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segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Copa Libertadores > Retrospectiva 2009

Vice de novo
* Cruzeiro perde para o Estudiantes na final, e mais uma vez um time brasileiro é vice-campeão da Libertadores

Parecia que a história seria diferente. Após dois anos seguidos com times brasileiros amargando o vice-campeonato da Copa Libertadores da América para rivais de outro país - Grêmio, em 2007, contra o Boca, e Fluminense, em 2008, contra a LDU -, o Cruzeiro chegou à final de 2009 e se mostrou uma equipe preparada para bater o argentino Estudiantes e ser campeão. O final, no entanto, foi o mesmo dos anos anteriores, até mesmo no fato de o time brasileiro perder o título na sua casa.

A Raposa conseguiu um empate por 0 a 0 na Argentina e chegou a abrir o placar no jogo de volta, no Mineirão, ficando perto de conquistar o terceiro título da competição. Mas, o frio time argentino, liderado por Juan Sebastián Verón (foto), conseguiu a virada e se sagrou campeão do torneio continental pela quarta vez.

Estudiantes pelo caminho logo no início

A abertura do torneio para o Cruzeiro foi justamente contra o Estudiantes, em um Mineirão lotado. O torcedor cruzeirense nem imaginava a pedra no sapato que o time argentino seria. Na ocasião, no entanto, Kléber brilhou - e para variar, foi expulso -, e o time brasileiro conseguiu uma vitória por 3 a 0. Na penúltima rodada da fase, desta vez na Argentina, a história foi diferente e o time de Verón aplicou uma goleada na Raposa: 4 a 0.

O Cruzeiro, porém, não teve grandes dificuldades para confirmar sua classificação como primeiro do grupo. Os brasileiros Sport - grande sensação da primeira fase -, São Paulo e Grêmio também passaram em primeiro nos seus grupos. O Palmeiras, que caiu no grupo do time pernambucano, conseguiu passar graças a um gol de Cleiton Xavier, no último minuto, contra o Colo-Colo, no Chile.

Duelo brasileiro nas oitavas

Na fase seguinte, Palmeiras e Sport ficaram frente à frente novamente. Em clima de rivalidade, os dois jogos foram marcados por muito mais vontade do que técnica. Depois de vencer por 1 a 0 no Palestra, o Verdão tomou muita pressão no Recife e perdeu pelo mesmo placar do primeiro jogo. Nos pênaltis, brilhou a estrela de Marcos (foto), que já havia feito um excelente jogo. O camisa 12 pegou três cobranças e colocou sua equipe nas quartas-de-final.

Enquanto isso, os outros brasileiros não tiveram dificuldades para avançar. O Grêmio e o Cruzeiro, com duas vitórias, passaram tranquilamente por Universidad Chile e San Martin-PER, respectivamente. Já o São Paulo nem precisou jogar para avançar. O Tricolor tinha pela frente o Chivas, mas os times mexicanos resolveram desistir de jogar a competição depois de a Conmebol optar por apenas um jogo (fora do México em virtude da gripe suína) para decidir o classificado nos confrontos que envolvessem equipes do país.

A grande surpresa foi a eliminação precoce do tradicional Boca Juniors. Todos imaginavam uma classificação tranquila do time argentino após empate por 2 a 2 com o Defensor, no Uruguai. Na temida Bombonera, porém, o time da casa foi surpreendido e acabou eliminado ao perder por 1 a 0.

Raposa derruba São Paulo e Grêmio

Mais um duelo brasileiro chamava a atenção na fase seguinte. O confronto, porém, foi bem diferente de Palmeiras e Sport. O Cruzeiro passou pelo São Paulo com autoridade, sem deixar dúvidas de que mereceu avançar. No Mineirão, vitória por 2 a 1, e no Morumbi, um show da equipe mineira e novo triunfo: 2 a 0.

O adversário da Raposa saiu um dia antes. O Grêmio empatou com o Caracas, por 0 a 0, no Olímpico, e como havia feito mais gols na casa do adversário - 1 a 1 na Venezuela -, foi à semifinal. E com os mesmos resultados do time venezuelano, o Palmeiras acabou sendo eliminado pelo Nacional.

Na semifinal, o Cruzeiro também não deixou dúvidas da sua superioridade. No primeiro jogo, o time mineiro fez uma bela apresentação em casa e venceu por 3 a 1. Na volta, a Raposa definiu o jogo no primeiro tempo, com dois gols de Wellington Paulista aos 34 e 36 minutos. O Grêmio foi guerreiro e ainda empatou a partida, mas nada que assustasse os visitantes.

Na final, um velho conhecido da primeira fase: Estudiantes, que bateu o Nacional, na semi, com duas vitórias. Antes, o time argentino havia passado por Libertad e Defensor.

Tristeza no Mineirão

No jogo de ida, uma partida nervosa e equilibrada. Nenhuma equipe pareceu jogar tudo que poderia, com medo de se expor e colocar tudo a perder. No final, Kléber teve a grande chance do jogo e chutou para fora com o goleiro adversário caído. O empate, no entanto, principalmente por não ter o critério do gol fora, foi muito comemorado pela equipe e torcida celeste.

Na grande decisão, como não poderia ser diferente, a torcida cruzeirense lotou o Mineirão para empurrar seu time em busca da vitória que daria o tricampeonato ao Cruzeiro. Entretanto, quem parecia estar em casa era o Estudiantes, que, comandado por Verón, tinha muito mais tranquilidade para tocar a bola. O time argentino conseguiu esfriar a equipe brasileira e a torcida no primeiro tempo.

Porém, logo aos seis da etapa complementar, Henrique soltou uma bomba, que desviou em um defensor argentino e entrou. Seis minutos depois veio o balde de água fria, com o gol de empate de Fernández. Depois de tomar o gol, o Cruzeiro não se encontrou mais. Eram os argentinos que ditavam o ritmo do jogo. E, aos 27, veio a virada do Estudiantes, com Boselli, após escanteio cobrado por Verón. Tristeza no Mineirão!

A equipe brasileira, então, foi para a pressão, na base do desespero e ainda conseguiu uma grande chance nos minutos finais, com um chute de Thiago Ribeiro no travessão. Mas o resultado persistiu, e o Estudiantes, do maestro Verón, calou o Mineirão e conquistou seu quarto título da Copa Libertadores da América.


Herói: Verón
O experiente argentino, de 34 anos, liderou o Estudiantes durante toda a competição, ditando o ritmo da sua equipe de acordo com a ocasião. Na grande decisão, no Mineirão, "la Brujita" deu um verdadeiro show de como esfriar o adversário sem deixar de jogar futebol.

Vilão: Kléber
Principal jogador do Cruzeiro, o Gladiador perdeu uma oportunidade de ouro no jogo da ida de final. Perto dos 40 do segundo tempo, com o goleiro já batido, o atacante pegou mal na bola e mandou para fora.

Dia D: 15 de julho
No Mineirão, o Cruzeiro saiu na frente, mas o Estudiantes, com muita frieza e toque de bola, conseguiu a virada e conquistou o seu quarto título da Copa Libertadores.

Dia para ser esquecido: 17 de Junho
Após empate por 1 a 1 no Palestra Itália, o Palmeiras precisava de uma vitória simples contra o Nacional, no Uruguai. O Verdão, no entanto, não conseguiu furar a retranca dos donos da casa e foi eliminado nas quartas-de-final.

O número: 4
Esse é o número de títulos da Libertadores conquistados pelo Estudiantes. Os "Pinchas", como é chamado o time argentino, é o quarto maior vencedor da competição continental.


Comentário da Redação
Não é só o brasileiro que joga bola

Entra ano, sai ano, e algumas pessoas cometem o mesmo erro em relação à Libertadores. Acham os times brasileiros sempre superiores aos Sul-Americanos, exceto o Boca Juniors e o River Plate. Mas não é assim. Libertadores está longe de ser apenas um torneio com times brasileiros mais Boca e River.

Quer exemplo melhor do que a última Libertadores? O Estudiantes jogou muita bola no Mineirão, esfriando o time do Cruzeiro de forma brilhante, sem partir para a violência e principalmente, jogando bola! Assim como o Fluminense no ano anterior, o time brasileiro fez uma campanha melhor e até jogou mais bola na competição, mas na final, não se pode negar que os gringos foram melhores.

E para 2010 já tem gente ensaiando o mesmo discurso de que o campeão deve ser um time brasileiro, ainda mais agora que Boca e River não disputarão a competição. Tirando esses dois clubes tradicionais, o resto, para muitos, são apenas equipes que sabem fazer catimba. Mas, na hora dos vamos ver, os brasileiros estão perdendo, e na bola!


Direto da Redação


Redator: Pedro Silas
pedro_sccp@yahoo.com.br

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