
Com Cruyff
Para a Copa da Alemanha, a Holanda chegava com um status de possível surpresa, e não necessariamente um favorito. De 1970 a 1973 a Holanda jogou 23 vezes. Teve 14 vitórias, 6 empates e 4 derrotas. Marcou 61 gols e sofreu 15. Retrospecto excelente de um time que ainda não tinha tradição em Mundiais.
Pesava aos holandeses o histórico recente do Ajax, tricampeão europeu (71, 72 e 73), liderado por um genial meia-atacante considerado o melhor do planeta na época: Johan Cruyff.
Cruyff foi o camisa 14 daquela seleção mágica. Ele era totalmente diferenciado dos demais holandeses - que também eram bons pra burro! A diferença dele era vista até no uniforme, já que Cruyff era o único que tinha sua camisa laranja com apenas duas listras nas mangas - todos os outros tinham as três listras tradicionais dos equipamentos da Adidas.
E apesar do carrossel holandês consagrado por Rinus Michels, o diferencial holandês era seu capitão. Foi sob a batuta de Cruyff que a "Laranja Mecânica" derrotou Uruguai, Bulgária, Alemanha Oriental, Argentina e Brasil, até chegar à final. Nesse caminho, apenas um empate, contra a Suécia.
Com isso, aquela possibilidade de ser surpresa virou favoritismo na decisão contra a Alemanha Ocidental, dona da casa. Porém, venceu a força e a qualidade do time alemão, que contou com o apoio do seu torcedor. O futebol-arte da Holanda não justificou seu talento com títulos. Azar da Copa do Mundo, sorte de quem viu aquele time jogar.
E sem Cruyff
Na Copa de 1978, a Holanda não contou com Cruyff. O craque se recusou a atuar em um país como a Argentina, que vivia um pesado regime militar. Azar da Holanda, da Copa e sorte da Argentina, que enfrentou os holandeses na decisão e venceu.
Porém, mesmo sem Cruyff, a Holanda ainda era o melhor time daquela Copa. E é melhor falar de Rensenbrink, Neeskens, Rep e cia. do que da conspiração para o título argentino. Holanda que não era mais comandada por Rinus Michels, mas que mantinha o carrossel com Ernst Happel. Que teve dificuldades na primeira fase, reagiu na segunda e chegou à final tendo que vencer tudo e todos, o que não possível.
Certamente, a Laranja não era tão mecânica em 1978. Na verdade, não era tão genial. E talvez fosse até injusto que a Holanda fosse campeã sem Cruyff. Mas injusto mesmo foi o time holandfês não ter conquistado uma Copa naquelas anos de 1970.
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* A coluna Domingueira do Pilat relembra os fatos que marcaram a história do esporte. Afinal, é preciso conhecer o passado para entender o presente e projetar o futuro.
Direto da Redação
Colunista: Ricardo Pilat
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