O Campeonato Brasil 2012 acabou antes do esperado. Há 3 rodadas do fim, todos já conheciam o campeão, os classificados para a Libertadores e boa parte dos rebaixados. Isso fez com que saíssem das catacumbas aqueles que são contra os pontos corridos e que preferem a emoção de uma final clássica. Voltou à tona a bendita e chata discussão sobre a fórmula do certame.
Acho engraçado mesmo o êxtase que causa nas pessoas esse negócio de fórmula de campeonato, principalmente no Brasil. Mesmo entre os que querem o mata mata de volta não existe consenso.
Uns querem 8 classificados e um playoff, outros querem os campeões de turno na final, outros querem grupos, outros querem até mata mata pra definir rebaixados. É muita complicação pra pouca necessidade.
Vou chegando a conclusão de que nosso país gosta disso. Não exatamente da emoção da final, mas sim da bagunça de uma fórmula esquisita. De mudar, inovar, confundir, especialmente quando o assunto é organização do nosso futebol.
Por isso vemos tantas atrocidades nos campeonatos pelo país, especialmente os estaduais, que mudam de fórmula todo ano. Já cheguei a ver campeonato em que para um time se classificar ele precisava perder, porque se ganhasse seria eliminado. É brincadeira!
Tenho minha opinião. Acho que pontos corridos é o melhor para um
campeonato nacional, ainda mais porque já temos vários outros
campeonatos em formatos de mata-mata. É uma forma de manter alguma
consciência de planejamento a médio e longo prazo nos clubes.
Entendo quem argumenta sobre falta de emoção em alguns momentos, mas
nenhum outro argumento, a meu ver, é válido. Especialmente os
relacionados a público em estádio e audiência em TV (pois de nada adianta
ótimas médias nas fases finais e outras horríveis numa modorrenta fase inicial).
Mas a discussão não é essa. Estamos falando sobre um campeonato que durante mais de 30 anos nunca repetiu uma fórmula e agora, por dez anos consecutivos, conseguiu isso. Pra que mudar de novo?
Pessoal, antes disso, que tal refletirmos sobre temas mais importantes para o futebol do país, como o calendário horrível que prejudica os clubes ou a discutível formação das categorias de base? Prometo falar disso nas próximas colunas.
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* A coluna País do Futebol fala sobre a bola que rola no gramados do Brasil, do Oiapoque ao Chuí
por Ricardo Pilat | pilatportasio@gmail.com | @ricardopilat
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