestra foi o último a
fechar o elenco para a temporada e não trouxe NENHUMA contratação de
peso (além do peso físico e insignificante do Daniel Carvalho).
E
foi nessa cena de apocalipce total que vimos apenas uma estrela brilhar:
Hérman Barcos! Não foi apresentado como grande reforço, mas para manter
a incoerência desse filme sem nexo, demonstrou futebol de encher os
olhos e foi uma flor em meio à guerra.
Para finalizar o ano, por
incrível que pareça – até mesmo para esse enredo – o ápice da história
não foi nem o título, nem o rebaixamento. O que deixou os palmeirenses
realmente emocionados esse ano foi a despedida do ídolo Marcos! E, por
isso, merece um capítulo a parte!
O último ato do santo
O dia
12/12/12 vai ficar eternamente marcado em todos os corações alviverdes,
em especial para aqueles que madrugaram o dia no Pacaembu. O jogo
comemorativo foi basicamente entre o Palmeiras que venceu a Libertadores
de 99 e a seleção brasileira do pentacampeonato, e terminou em 2 a 2, com
direito a gol do Marcão. Mas, para falar a verdade, o jogo foi o que
menos importou nesse dia.
A despedida de São Marcos foi algo
histórico. Uma festa para ninguém botar defeito. E mostrou quem é o
verdadeiro protagonista de toda essa história: a torcida que canta,
vibra, se emociona e se apaixona todos os dias pelo Palmeiras,
independente da situação, da divisão e da diretoria.
Só de escrever
sobre esse evento já me emociono novamente e começo a lembrar de cada
detalhe do espetáculo: chegando ao Pacaembu, encontrei uma linda fachada
iluminada por luzes verdes que refletiam os símbolos do Palmeiras, do
Brasil e do Marcos, o que já me deixou sentindo em casa (isso também fez
falta neste ano – saudades do Palestra). Na entrada recebemos fitinhas
com “Lembranças de São Marcos”, simbolizando nossa “fé e religião” e
fomos recepcionados de forma alegre pela bateria da Mancha Verde.
O
estádio estava com sua lotação total - quase 40 mil torcedores vestido o
verde e o branco. Lindo demais!
Rever nossos ídolos do passado
reunidos foi como assistir um documentário de alguns dos nossos melhores
momentos. E gritar os nomes deles durante o jogo foi como se
tivéssemos sidos transportados ao passado. Tudo muito mágico na
despedida.
Acompanhar o Marcos se dirigindo e se posicionar no gol
“pela última vez” fez minha primeira lágrima cair, como se eu tivesse me
enchido das várias emoções que ele me fez sentir enquanto defendia o
Palmeiras.
Vê-lo ir cobrar aquele pênalti e fazer aquele gol, me fez
lembrar de todas as vezes que ele – nos representando – sentiu vontade
de ir e resolver tudo quando as coisas não estavam boas.
E a
despedida, o discurso final que só aconteceu quando passamos da
meia-noite (ou seja, em 12/12/12) foi para marmanjo nenhum conseguir
demonstrar frieza.
O Marcos se foi e nós ficamos encharcados de saudade e gratidão. Ele pediu e nem precisava, nós jamais iríamos esquecê-lo.
Agora é encarar a Série B e a Libertadores
Voltando
para a vida real, agora é erguer a cabeça e arrumar um jeito de
enfrentar a Série B e não passar vergonha na Libertadores.
Vamos aguardar as eleições no Palmeiras, na esperança de ocorrer o mínimo de mudança
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* A coluna Mondo Verde comenta as últimas notícias e acontecimentos da Sociedade Esportiva Palmeiras. O Palestra!
por Maria Santos | marysttos@gmail.com
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